O zagueiro Lucão, hoje no Goiás, está cobrando mais de R$ 5 milhões do São Paulo em ação trabalhista, sendo R$ 1 milhão como indenização por danos morais.

No processo, Lucão alega ter recebido tratamento vexatório da diretoria perante à imprensa, sentindo-se obrigado a aceitar ser emprestado em 2017 – ele foi para o Estoril (POR).

A defesa do São Paulo sustenta que foi o próprio Lucão quem tornou a situação insustentável ao dizer em entrevista após falhar na derrota por 2 a 1 para o Atlético-MG, no Morumbi, em junho de 2017, que “já, já iria embora” mesmo sem ter negociação com outra equipe naquele momento. O Tricolor multou o jogador em 20% do salário por causa desta declaração e ele não voltou a atuar pelo clube – na ação, inclusive, Lucão cobra a devolução destes valores.

A defesa do São Paulo anexou no processo a publicação que o atleta fez em seu Instagram quando deixou o clube, dizendo-se eternamente grato, o que seria incompatível com a alegação de danos morais. Lucão apagou o post.

O defensor foi emprestado ao Estoril em agosto de 2017 e voltou em junho de 2018 com uma lesão no joelho esquerdo. Ele cobra do São Paulo os salários de julho de 2018 a junho de 2019, quando seu contrato chegou ao fim.

O São Paulo admite que não pagou salários a Lucão, além do período em que ele ficou em Portugal, entre julho de 2018 e fevereiro de 2019, tempo em que ele esteve lesionado. E explica: por contrato, em caso de lesão, o Estoril seria o responsável pelo pagamento dos salários durante toda a recuperação. Os portugueses também eram os responsáveis pelo tratamento, mas o próprio Lucão achou melhor ser tratado no Tricolor.

De acordo com a defesa do São Paulo, o clube português arcou com os salários dos primeiros dois meses de tratamento (julho e agosto de 2018), prazo inicialmente imaginado para o restabelecimento total do jogador. No entanto, o tratamento conservador não surtiu o efeito esperado e ele decidiu, aconselhado pelo médico Rene Abdalla, passar por uma cirurgia que o deixou mais sete meses fora de combate. O São Paulo diz que pagou os salários do zagueiro normalmente entre abril de 2019, quando ele foi liberado pelos médicos, e junho de 2019, quando o contrato terminou, e entende que se alguém deve ser cobrado pelos valores de setembro de 2018 a março de 2019 é o Estoril.

No processo, Lucão ainda alega que o São Paulo lhe pagava uma parte de sua remuneração “por fora”, em forma de direito de imagem, e cobra, além de uma indenização, que estes valores sejam incorporados aos salários, o que teria reflexo em outras remunerações como férias, 13º, INSS, FGTS e verbas rescisórias. 

Ele também alega que foi para o Estoril com salário menor do que aquele que recebia no Morumbi e, por isso, solicita o pagamento da diferença.

Houve uma primeira audiência em março e a próxima, que estava marcada para este mês, foi reagendada para agosto devido às restrições causadas pela pandemia do coronavírus.

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