Precoce demais? Início de trabalho? Estadual é pré-temporada? Tá muito no começo? Nada disso. O clássico São Paulo x Corinthians, sábado, no Morumbi, tornou-se decisivo para Fernando Diniz.

E os motivos são diversos. Os mais recentes são os resultados, péssimos, contra Novorizontino e Santo André, que colocaram o clube na bizarra terceira colocação de seu grupo no Estadual, fora hoje portanto da zona de classificação.

As desculpas para os tropeços estão na ponta da língua do treinador e de boa parte da crítica – poucas vezes um treinador sem resultados foi tão enaltecido ou compreendido pelos jornalistas. Erros de arbitragem e falta de sorte nas finalizações. O time criou, criou, criou, mas não balançou as redes.

Esse discurso é simplesmente idêntico aos da fase final de Fernando Diniz no Athletico e no Fluminense. O time “jogava”, mas por um motivo ou outro, sempre, não ganhava.

Contra o Corinthians, não há desculpa. A responsabilidade é inteira do São Paulo, que vai jogar para a sua torcida; uma torcida machucada, ferida, que não aceita de forma alguma perder ou não ganhar especialmente de dois times: Palmeiras e, sobretudo, Corinthians.

Portanto, de uma forma ou de outra, o trabalho de Fernando Diniz estará sob julgamento neste clássico. Antes do resultado final, posso listar algumas observações que colocam a “Era Diniz” no São Paulo em discussão.

. Fernando Diniz não está iniciando o trabalho, como Vanderlei Luxemburgo, Jesualdo Ferreira ou Tiago Nunes.

. Foi mantido no cargo, diferentemente dos rivais. Sofreu poucas baixas no elenco, teve pré-temporada e tempo de incrementar o time.

. Desde que chegou ao São Paulo, disputou duas competições apenas. Brasileiro e Paulista. Ou seja: teve semanas inteiras, várias, para ajustar a equipe.

. No ano passado, repetiu a campanha e o aproveitamento de Cuca. Ou seja: desempenho discreto.

. De lá para cá, o time perdeu consistência defensiva, ganhou mais posse de bola e construção (vale ressaltar a participação cada vez melhor de Daniel Alves nesse processo), e teve piores resultados (contra times mais fracos)

. Seu São Paulo, refletindo um comando frágil e um grupo de jogadores instável, é um time conformado com resultados ruins. Que aceita perder ou empatar sem contestação, sem indignação, sem inconformismo.

Uma vitória sobre o Corinthians apaga tudo isso aí acima? Não. Não apaga. Mas não vencer o Corinthians vai colocar em evidência todos esses aspectos. E agora, Fernando Diniz?

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