A situação financeira do São Paulo é tão ruim quanto a de Cruzeiro e Corinthians. Os três gigantes do futebol brasileiro ocupam a lanterna do recém-lançado Índice PLACAR/Itaú BBA de gestão esportiva, publicado na edição de junho de PLACAR (disponível para os assinantes da revista pelo aplicativo). Apesar de receber uma nota de 11 pontos negativos, o Tricolor não enfrenta o mesmo drama dos dois rivais.

“Se conseguir uma oxigenação dentro da estrutura administrativa para implementar as mudanças, com certeza sairá desta situação mais rápido do que Corinthians e Cruzeiro”, avalia o economista César Grafietti, que, a convite de PLACAR, criou a nova métrica para aferir a qualidade do trabalho dos principais cartolas do país. Para entender como foi calculada a nota de cada clube, clique:

https://veja.abril.com.br/placar/indice-placar-itau-bba-como-foi-calculada-a-nota-de-cada-clube/

Os problemas do São Paulo aparecem porque o clube estagnou. “Se envelheceu em gestão, com a estrutura de Conselho Deliberativo vitalício. O São Paulo está meio atrasado em relação à indústria porque não conseguiu visualizar o futuro e ficou preso às práticas do passado”, afirmou Grafietti (veja mais sobre a análise do Tricolor no vídeo ao final da matéria).

Ao contrário do Corinthians, que perde muito dinheiro com o estádio e com sua sede social, e o Cruzeiro, afundado em investigações sobre desvio de dinheiro, o São Paulo tem uma estrutura equilibrada e que permitiria que ele conseguisse mais dinheiro do mercado. A insistência em montar elencos com um custo salarial maior do que clube pode arcar hoje faz com que o Tricolor tenha que fechar negócios de urgência e impede que consiga ter ganhos maiores.

“O clube faturou 34 milhões de reais com publicidade ano passado, um terço do que conseguiu o Corinthians. Foram 48 milhões de reais em bilheteria, enquanto o Flamengo conseguiu 170 milhões de reais. Poderia ter conseguido pelo menos 100 milhões de reais a mais nas duas frentes. E ainda teve 90 milhões de reais a mais de custo em relação ao ano anterior. Investiu 130 milhões em atletas, quase o dobro de 2018”, explica o economista.

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A saída, de acordo com Grafietti, era dar um passo atrás, como fez o Flamengo, e se estruturar durante um ou dois anos, para voltar ao protagonismo do futebol nacional.

“O São Paulo é aquele que precisa fazer menos e o que está mais fácil de se ajustar, porque não sofre com grandes gargalos financeiros. Precisa de mais estrutura dentro do futebol e trabalhar bem a marca. Com uma boa equipe de marketing e vendas, consegue fazer isso”, diz.

“Além disso, tem atletas de base que têm mercado. Precisa de mais inteligência para contratação e formação do elenco. O que não consigo enxergar é uma capacidade dentro da estrutura para fazer isso. É arcaica, com dirigente ultrapassados, envelhecidos. Por isso não consegue sair. Poderia estar próximo de Flamengo e Palmeiras, mas está perto de Corinthians e Cruzeiro”, completa.

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