Fernando Diniz faz parte da nova geração de treinadores do futebol brasileiro, mas rejeita o rótulo de “moderno”. Na verdade, o ex-jogador de 45 anos se define quase como uma antítese disso. Ele considera muito mais importante cuidar do lado humano do jogador do que ensiná-lo a se comportar taticamente.
– Essa pseudo-modernidade que está aí eu não acho um grande avanço para o futebol. Em termos de metodologia, são quase sempre treinos muito curtos e muito intensos, enquanto eu faço treinos intensos, mas longos. Alguns dos meus treinos não têm tanta intensidade e são mais longos ainda. Muita gente trabalha só em espaço reduzido, enquanto eu uso o campo todo em muitos trabalhos. E trabalho muito nessa vertente do contato com o jogador, que acho que hoje em dia está cada vez menor. De saber como melhorar o jogador, o que acontecia muito mais no passado do que hoje. A gente ainda produz muitos bons jogadores, mas menos do que poderia. Hoje tudo se resume ao tático, à superficialidade do jogo. É linha de quatro, bloco baixo, bloco médio… As pessoas aprendem meia dúzia de termos específicos, que vão mudando conforme as publicações a respeito do futebol vão saindo, e vamos perdendo o coração do futebol. As pessoas são o coração do futebol – disse o treinador do São Paulo.
As respostas de Diniz durante os 30 minutos de conversa com a reportagem do LANCE! no CT da Barra Fundaajudam a entender a admiração dos jogadores por ele. Psicólogo formado pela Universidade São Marcos, o técnico se preocupa com a pessoa antes de se preocupar com o atleta.
– Ninguém quer saber que o jogador de futebol tem uma vida. O Helinho veio de onde? Ele tem pai? Ele tem mãe? Está no São Paulo há quanto tempo? Do que ele precisa? Para mim isso é a coisa mais importante. Não é se ele fez o gol ou se errou. Eu quero saber como consigo ajudar essa pessoa a ter mais consistência para viver. A parte tática claro que é importante, talvez eu seja o cara que mais trabalha no campo em termos de volume e intensidade, mas essa parte de saber com quem você está lidando e respeitar a pessoa que está trabalhando com você acho que é a mais importante. E aqui no Brasil, onde a gente deveria levar muito mais a sério, deixamos em segundo plano e passamos a copiar aquilo que é normativo na Europa. E quando você copia alguém dificilmente você consegue ser melhor, você é só uma cópia – opinou ele, que deixa transparecer um enorme descontentamento com a cultura da formação de jogadores no país, inclusive a que existe em Cotia, na elogiada base tricolor.
– Você aprende desde cedo que você é uma coisa, você é um produto, e as pessoas estão ali para ver você jogar bem. Você é um alguém que vai dar alegria para o outro, independentemente da sua idade. Desde os dez anos é assim que você é tratado. Então você tem que jogar bem para alegrar o outro e não interessa se você está triste. Se você joga mal, naquele momento você não é ninguém. Isso é uma coisa que as pessoas não param para pensar, é uma coisa que eu sugiro que vocês discutam mais. O cara vem do sertão da Paraíba e chega aqui com 11 ou 12 anos. Se ele joga bem é tratado de uma forma, se ele joga mal é tratado de outra forma. Ele é visto só como alguém que joga futebol. Ele não é uma pessoa, é alguém que joga futebol. Com 18 anos, vira profissional e tem que lidar com esse mundo do futebol, onde as críticas não são relativizadas em nenhum momento, é tudo absoluto. Se não corre, é preguiçoso. Se perde o gol, é ruim. Se faltou a um treino, é porque não tem responsabilidade. Mas qual foi a base para ele ter responsabilidade? O pai estava perto? A mãe estava perto? O clube se preocupou com isso? Acho isso um erro brutal, a gente vai assassinando emocionalmente as pessoas.
