Foi no dia 26 de novembro de 2018, sob o comando de André Jardine, que Igor Gomes, no São Paulo desde os 12 anos, teve a oportunidade de estrear no profissional do clube paulista.

São-paulino de infância, o jogador ainda lembra de quando via os jogos pelo olhar de torcedor. “Minha relação com o São Paulo começou desde garoto. Sempre fui torcedor. Sou um cara que vivenciou grandes coisas que o São Paulo já apresentou. Grandes times, grandes jogadores e grandes títulos”.

Dessas recordações, uma em especial ficou guardada na memória de Igor. “Tem uma coisa que me marcou: A primeira camisa do São Paulo que eu pedi para o meu pai comprar, que foi uma do Adriano Imperador”.

Hoje titular no lugar do ídolo Hernanes, Igor Gomes reconhece a influência que carrega para os jogadores que ainda estão em Cotia e possuem o sonho de jogar no profissional do São Paulo. 

“Eu trabalho dia a dia aqui para ser ídolo, não só do São Paulo, mas do Brasil, do mundo, do futebol. Eu tenho isso dentro do meu coração, que é ser exemplo para outras pessoas. Tanto é que as pessoas que são meus ídolos dentro do futebol são exemplos para qualquer outra pessoa. Carregar essa responsabilidade me motiva a estar cada vez melhor, me traz responsabilidades que eu sei administrar porque eu já estive do outro lado”, contou o atleta.

Com o coração em campo, Igor Gomes tem familiaridades com o método de trabalho de Fernando Diniz. Ambos se destacam pela inteligência e humanidade fora das quatro linhas.

“A gente tem essa conexão. Ele tem uma característica que eu acho primordial pra qualquer ser humano, que é fazer as coisas com o coração, com amor. E isso não é fácil, tem diversas situações que tiram a gente desse lado. O meio do futebol é um meio muito sujo, é difícil você encontrar pessoas como ele”, afirmou Igor, que complementou:

Eu só tenho gratidão de Deus ter colocado o Diniz nesse clube, eu acho que ele é a pessoa ideal pra colocar o clube de volta ao caminho de títulos e vitórias. 

Igor Gomes conta, ainda, o episódio mais marcante que viveu com o treinador Fernando Diniz desde sua chegada ao clube. Ele foi contratado para assumir o comando técnico no dia 26 de setembro da última temporada.

“Teve um jogo contra o Atlético-MG que tínhamos feito um bom primeiro tempo, mas estava 0 a 0. Aí ele chegou no vestiário, para mim e para o Antony, e falou: ‘eu preciso que vocês joguem, que resolvam o jogo, que façam acontecer as coisas’. Lembro que quando ele falou me bateu aquele ‘puts, ele está contando comigo, não vou deixar isso em vão’. Aí numa jogada do Antony, ele rolou a bola pra trás e eu fiz o gol. Depois, numa jogada minha, eu conduzi, virei o jogo pro Bueno e ele fez o gol. Eu tenho certeza que boa parte dessa confiança que eu ganhei no segundo tempo foi porque ele falou aquilo. E aí deu um estalo em mim, minha confiança foi lá em cima, fiquei com vontade de ajudar e retribuir isso. Foi o maior episódio. Tem diversos… broncas, chamadas de atenção, conversas, mas acho que esse foi um momento que eu vou lembrar pro resto da carreira”, contou o camisa 26 do São Paulo.

O desafio da vez da curta carreira profissional de Igor Gomes será a Copa Libertadores. Já no elenco profissional na disputa da competição em 2018, o meia assistiu de cada o Tricolor ser eliminado pelo Talleres, e já sabia a dimensão do fracasso no torneio para aquela temporada.

“A gente quer que o São Paulo vença tudo. Foi triste, porque o São Paulo estava contando com um investimento que não teve. Um planejamento que foi por água abaixo. Acabou, no início do ano, desregulando tudo. Ia começar de um jeito, acabou sendo de outro, e isso trouxe uma pressão absurda pro resto do ano. Ano passado foi um ano muito pesado em questão disso e tudo por causa dessa relação que o São Paulo tem com a Libertadores”, contou o atleta, que opinou sobre o que é necessário para levantar o caneco neste ano.

“É um campeonato que não se ganha em um jogo. O segredo é você evoluir a cada jogo, você pegar o jogo que ganhou de 4 a 0 e acertar os mínimos detalhes, o jogo que você perdeu de 1 a 0 e também acertar. É muito mental. Você pegar aquele jogo fora de casa, que você já ganhou dentro de casa de 1 a 0, e não se expor tanto, talvez esperar o erro do adversário para matar o jogo. É um jogo muito diferente do que temos no Brasil ou na Europa”, disse Igor Gomes.

Por fim, o atleta se emocionou ao poder estar disputando uma Libertadores no time titular de Fernando Diniz. O jogador teve seu lugar garantido na estreia da competição contra o Binacional e deve seguir na equipe enquanto tiver condições.

Libertadores é sonho. 

“Sonho porque eu já sonhei diversas vezes chegando na final, fazendo gol, levantando caneco, torcida gritando ‘Tricolor’, ‘Igor Gomes’. O que eu estou vivendo hoje aqui, de poder disputar esses jogos em altitude, jogos em estádio lotado, com adversários tradicionais, isso aqui pra mim não tem preço. Eu jogo futebol pra sentir esse tipo de vibração, esse frio na barriga. É o que me motiva. Cresci vendo o São Paulo disputar o torneio e sendo muito tradicional, eu via sempre o São Paulo chegar na Libertadores e se transformar. E nosso grupo está no caminho. Tem muito a melhorar, mas estamos no caminho pra fazer um grande campeonato”, finalizou.

O próximo desafio do São Paulo na Copa Libertadores acontece nesta quarta-feira (11), contra a LDU, às 21h (de Brasília), no Morumbi. Por meio de suas redes sociais, o Tricolor já divulgou mais de 30 mil ingressos vendidos. Com a derrota para o Binacional, no Peru, o elenco são-paulino precisará correr atrás da classificação no grupo que pode ser considerado o mais difícil do torneio. 

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