A torcida do São Paulo reclamou da lentidão do time no segundo tempo do clássico contra o Palmeiras, que terminou em 0 a 0 na tarde de ontem (27), em Araraquara. O time muitas vezes tinha campo para agredir mais o rival, mas optava por segurar a posse e avançar com calma, com passes seguros. Até fazia parte da estratégia pensada para o Choque-Rei, mas os excessos incomodaram não só os torcedores. Fernando Diniz também queria ver o Tricolor com mais ímpeto na etapa final.

“Ainda falta treino, o campo estava seco e o calor atrapalhou, além da própria qualidade do Palmeiras, mas mesmo somando tudo isso, a gente precisava ter sido um pouco mais vertical. Ao mesmo tempo, a gente não podia atacar de qualquer jeito porque sabe que eles são muito fortes no contra-ataque. Com Dudu, Luiz Adriano, Verón e Lucas Lima, a gente precisava de calma”, explicou o técnico.

O primeiro tempo mostrou que a estratégia poderia funcionar. O São Paulo foi dominante na posse de bola e, com as linhas adiantadas, conseguia rapidamente desarmar o Palmeiras, impedindo contragolpes e iniciando novas ações ofensivas. Só que também na primeira etapa já apareceram alguns problemas oriundos da falta de verticalidade.

Essa posse de bola resultou em chances de gol nem tão claras, em chutes de fora da área e, posteriormente, nas bolas paradas que essas finalizações rendiam. O Palmeiras, mesmo concluindo menos a gol, teve a primeira grande oportunidade, que só não se converteu em gol porque Tiago Volpi bloqueou Dudu no momento certo. Os alviverdes tinham mais apetite para definir os lances ofensivos.

A diferença de postura dos ataques ficou ainda mais escancarada no segundo tempo. O São Paulo perdeu chance incrível após lançamento de Volpi para Daniel Alves e depois disso se resumiu a toques curtos, de lado ou para trás, que pareciam servir apenas para descansar o time e manter o Palmeiras longe da área de Volpi. Hernanes deu razão a essa leitura.

“O clima e o campo acabaram retardando um pouco o jogo e nos prejudicaram mais, porque gostamos dos toques rápidos e a bola não deslizava. Então optamos pela precaução de ficar com a bola e evitar os contra-ataques. Escolhemos um jogo mais pensado do que intuitivo, mas, de fato, ficou menos vertical do que deveria. Faz parte, precisávamos ser inteligentes”, ponderou o Profeta.

Quando os torcedores reclamaram nas redes sociais dessa falta de ímpeto ofensivo, pensaram na necessidade que o São Paulo tem de vencer mais clássicos. Diniz e Hernanes concordam com o clamor popular, mas pedem confiança no trabalho que “está se solidificando”.

UOL