O elenco são-paulino fez praticamente uma campanha pública para que a diretoria não o mandasse embora ao fim de 2019, mesmo que os resultados não tenham sido os mais animadores: desde que ele substituiu Cuca, em setembro, foram sete vitórias, cinco empates e cinco derrotas no Brasileirão, que acabaram sendo suficientes para a vaga direta na fase de grupos da Libertadores, em sexto lugar. Mas não tente conversar com ele sobre futebol colocando os resultados em primeiro plano.
– A avaliação externa, em determinado momento do ano passado, foi abaixo do que estava acontecendo. E agora depois de ganharmos do Água Santa provavelmente está acima daquilo que está acontecendo também. Eu não tenho lido nada, mas vejo pelo semblante das pessoas que o movimento que está sendo feito é de que foi um jogo espetacular. Foi um jogo em que a gente teve coisas boas e coisas ruins que precisam ser corrigidas – disse, citando a vitória por 2 a 0 da estreia do Paulistão-2020, com gols construídos bem ao “estilo Diniz”, com toque de bola desde a defesa.
Veja abaixo a íntegra da entrevista com Fernando Diniz, que tem um desafio importante no horizonte: o duelo contra o Palmeiras, às 16h de domingo, em Araraquara:
LANCE!: Você disse no ano passado que o São Paulo é o time que mais tem sua cara depois de dois meses de trabalho. Essa declaração causou muitas críticas por ter vindo logo depois de uma derrota doída para o Grêmio, por 3 a 0. Depois da vitória contra o Água Santa, você acha que dá para enxergar melhor a sua cara nesse time?
Fernando Diniz: Isso aí serve para a gente não ficar no simplismo de um jogo. Quando eu falei, depois do jogo contra o Grêmio, que o time tinha a minha cara, era mesmo. No futebol, se não estivermos estacionados, estamos atrasados, e um dos componentes para isso é analisar pelas circunstâncias de determinados jogos. A derrota para o Grêmio foi muito doída porque a gente tomou três gols em seis minutos, mas convido todos os jornalistas a pegarem o segundo tempo até a gente tomar os três gols. A gente tinha jogado melhor, mas deixou de marcar e o Grêmio fez três gols de uma maneira quase instantânea. Na quarta a gente fez um jogo bom, mas tem que conter a euforia. É o primeiro jogo do campeonato. A equipe já tem uma base do ano passado, a vaga direta para a Libertadores deu credibilidade e confiança para os jogadores, a gente teve um tempo lá em Cotia para aprofundar o modelo de jogo e as relações entre nós, então a gente conseguiu mostrar um pouco mais desse aspecto tático. Todo mundo só gosta de discutir isso, mas para mim o jogo não se resume ao que é tático. Aquele jogo do Grêmio ajudou a gente a se fortalecer internamente para poder ganhar do Inter, tem que saber separar, não aconteceram só coisas ruins naquele dia. Eu acho que a gente tem que melhorar essas relações com o jogo de futebol. Se as nossas críticas forem com base no resultado não vamos conseguir andar para a frente. Na parte tática, de fato a gente teve alguns elementos que são características das equipes que eu dirijo, mas ano passado a gente fez coisas muito boas. Contra o Santos, por exemplo, um jogo que tinha um caráter muito mais decisivo que o de quarta-feira, uma equipe muito difícil de ser batida dentro da Vila Belmiro. Mas aí vem o jogo do Grêmio, as coisas não acontecem e se esquece o que fizemos contra o Santos, contra o Corinthians, contra o Atlético-MG. Tudo isso aconteceu em dois meses de trabalho.
Você disse que a tática não é o mais importante, embora seja o mais discutido hoje em dia. O que é o mais importante do futebol na sua visão?
As relações humanas que se estabelece em um time de futebol estão muito à frente da parte tática. Eu falo isso faz dez anos quase que rotineiramente. Tem a ver com o poder de concentração que você estabelece com os jogadores, o desejo de ganhar, a coragem para jogar, a maneira de ser solidário dentro de campo. Todos esses fatores estão acima da parte tática. A parte tática acontece quando essas relações estão mais estabelecidas. Se estiver fragilizado nisso, a parte tática sofre. O jogo de futebol, para mim, tem muito a ver com a vida. Então quando as pessoas estão analisando só a parte tática, fica difícil. Dificilmente eu me movo por aquilo que está sendo comentado, porque geralmente se comenta apenas sobre a parte tática e o resultado final da partida, e o futebol não se resume a isso.
