Com problemas defensivos, São Paulo de Fernando Diniz vive seu momento mais conturbado; duelo contra o Sport será nova prova de fogo no Brasileirão

Após ser considerado o melhor time paulista até a paralisação do futebol no país, o São Paulo retornou irreconhecível. Com mais uma eliminação precoce no estadual e maus resultados no início do Brasileirão, o treinador Fernando Diniz passou a ter seu trabalho no Tricolor ameaçado, e um dos pontos mais evidentes para isso é o desempenho do sistema defensivo da equipe.

Diniz sempre foi um treinador com característica de jogo ofensiva e, por isso, sempre assumiu mais riscos defensivamente. O comandante Tricolor não foi contratado para armar uma retranca na equipe e se preocupar em atacar somente depois que o 0 a 0 estivesse garantido, o que muitas vezes acontece no futebol brasileiro. Mas isso também não significa deixar a consistência defensiva.

Ao longo de sua carreira como treinador, Diniz sempre flertou com médias próximas a um gol sofrido por partida. No Audax, onde ganhou reconhecimento nacional, seus números foram de 1,37 em 2016, e 1,57 em 2017. Desde que assumiu o comando de equipes da Série A do Brasileirão, entre 2018 e 2019, teve médias de 1,29 no Athletico e 1,07 no Fluminense, o que acabou lhe custando o cargo nos dois clubes. 

Então, Diniz chegou no São Paulo em setembro de 2019, na metade do Campeonato Brasileiro. Mesmo não assumindo a equipe desde o início da competição, conseguiu chegar a 38ª rodada com a melhor defesa do Brasileirão, com 30 gols sofridos em 38 jogos. 

Sob seu comando, o Tricolor fez 17 partidas no nacional e sofreu 16 gols, média de 0,94. No início do ano, após pré-temporada à frente da equipe, o São Paulo voltou jogando bem, principalmente quando atacava. Mesmo assim, a defesa não sofreu mais do que no ano passado. Entre Campeonato Paulista e da Libertadores, a equipe fez 12 partidas e foi vazada nove vezes, média de 0,75 gol por jogo. 

Porém, desde o retorno do futebol no Brasil, em julho, o São Paulo se tornou um alvo fácil para seus adversários. Em apenas seis partidas, foram dez gols sofridos (média de 1,66), mais do que em 12 jogos no início do ano – o time só não foi vazado contra o Fortaleza, no Morumbi. De julho para cá, foram três derrotas, duas vitórias e um empate.

O empate foi justamente na última partida, contra o Bahia, também no Morumbi. Mais 90 minutos que evidenciaram os problemas defensivos do São Paulo, assim como aconteceu contra o Vasco. E o resultado só não foi pior porque Luciano saiu do banco para empatar e Thiago Volpi defendeu um pênalti. 

Agora, com seu cargo mais pressionado do que nunca, Diniz resolveu mudar a escalação da equipe para o duelo contra o Sport, em Recife, neste domingo (23). A dupla de zaga titular até aqui, Arboleda e Bruno Alves, dará lugar a Diego Costa e Leo Pele – cabe destacar que Anderson Martins teve seu contrato rescindido, assim como Alexandre Pato.

Se as mudanças darão resultado só o tempo irá dizer. Mas se o São Paulo continuar sofrendo tanto defensivamente, é pouco provável que Fernando Diniz tenha vida longa no Tricolor, apesar de a diretoria ter bancado sua permanência mais uma vez.

Goal.com