No dia 16 de abril de 2018, o São Paulo tomou R$ 11 milhões, em empréstimo, do agente de jogadores Carlos Leite.

O contrato de mútuo foi assinado pelo presidente Leco, com a concordância do diretor financeiro Elias Barquette Albarello e rubrica do gerente executivo de futebol, Alexandre Pássaro.

R$ 4 milhões deveriam ser quitados até 31 de agosto (pouco mais de quatro meses depois).

Os R$ 7 milhões restantes em 30 parcelas de R$ 233,3 mil, não fixas, atualizadas em escandalosos 1% ao mês aplicados sobre o saldo restante, ou seja, juro sobre juro.

Os depósitos deveriam ser realizados no Banco Safra, ag. 0190 (Leblon/RJ), c/c 790041-9, em nome de Carlos Alberto Cardoso Leite, com vencimento final previsto para o dia 30 de novembro de 2020.

Em caso de inadimplência, o Tricolor aceitou pagar 10% de multa sobre o valor restante do acordo (que seria rompido, automaticamente, após duas parcelas sem quitação), além de mais 1% ao mês de juros.

Duas semanas após a assinatura do acordo, Carlos Leite exigiu que se o São Paulo conseguisse vender Rodrigo Caio por valor superior a 12 milhões de Euros, o clube seria obrigado a quitar 100% do empréstimo antecipadamente.

Se a venda ficasse entre 10 e 12 milhões de Euros, o Tricolor teria que pagar metade do acordo, permanecendo as demais parcelas vigentes.

Leco consentiu e assinou o aditivo no dia 30 de abril de 2018.

Rodrigo Caio acabou negociado por apenas 5 milhões de Euros (45% dos direitos) com o Flamengo.

Frustrada a antecipação, o São Paulo pagou, de fato, os R$ 4 milhões previstos como 1ª parcela e apenas 14 de 30 parcelas, razão pela qual o acordo foi rompido e o clube executado, judicialmente, por Carlos Leite.

A condenação aconteceu no valor de R$ 5 milhões (R$ 3,7 milhões da pendência acrescidos de R$ 1,8 milhão de juros + multa).

Desnecessário explicar a promiscuidade implícita num acordo de empréstimo firmado entre um clube e o agente de jogadores que negocia com seu departamento de futebol.

Não se sabe, ainda, como o Tricolor pagará essa dívida, apenas que tratou-se de péssimo negócio para a agremiação.

Carlos Leite é um credor flexível e costuma dar quitação a seus clientes, como já aconteceu nos bastidores de Corinthians e Vasco da Gama, após receber percentuais de promessas da base.