De uma maneira geral, os atletas costumam dizer que títulos são como filhos, onde é impossível escolher qual é o melhor, o mais importante ou o que traz melhores lembranças. E, para um clube absurdamente vencedor como São Paulo, que conquistou os principais campeonatos, isso ganha contornos de drama.


 Libertadores 1992

Para ter noção do tamanho do São Paulo, antes de conquistar o primeiro torneio continental, o Tricolor do Morumbi já era tricampeão brasileiro (1977, 1986 e 1991), além de inúmeros títulos paulistas.

Mas a Libertadores de 1992 colocou o São Paulo em outro patamar, como dizem hoje em dia. O início não foi tão animador assim, já que a equipe tricolor ficou em segundo no Grupo 2, atrás do Criciúma, com três vitórias, dois empates e uma derrota.

No mata-mata, entretanto, os comandados do Mestre Telê Santana mostraram sua força. Nas oitavas de final, vitórias sobre o tradicionalíssimo Nacional, do Uruguai (1 x 0 e 2 x 0). Nas quartas, contra o Criciúma, triunfo no Morumbi por 1 x 0 e empate em 1 x 1 em Santa Catarina. E, nas semifinais, vitória por 3 x 0 contra o Barcelona de Guayaquil e derrota no Equador por 2 x 0.

Na grande decisão da Libertadores, o adversário foi Newell’s Old Boys. Na Argentina, derrota por 1 x 0. Mas o Morumbi foi palco da vitória mais importante da história do São Paulo até aquele momento. O Tricolor Paulista devolveu o placar e, nos pênaltis, sagrou-se campeão da Libertadores pela primeira vez com vitória por 3 x 2.

O time base do São Paulo na Libertadores 1992, comandado por Telê Santana, tinha a escalação com Zetti; Cafu, Antônio Carlos, Ronaldão e Ivan; Adílson, Pintado e Raí (capitão); Müller, Palhinha e Elivélton.


 Mundial 1992

Houve uma época em que os times brasileiros tinham condições de vencer as equipes europeias e não apenas “jogar de igual para igual”. E o São Paulo de 1992 era assim. Diante do histórico Barcelona daquela temporada, que tinha no elenco nomes como Koeman, Guardiola, Stoichkov e Laudrup, e era comandado pelo genial Johan Cruyff, o Tricolor do Morumbi venceu de virada por 2 x 1 e foi campeão mundial pela primeira vez.

O búlgaro Stoichkov abriu o placar para o Barça logo aos 12 minutos do primeiro tempo. Mas Raí, aos 27 minutos da etapa inicial, e aos 34 minutos do segundo tempo, garantiu a vitória histórica do São Paulo. Para ter noção do feito do Tricolor Paulista, ao fim do jogo, Cruff afirmou que seria melhor ter sido atropelado por uma Ferrari.

A equipe do Mundial de 1992 era ainda mais qualificada do que a vencedora da Libertadores daquele ano. A escalação no jogo contra o Barcelona foi Zetti; Vítor, Adílson, Ronaldão e Ronaldo Luís; Pintado, Toninho Cerezo, Raí (capitão) e Cafu; Palhinha e Müller


 Mundial 2005

Ao contrário de 1992, quando o São Paulo dominou completamente a temporada, o ano de 2005 foi pra lá de complicado. O técnico Paulo Autuori, inclusive, chegou ao Morumbi durante a Libertadores.

No Mundial de 2005, os fãs de futebol tiveram a oportunidade de ver uma das maiores atuações de um goleiro em uma partida. Rogério Ceni, que já era referência na época, ganhou status de ídolo imortal após o jogo contra o Liverpool.

A vitória sobre os ingleses foi recheada de muita emoção do início ao fim e que teve como o volante Mineiro, aos 26 minutos do primeiro tempo, o herói improvável do dia. O São Paulo entrou em campo em Yokohama com Rogério Ceni (capitão); Fabão, Diego Lugano e Edcarlos; Cicinho, Mineiro, Josué, Danilo e Junior; Amoroso e Aloísio.

Após a conquista do Mundial, o São Paulo ainda foi tricampeão brasileiro (2006/07/08) e campeão da Copa Sul-Americana. O título do Brasileirão de 2006 também poderia entrar na lista dos mais importantes da história do Tricolor do Morumbi por ter encerrado um jejum de 15 anos sem conquistar o campeonato nacional.