Na volta do São Paulo ao estádio do Morumbi no Campeonato Brasileiro, o clube não passou de um empate em 1 a 1 com o Bahia e a pressão sobre o técnico Fernando Diniz e a diretoria do clube permanece, com torcedores tendo protestado próximos ao local do jogo de ontem. Mas em ano de mudança na gestão do clube, o executivo de futebol Raí banca a permanência do treinador.

No podcast Posse de Bola #49, o jornalista Arnaldo Ribeiro afirma que Diniz não tem mais defesa no comando do São Paulo e que o técnico, assim como Raí, vivem em um mundo paralelo e o dirigente que foi ídolo do clube como jogador pode acabar mais lembrado pela passagem na direção pelas gerações mais jovens de torcedores.

“O epílogo pós-partida foram as entrevistas do Raí e do Diniz, eles são duas pessoas que vivem em um mundo paralelo. O Diniz acho que sempre viveu, o Raí enquanto jogador não vivia, como diretor, ele vive, e vai arranhando assim a cada passo, a cada atitude, a cada entrevista a sua imagem gloriosa de um dos maiores jogadores da história do São Paulo”, diz Arnaldo.

“Dá até pena, é mais ou menos o processo do Roberto Dinamite no Vasco, o Roberto Dinamite para a nova geração de vascaínos não é o maior jogador da história do Vasco, é o presidente que foi muito mal no Vasco. Para os jovens que não viram o Raí jogar, o Raí é um os piores dirigentes da história do São Paulo. É uma coisa louca isso. Então nós estamos nessa situação vivendo um contexto que a gente já sabe muito bem qual é, mas quem está dentro não reage. Nem os jogadores, nem a comissão técnica e nem a direção”, completa.

Mesmo com o São Paulo tendo um elenco de jogadores importantes como o experiente Daniel Alves, Arnaldo acredita que o clube corre risco de brigar contra o rebaixamento se não houver mudanças e a ausência de torcedores no estádio acentua a situação. “A ameaça de Z4, de queda, ela é real sempre em um clube grande que vive intensamente uma crise, que vai trocar o comando daqui quatro meses e que está à deriva, com um treinador acostumado a colocar seus times na zona de rebaixamento. O time do Diniz não tem reação”, diz o jornalista.

“A torcida é capaz de reinventar um time, de mudar um jogo, de salvar um time do rebaixamento, e de diluir a falta de comando as vezes que o treinador ou a direção têm num time quando a partida esta sendo realizada. Sem torcida fica muito claro o que é o São Paulo hoje”, complementa.

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