Em entrevista ao Troca de Passes, do SporTV, Fernando Diniz, treinador do São Paulo, explicou aquilo que tem sido apontado como insistência em alguns jogadores, dizendo que o técnico tem o trabalho de entender os atletas da melhor maneira possível.

“A gente sabe a classe social dos jogadores e imagina os problemas que tiveram. Eu fui um deles. O Pato, como outros, saiu de casa com 11 anos de idade. Eu não estou tentando recuperar o futebol do Pato, estou tentando cada vez mais entendê-lo como pessoa. Pato é um super talento. Tem coisas muito difíceis que ele faz com imensa naturalidade. O Pato não é aquilo que aparentava ser, desligado ou sem interesse. É um cara que precisava ser compreendido. Falam que o treinador tem que ser paternal, às vezes tem que ser maternal […] Em todas as minhas falas fica muito claro que existe uma pessoa por trás do jogador. Você conhecendo os limites e as angústia dele, ajuda muito”, declarou.

Diniz ainda falou sobre o seu objetivo com os treinos, dizendo que não há como controlar o placar do jogo e que análises baseadas apenas nos resultados são um grande erro.

“Os meios eu tento controlar, porque os fins a gente não controla. As pessoas resumem tudo ao placar do jogo, um erro tremendo. A gente precisa desenvolver os meios. Isso vai aumentar as chances de ganhar no fim. O pilar do meu trabalho é ajudar os jogadores, que as pessoas se sintam seguras. Quando a gente está sob a ótica do medo no futebol, a gente não cria. Só reage ao adversário. Treino de finalização é rotina no São Paulo. No treinamento, sem oposição e sem emoção do jogo, o índice de aproveitamento é sempre muito alto. Quando você chega na cara do gol, tem muitos elementos que fazem você fazer ou não o gol. O principal é a confiança. A solução é sempre muito simplificada: treinar finalização. Ela melhora pouco se você não tiver confiança no jogo. Esses fatores emocionais são os que interferem, mas quase nunca estão na discussão”, completou.

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