O São Paulo apresentou em seu balanço financeiro de 2019 um déficit de R$ 156 milhões e viu clubes como o Athletico-PR se aproximarem financeiramente, com um valor próximo de arrecadação no período, mesmo tendo o clube paulista a terceira maior torcida do futebol brasileiro e estando localizado na cidade mais rica do país.

No podcast Posse de Bola #31, o jornalista Mauro Cezar Pereira critica a gestão do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, pelos gastos que o São Paulo teve no período sem conquistar títulos, com contratações caras, enquanto o Athletico-PR investiu menos, ganhou títulos importantes, como a Copa Sul-Americana 2018 e a Copa do Brasil 2019, e ainda lucrou mais.

“Você vê nesse balanço que existe um pouco aí do equívoco de avaliação do São Paulo ao comprar por um valor altíssimo um jogador que é um bom jogador, nada além disso, e que não vale isso”, afirma Mauro.

“O São Paulo não tem uma coisa e nem outra. Não ganha, gasta mal, gasta muito e chega a ser assustador, você vê o São Paulo com o potencial que tem arrecadando praticamente a mesma coisa que o Athletico-PR. Assustador no sentido do declínio de um e no crescimento de outro, é um elogio ao Athletico-PR e uma crítica ao São Paulo”, completa o jornalista. Mauro critica Leco por fazer contratações caras, mesmo sem ter a garantia de conseguir bancar sem onerar o clube, citando Daniel Alves, que chegou ao clube no ano passado com a promessa de que o São Paulo teria parceiros para bancar os custos do jogador, o que não se concretizou.

“Percebe-se também o seguinte, com a aproximação do final da gestão atual, um certo desespero, então sai contratando. O Daniel Alves é ótimo reforço? Ótimo reforço. É um jogador caríssimo, é o mais caro do Brasil hoje. O Daniel Alves foi contratado com o argumento de que haveria parcerias. Não apareceram esses parceiros. Agora, com retração econômica derivada da pandemia de coronavírus, é óbvio que a dificuldade vai ser maior ainda de conseguir um parceiro nesse sentido.

Então, a tendência é o São Paulo ter que ficar bancando o jogador sozinho”, diz Mauro. “Não consegue pagar ou paga ficando com esse buraco aí de R$ 156 milhões, que é algo impressionante no final de gestão tétrica do Leco se considerarmos a falta de títulos e o buraco financeiro no qual ele está enfiando um clube que há uma década era considerado modelo, inclusive, com relação ao equilíbrio financeiro”, finaliza o jornalista.

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