Amigos tricolores,

No último domingo a TV Bandeirantes nos deu o privilégio de rever a final de 1992. Se você é tricolor de verdade, não só assistiu como gritou gols, sofreu com o lance de Muller que quase foi gol e chorou ao ver Raí indo ao encontro de Telê depois do seu gol de falta. Impossível isso não ter acontecido com você. Foi muita emoção, mesmo que quase 28 anos depois.

Aquele jogo, todos nós nos lembramos onde estávamos. Eu, com 13 anos, morava em um prédio no bairro de Moema, na cidade de São Paulo, onde a maioria dos meus amigos torcia para o tricolor. Era o Julio no 1o andar, eu no 3o, Alexandre no 8o, Daniel no 11o, Fabinho no 12o, Flávio no 13o, Nando no 14o e Wagner no 15o. Isso sem contar com o Paulo, Marcos, João Cláudio, Juliana, Jane, Julio César e Guilherme, no prédio ao lado do nosso. Como os prédios eram colados, a amizade entre nós era muito grande, estávamos sempre juntos, com excelentes jogos Prédio X Prédio onde o meu sempre perdia, graças ao Guilherme e Fabrício (esse torcedor do time da Lava Jato) que não foram profissionais porque não quiseram, pois jogavam muita bola!

No dia da final, luzes acesas. No gol do Barcelona, um vizinho gritou. Nunca soube quem foi, mas tricolor não era. No empate do Raí, teve que ouvir, pois além de nós, adolescentes entre 11 e 15 anos gritando, nossos pais torciam para o São Paulo também, o coro foi dobrado. Quando Raí fez o gol de falta, o prédio mostrou ter uma excelente estrutura, pois foram gritos, saltos, abraços. Ao final do jogo, toda a molecada desceu no térreo, com camisas e bandeiras tricolores, onde ficamos algum tempo comemorando o mundial. Por ser de madrugada, subimos cerca de 30 minutos depois, mas no domingo, a festa continuou!

Que time!

Pep Guardiola diz que seu modelo de time, hoje, é aquele do Telê, que ele viu em campo como jogava. Se Pep não é, hoje, o melhor técnico do mundo, está entre os 3 melhores, sem dúvidas. Era uma mescla de gênios, craques, raça e experiência, todos comandados pelo grande Telê Santana, que fez ali seu melhor trabalho, sem dúvida. Coube ao São Paulo ser o time em que Telê fez a sua obra de arte, tirou a fama de Pé Frio e conquistou o mundo por 2 vezes, o que não conseguiu com a seleção em Copas do Mundo. Coisas dos Deuses do Futebol, não tem outra explicação, seleções com Zico, Sócrates, Falcão, Oscar, Eder, Serginho, Muller, Careca, Cerezo, Junior não levar Copa do Mundo, mas coube ao destino que Raí, Zetti, Muller, Cerezo, Palhinha, Ronaldão, Pintado e tantos outros fizessem isso pelo mestre.

Destino

Nada é por um acaso. Em 1982, com a melhor seleção de todos os tempos, Telê perdeu da Itália, por 3X2, jogando na Espanha. Quis o destino que ele fosse campeão do mundo em cima de um  time espanhol (Barcelona) e de um italiano (Milan) com a incrível coincidência de ser o mesmo placar de 3X2 (contra o Milan). Quis o destino que Cerezo, presente nas 2 Copas que Telê perdeu (82 e 86) estivesse no São Paulo, assim como Muller que jogou em 1986 no México. Os deuses do futebol armaram essa para o mestre, que foi o maior técnico de toda a história do futebol mundial, provou isso colocando o Barcelona na roda, em 1922, usando a mesma tática que os espanhóis fazem a anos: toque de bola envolvente.

O jogo!

Bem, todos sabemos o que houve naquela noite. Ganhamos do Barcelona, em um jogo que começamos perdendo. Muller quase fez um golaço, mas o zagueiro espanhol tirou em cima da linha, Ronaldo Luiz fez o mesmo no fim do 1o tempo. Raí fez 2 gols, mostrou porque é ídolo no São Paulo, o meu grande ídolo por sinal, deu carrinho, chutou, comandou o time, teve frieza para ser o comandante do São Paulo em campo. Zetti foi fundamental, Ronaldão deu aula a Pep Guardiola e Koeman como se jogava. Ferrer, está procurando Muller até hoje depois de receber o corte para o gol de Raí no 1o tempo.

Em resumo: O Sõa Paulo deu aula de futebol frente a potencia Barcelona!

Que saudades!!!!