O balanço financeiro publicado pelo São Paulo revelou uma situação negativa do clube, que apresentou um déficit de R$ 156 milhões em um ano em que evitou a venda de atletas e fez investimentos em reforços, estratégia que não resultou em títulos dentro de campo. No podcast Posse de Bola #31, Arnaldo Ribeiro analisa o balanço apresentado pelo São Paulo e afirma que a gestão atual, comandada por Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, tornou o clube ainda mais dependente da venda de atletas revelados pelas categorias de base.

“Tem uma coisa que acho que explica bastante o balanço do São Paulo e o resumo dessa gestão. O São Paulo tornou-se nesta gestão ainda mais dependente da venda de jogadores da base para o exterior. É o clube brasileiro que mais depende da venda de jogadores para o exterior”, afirma Arnaldo.

O jornalista explica que além de não ter vendido jogadores, o São Paulo fez contratações caras visando fechar o último ano da atual gestão com títulos. Além disso, o clube do Morumbi não conseguiu retorno financeiro suficiente com bilheteria e marketing para custear os reforços, o que expôs as contas no vermelho. “O que o São Paulo fez em 2019? Ele não vendeu. ‘Vou tentar não vender esse ano para tentar ganhar alguma coisa’. Evitou vender o Antony, por exemplo, em 2019, só no finalzinho e ainda não entregou. E mais, contratou em 2019 para 2020, Daniel Alves, Juanfran, um monte de gente, para que o último ano da gestão Leco pudesse ser um ano de possível conquista e sair da fila.

É como se o São Paulo tivesse em um ano investido para dois e não vendido”, diz Arnaldo. “A dependência da venda de jogadores ficou mais notória nesses cinco anos de gestão, vendeu o Antony agora e precisa vender um outro jogador, talvez o Igor Gomes, para equilibrar as suas finanças. O São Paulo não incrementou a bilheteria, não incrementou o marketing, não fez porcaria nenhuma fora a questão de Cotia, que é ainda um celeiro, e consegue depois de David Neres, Antony, Igor Gomes, produzir ano a ano um ou dois jogadores para tapar o buraco. O São Paulo é aquele cachorro correndo atrás do rabo.

Quando ele tem um time mais ou menos, ele tem que vender um jogador antes de conquistar o título para cobrir o rombo”, finaliza o jornalista.

UOL