O São Paulo está tentando recuperar alguns jogadores que não foram bem em 2019, casos de Helinho, Pato e Hernanes. Você acha que isso está até mais ligado à parte mental do que às partes física e técnica?
Isso é óbvio, mas é uma obviedade que a gente não consegue levar adiante no futebol. Ao contrário, a gente está levando adiante as outras questões. Como que o Pato, o Hernanes e o Helinho tiveram uma transformação no período de férias e em dez dias de treinamento? Não é isso. Está acontecendo porque os caras sempre foram bons, mas quando você falava no ano passado que o Helinho era bom virava chacota. A gente tem um monte de jogador que está enterrado porque foi motivo de chacota. Quando você é motivo de chacota de uma maneira muito pesada é difícil você reagir sozinho, quase ninguém consegue. Não só jogador, mas qualquer pessoa. No mundo do futebol, as pessoas ficam expostas, às vezes, com 18 ou 19 anos, como é o caso do Helinho. Em determinado momento você tem um estádio todo contra você, porque a torcida está lá para isso mesmo. Mas a gente que trabalha no meio do futebol não pode pegar um jogador de 19 anos e achar que ele vai suportar sozinho a carga emocional pesada que vem do entorno. O Helinho, o Hernanes e o Pato sempre foram bons. Quarta foi um primeiro passo, mas tem muitos passos que a gente ainda precisa dar. Temos que ser contidos e saber que ainda precisamos trabalhar muito.
As conversas individuais que você tem com os jogadores são parte desse trabalho psicológico?
Quase sempre que vocês estão aqui, me veem conversando com alguém. É minha rotina diária, vocês sabem que não sou um treinador que faz as coisas porque vai repercutir bem lá fora. O trabalho que eu desenvolvo é feito em cima de dois fatores muito importantes: fazer com que os jogadores melhorem como pessoas e como atletas e que jogador e torcedor possam entrar em sintonia. O futebol, para mim, é feito principalmente desses dois elementos (jogador e torcedor). Tem muitas outras coisas, como comissão técnica, comunicação, imprensa e diretoria, mas esses são coadjuvantes dos atores principais. A gente trabalha por eles e para eles, e às vezes as pessoas ficam trabalhando contra esses dois elementos sem perceber. Às vezes a gente faz críticas a determinado jogador porque parece que vai repercutir bem na torcida ou porque repercute bem para quem está fazendo a crítica naquele momento, mas muitas vezes não corresponde à verdade. Às vezes é uma mentira que fica sendo repetida muitas vezes e não deixa a verdade aparecer. No futebol brasileiro acho que isso acontece muito. Pegar determinadas pessoas e ficar pesando muito na crítica. Aquele cara é bom, mas o talento não aparece e fica todo mundo falando que ele é ruim, então ele vai ficar para a história como se fosse ruim. Eu vi isso a minha carreira inteira, é uma coisa que a gente tem que ter mais cuidado, principalmente as pessoas que podem fazer alguma coisa. Temos que fortalecer mais esse tipo de jogador para que ele consiga suportar viver nesse ambiente profissional que é muito hostil na maioria do tempo. Eu costumo dizer que o futebol é uma máquina de moer gente. Você tem que suportar e não se deixar ser moído pelo sistema. Não é o lugar em que a gente promove saúde e boas relações, a tendência é que não se estabeleçam boas relações humanas.
Quando você deixou o Pato e o Hernanes fora da reta final do Brasileirão do ano passado, a ideia era preservá-los das críticas e dar tempo para que se recuperasse e pudessem voltar bem em 2020?
