Lateral-esquerdo fala à Goal sobre os planos para 2020 no Tricolor, trajetória no clube e sobre o desejo de ser campeão para mostrar fotos aos filhos

Reinaldo, do São Paulo. É assim que o lateral-esquerdo titular do clube do Morumbi é conhecido nos últimos sete anos, com breves intervalos, e assim que ele pretende permanecer por toda a vida. Em busca de títulos para deixar seu nome eternamente associado ao clube do Morumbi, o defensor falou à Goal sobre sua vida no Tricolor desde 2013.

Com citações ao dia em que teve de encarar o Bayern de Guardiola e à força encontrada no nascimento do filho para lidar com as críticas, o jogador falou sobre o estilo de Fernando Diniz no trato com os atletas e a aprendizagem diária com Daniel Alves, um fenômeno da posição.

“Diniz é um cara sensacional, dentro de campo ele cobra, pede para fazer do jeito dele, sempre gritando para nos orientar. Mas no dia a dia ele passa muito carinho, um cara sensacional, quer sempre o bem do jogador”, comentou o lateral, confiante que a busca por um título vai ser bem sucedida dessa vez.

” A gente lutou muito, chegou na liderança em 2018, infelizmente não conseguimos nos manter lá . Brigamos até onde deu, a gente estava muito focado em ser campeão com o São Paulo, como em todos anos, ali estava muito próximo. Em 2019 também brigamos bastante, mas nossa equipe oscilou muito”, recordou.

Com Paulista, Libertadores, Copa do Brasil e Brasileiro pela frente, ele confia que desse ano não escapa a primeira taça oficial pelo Tricolor. Qual delas? Ele não escolhe. “Ah, por mim, campeão de tudo aí (risos)”, afirmou, sorridente.

Veja o papo completo com o ala:

Goal: Quase sete anos desde que chegou ao São Paulo, qual é o balanço da sua trajetória?

Reinaldo: No começo, quando eu vim, tinha três ou quatro laterais esquerdos comigo, uma concorrência muito grande. Mas eu continuei trabalhando firme e forte, tive a oportunidade de fazer meus jogos, ir bem no começo da temporada. Depois deu uma caída, fui emprestado para Ponte preta, Chapecoense, consegui ganhar mais experiência, ser mais maduro dentro e fora de campo. Aí voltei, voltei bem, estou ajudando da melhor forma possível.

Goal: Não é um caminho comum ficar dois anos fora, voltar e jogar. Você imaginava isso?

Reinaldo:  Ah, imaginava. Saí daqui bastante chateado. Não desenvolvi meu melhor futebol. Saí para fazer uma temporada boa, a intenção era fazer só uma pela Ponte, mas consegui ir muito bem na Ponte e depois o São Paulo me emprestou de novo para a Chapecoense.

Foi um ano maravilhoso na minha vida. Mas desde que saí coloquei na minha cabeça que eu tinha que voltar, aqui é o meu lugar, era um sonho de criança que eu estava realizando. Ia sair, pegar experiência e voltar para vestir essa camisa novamente.

Goal: E não dá para dizer que você não tinha mercado. O Fábio Carille chegou a pedir sua contratação no Corinthians, que era campeão brasileiro na época.

Reinaldo: Com certeza. Na Chape eu consegui desenvolver muito o meu futebol em alto nível. Acredito que, se eu tivesse jogado o que eu joguei lá na Chape, com todo respeito à Chape, mas se fosse em um time como o São Paulo eu tenho certeza que até seleção brasileira eu pegaria . Foi um ano de muito alto nível que eu joguei ali, tanto de assistência quanto gol.

Sou muito grato à Chape, ao povo de Chapecó que me acolheu muito bem, tenho certeza que ali foi um ano maravilhoso que eu vivi tanto fora quanto dentro de campo.

Goal: Em que você acha que evoluiu?

Reinaldo: Taticamente muito. Tecnicamente o jogador profissional quando chega no profissional a gente sabe e tem isso dentro da gente. Mas taticamente, na Ponte e na Chape, consegui ser um cara com disciplina dentro de fora de campo. Foi fundamental para mim, melhorar taticamente, e quando eu cheguei aqui no São Paulo, com todos os treinadores que passaram desde então, sempre venho em evolução. Aprendendo ainda mais taticamente, jogadores experientes, tem que melhorar sempre , estar em evolução sempre.

Goal: Queria que você comentasse uma linha do tempo de alguns fatos seus pelo São Paulo. Em 2013 o São Paulo foi jogar a Audi Cup, na Alemanha, contra o Bayern do Guardiola. Como foi para você encarar um cara como o Robben logo de cara?

Reinaldo: Ali foi meu segundo jogo pelo São Paulo. Eu tinha jogado já contra o Corinthians, a gente empatou por 0 a 0, aí fomos jogar essa Copa Audi aí. Robben, Bayern, Pep Guardiola no auge deles. Foi uma experiência muito boa, um jogo muito bom, apesar de a gente ter perdido. 

