Tiago Coser é natural de Chapecó, cidade ativa economicamente principalmente pelas agroindústrias. Consequentemente, o setor agrícola e pecuário é bastante forte. E é no interior – onde estas atividades se desenvolvem -, na Linha Rodeio Bonito, que vive o jovem zagueiro. Há até pouco tempo, ele dividia a atenção dada ao futebol com os estudos e com o auxilio aos pais na criação de aves.

Estar desde cedo no campo também fez o jogador desenvolver uma consciência para o trabalho. Este é o principal ponto destacado por quem viu o zagueiro crescer dentro das categorias de base do Verdão do Oeste.

– Gosta de trabalhar, gosta de treinar. Nunca deu problema fora de campo, de sair na noite em viagens ou em Chapecó, sem indisciplina na escola ou na rua. No clube, todos gostam muito dele e da família. Escuta, entende quando uma crítica é dada e é construtiva. Inteligente – disse um dos profissionais da base verde e branca.

– Cabeça focada. Ele quer. Se tiver que dormir às sete da noite para descansar, vai fazer isso. Muito profissional – contou Alexandre Puhlmann, agente do atleta.

O zagueiro iniciou aos nove anos nas escolinhas do clube e pouco depois, aos 12, foi integrado pela primeira vez em uma das categorias não profissionais. Demorou pouco para se destacar.

Pela altura e força física, logo começou a ser utilizado em categorias acima. Em 2020, mesmo aos 16 anos, foi um dos escolhidos pelo clube para disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior, para atletas sub-20. Fez três jogos – um deles como titular – e marcou um dos gols da equipe na competição.

Em campo, leva fama pela qualidade técnica. Tanto que é o cobrador de faltas do time desde os 12 anos, e já anotou alguns gols com a camisa verde e branca. A altura também proporciona bolas nas redes com o jogo aéreo. Apesar de destro, na equipe sub-15 jogou pelo lado esquerdo da defesa. Em outros momentos foi improvisado como lateral-direito, mas é na zaga onde se apresenta melhor.

Troca com Gabriel Novaes

É considerado um dos atletas mais promissores da sua geração na base. A expectativa interna é que a Chapecoense possa lucrar com ele no futuro. O empréstimo ao São Paulo, negociado na contrapartida do atacante Gabriel Novaes, é pensando no desenvolvimento do atleta, mas também na parte financeira.

O entendimento interno é que é mais fácil atrair atenção para o zagueiro se ele estiver em um clube com histórico de desenvolvimento e venda de jovens atletas, como o São Paulo. Portanto, é mais vantajoso ganhar parte de uma grande negociação com clubes do exterior, do que faturar 100% de um negócio feito pela própria Chape, com pouco histórico na área.

Fonte: Globo Esporte.com