O que mais vemos e ouvimos é que virar S/A seja a melhor solução para o São Paulo devido aos problemas que vimos de gestão com resultados catastróficos no clube. Essa ideia, falada por Leco até mesmo na apresentação do Dani Alves que surpreendeu a todos e que foi fruto de um estudo encabeçado pelo ex conselheiro e ex dirigente do São Paulo, Manssur, de uma transformação em S/A, começou a parecer o caminho mais correto e certeiro para profissionalização.

Quem é do mercado e vive o mundo empresarial, concorda que as práticas corporativas focadas em métricas e resultados, realmente seriam as mais adequadas e com base em meritocracia e práticas de Compliance. Neste cenário, o fracasso resultaria em demissão e troca de comando, certo?

Seria numa empresa mas o que vemos no Botafogo-SP é mais do mesmo que já vimos no São Paulo. O gestor e investidor do clube é Adalberto Baptista, aquele que em 2013 quase levou o clube ao rebaixamento. Quem estava lá na época e depois assumiu o São Paulo também disputando rebaixamento, foi Gustavo Oliveira em 2016.

Lembremos que Gustavo foi demitido e em meio à sua demissão, não conseguiu nada no mercado. No período que ele ficou fora, o São Paulo foi vice Brasileiro e 4o lugar, posições que nunca mais atingiu com ele no cargo de dirigente. No Santos, teve uma passagem em que foi escanteado em 2 meses.

No Botafogo-SP, a dobradinha se refez e os resultados são os mesmos e no formato S/A: o time paulista de Ribeirão, disputa rebaixamento.

Como no São Paulo, Gustavo é conhecido como “ausente”. Ontem, ele deu uma coletiva para a imprensa e o que vimos são os mesmos argumentos de sempre:

“Neste momento é preciso ter humildade para reconhecer o momento difícil. Reconhecer que a gente vive momento negativamente extraordinário. Não é à toa que estou falando com vocês da Imprensa.

Se no campo os resultados não vem, na gestão está indo bem, certo?

Não! Os resultados da gestão do Botafogo em Maio, segundo a matéria abaixo, aponta prejuízo de 2019 do Botafogo-SP:

Se o futebol vai mal, se a gestão vai mal e o clube virou S/A com um departamento e gestão profissionais, por que não deu certo?

É este o ponto que temos que cuidar e pensar de forma bem racional quando pedimos S/A. Não adianta termos um formato bom ou ideias aparentemente boas que colocarmos qualquer profissional resultará em sucesso.

Da mesma forma que não tiveram sucesso no São Paulo, estão fracassando no Botafogo-SP. A torcida e os conselheiros de lá, detestam os dois. Não vejo diferenças no que aconteceu na época deles no clube a não ser que eles gerem uma S/A lá e aqui era clube.

Para quem não sabe, Manssur que participou do estudo de S/A no São Paulo, era sócio de Gustavo Oliveira em um escritório de advocacia há muitos anos atrás. Então, imagino que alinhamentos e trocas de ideias não devem ter faltado para chegarmos a bons formatos e o material de estudo não deve ter sido pouco para fazer a condução lá e nem o estudo daqui. Isso nem assim, nem com experiência prévia de São Paulo, conduziu a sucesso no Botafogo-SP. Seria azar? Acaso do destino ou repetição de erros?

O que devemos ter cuidado demais é como será gerido, como ocorrerá o dia a dia e se realmente ser S/A mudará as premissas de como se conduzir a agremiação. Hoje, não vejo diferença já que mesmo com resultados ruins, Gustavo segue no comando indicado por Adalberto no Botafogo-SP.

Já em Fevereiro, pediam a cabeça de Gustavo:

Nós também queremos um São Paulo profissional, melhor, estruturado e com posturas corporativas. Mas transformar em S/A parece que é um processo que vai além de só votar e mudar um Estatuto e colocar um dono. Precisa muito ter diretrizes e formatos correspondentes a uma organização de forma real e não apenas para satisfazer anseios de alguns que enxergam nisto, uma porta para controlar de vez o São Paulo FC uma vez que hoje no cenário atual, não tem a menor chance de retornar com qualquer poder ou até quem hoje já faça parte e queira se perpetuar.

Das sombras e dos planos maquiavélicos podem continuar sonhando se é este o intuito de fazer mudanças e ter resultados similares. Talvez, ser clube ainda como fez o Flamengo e ter sucesso seja mais perfil de quem o gere do que ser ou não S/A e isto precisamos ver refletido em 2021 a 2023 seja com Casares ou outro nome.

O Clube precisa e nós torcedores não podemos mais ver o clube mal gerido e com fracassos que partem como vemos, mais dos profissionais do que a velha máxima de que o formato é que contribui para o insucesso. No caso, o insucesso é mais reflexo de quem o gere do que o formato que possui e os fatos estão na mesa.

S/A é sim um passo necessário mas não é certeza de sucesso e como o clube hoje e no próximo triênio, dependerá muito mais de quem o governará do que de promessas de mágicas soluções que nas ideias são lindas mas na prática podem significar o colapso total.

Competência é a palavra e não S/A ou Clube.

Que o São Paulo triunfe e retorne a competência, é isso que precisamos.

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