Goal: Marcou bem ele (Robben)?

Reinaldo: Creio que sim. Ele não fez gol, então eu marquei bem, sim (risos).

Goal: Aquela primeira saída, em 2015, te afetou muito? Você saiu triste aqui do São Paulo?

Reinaldo: Com certeza. Mas, com o apoio da minha esposa, com meu filho, que nasceu em 2015, consegui ficar forte. Não deixei nada de fora me abalar. Claro que algumas coisas me abalavam, mas quando eu chegada em casa, com a minha esposa, meu filho, minha família de Alagoas sempre conversando bastante. Pude dar a volta por cima dessas críticas.

Espero que nunca mais volte, tenho certeza que não vai, minha tendência é só evoluir e fazer coisas boas para ajudar o São Paulo.

Goal: Em 2018, você fez dois gol em um clássico com o Corinthians. Esse é o seu jogo mais especial com a camisa do São Paulo?

Reinaldo: Ainda tem a estreia também, contra o Corinthians, um jogo especial para mim, ter estreado com a camisa do São Paulo, primeiro jogo, clássico. Mas foi mais especial ainda esse. Consegui fazer dois gols, ajudar o São Paulo a sair com a vitória, consegui fazer dois gols, foi muito importante para mim, para a minha carreira, para a minha sequência aqui com o São Paulo, Morumbi estava muito lotado aquele dia. Foi muito especial.

Goal: E o que faltou para os grupos de 2018 e 2019 serem campeões no São Paulo?

Reinaldo: Ah, não vou dizer que faltou, a gente lutou muito, chegou na liderança em 2018, infelizmente não conseguimos nos manter lá. Brigamos até onde deu para lutar por essa liderança, demos uma caída na hora errada do campeonato. A gente estava muito focado em ser campeão com o São Paulo, como em todos anos, ali estava muito próximo, infelizmente não conseguimos.

Em 2019 também brigamos bastante, mas nossa equipe oscilou muito. Tenho certeza que, agora em 2020, nossa equipe vai brigar, nosso elenco foi mantido, e a tendência é essa, evoluir sempre.

Goal: Queria ainda que você falasse sobre alguns personagens desse 2020. Começando, sobre o Fernando Diniz, não só no lado profissional, mas humano.

Reinaldo: Diniz é um cara sensacional, dentro de campo ele cobra, pede para fazer do jeito dele, sempre gritando para nos orientar. Mas no dia a dia ele passa muito carinho, um cara sensacional, quer sempre bem do jogador. Conversa e escuta não só os experientes, mas também os mais jovens. É um cara que tem sido sensacional para mim e que eu vou levar independente de qualquer coisa para a vida.

É um cara que dá a vida para o trabalho, tem suas ideias de jogo, muito boas, de se portar dentro de campo. E tenho certeza que ele merece ser muito vencedor, eu e meus colegas vamos lutar muito para esse trabalho dar certo. Está dando já, estamos em evolução, até porque todos os jogos em que a gente jogou esse ano fomos dominantes. Tivemos a bola, temos umas cinco, seis chances de gol por jogo. O que está faltando é a gente concluir em gol. Diniz é um cara sensacional e que não só eu como todos os atletas vamos levar para a vida.

Goal: E sobre o Daniel Alves, como é essa relação com um dos melhores laterais da história?

Reinaldo: Ah, o Daniel é um cara sensacional também. Ele, Juanfran, Hernanes, três caras que falam bastante com a gente. O Dani eu procuro estar sempre conversando, tanto dentro quanto fora de campo. Não só pegar experiência, mas para melhorar meu dia a dia, posicionamento, tudo. É um cara que está nos ajudando muito.

Vou lembrar sempre que esse cara nos ajudou muito e está aí não só para mostrar o seu trabalho, mas também para ajudar os seus companheiros.

Goal: O que falta para você ser lembrado para sempre como o Reinaldo do São Paulo? Terminar a carreira e quem for lembrar de você falar: “Ah, o Reinaldo do São Paulo”, manter essa conexão com o clube?

Reinaldo: Com certeza um título. Um título sempre fica marcado na carreira de um atleta e em um clube igual ao São Paulo tem que ser campeão. Esse é o meu foco, ganhar títulos e deixar o São Paulo sempre onde ele tem que estar que é no topo. Daqui dez anos, quando passar o time de 2020 do São Paulo, alguém ver que o São Paulo foi campeão, um quadro do Reinaldo aqui no CT, lá no Morumbi também para todo mundo que passar ver. Eu também, mostrar para os meus filhos, para os meus netos que eu fui campeão em um grande clube como o São Paulo.

Goal: E foi campeão do que?

Reinaldo: Ah, por mim, campeão de tudo aí (risos). Vamos com os nosso pezinhos no chão, estamos disputando o Paulista. Esperamos que a gente comece por esse título paulista aí para o São Paulo ter uma sequência muito boa.

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