Não penso nesse tipo de coisa, é um pensamento meio utilitarista. Eu entrego minha vida ao futebol e faço aquilo que acho mais justo e mais certo. Naquele momento achei que esse era o melhor para o Hernanes, para o Pato, para o São Paulo, para mim e todo mundo que está envolvido. Não que eu achasse que os atletas não serviam. O Hernanes é um cara identificado com a torcida, um cara que tem um talento absurdo, e a qualquer momento podia acontecer o que está acontecendo. Agora a gente tem que continuar caminhando para que isso evolua até o fim da temporada. E o Pato da mesma forma. Só que naquele momento as coisas não estavam acontecendo, e você insistir, às vezes, é expor de uma maneira errada o jogador, a instituição e o time. É certo ou errado? Você não sabe. Para mim, o certo naquele momento era fazer aquilo. Fiz pela minha cabeça e pelo meu coração. E a minha relação com os dois sempre foi muito digna e sincera, explicando e tendo os caras perto. Os dois ajudaram muito a conquistar essa vaga na Libertadores, que foi um objetivo muito importante de ter conquistado, embora a gente saiba que para o São Paulo ficar em sexto no Brasileiro nunca é bom.
Os anos sem título, obviamente, criam uma pressão imensa no clube. Como esse peso extra interfere no dia a dia de trabalho?
É um peso extra por um lado e uma baita oportunidade por outro. Estar no São Paulo é isso. Eu me sinto um felizardo de estar aqui, para mim é um prêmio por aquilo que construí em dez anos. Depois que eu cheguei, encarei como um grande desafio. Não senti essa carga, vejo muito mais como oportunidade. É uma carga que existe, o torcedor cobra, está fazendo o papel dele. Torcedor é assim mesmo, e o torcedor do São Paulo é ainda mais. É o maior ganhador do Brasil, tem três Libertadores, três Mundiais, tantos Brasileiros, tantos Paulistas. Talvez, na média, desde que o clube existe, seja o maior ganhador de títulos. É um clube acostumado a ganhar, principalmente depois da década do Raí, que hoje é nosso diretor e nos ajuda tanto. De 1991 até 2008 o São Paulo ganhou muita coisa, talvez os títulos mais importantes da história, e depois tem esse período de seca. O torcedor não está aqui no dia a dia. A gente está, e tem que fazer o melhor possível para devolver a alegria para ele e ganhar campeonato.
Você falou no início dessa conversa sobre a dificuldade dos jogadores que são motivo de chacota. Você sente que, em determinados momentos, você também é alvo disso por não ser convencional? É algo que te incomoda?
Eu leio muito pouco a imprensa e praticamente não acompanho mídia social. O que importa para mim é o que acontece internamente e o que é verdade. O que a gente precisa no mundo é ter ideias, trabalhar nas ideias e persistir nas ideias. Esse mundo superficial em que o que ganha é sempre bom e o que perde é sempre ruim não me interessa em absolutamente nada. Eu sei que isso se desfaz muito facilmente em médio e longo prazo, não tem consistência. Então não tem chacota, porque o que faz chacota hoje amanhã vai estar enaltecendo. O treinador mais enaltecido no Brasil foi motivo de grande chacota no ano passado, que é o Jorge Jesus. Eu sentiria vergonha se fosse um dos caras que fizeram chacota naquela época e agora estão elogiando muito. As pessoas esquecem, mas eu não esqueço do que falo. Para mim quem faz isso não tem opinião de nada, está passando no mundo sem saber o que está vivendo, está desperdiçando a vida, porque não se posiciona. Gosto muito daquele que se manteve firme e disse que ele era bom quando chegou. Ele não ficou bom depois que veio para cá, ele já era bom. E se alguém tem a coragem de fazer críticas pontuais também tem mais mérito para mim. A verdade não vai balançando conforme o sabor dos resultados e das paixões loucas que acontecem por causa dos resultados. Temos que ter mais lucidez para tratar o futebol e a vida das pessoas. Esse descompromisso que as pessoas que militam no futebol têm com a vida é uma coisa da qual discordo completamente.
Como se formou esse Fernando Diniz preocupado primeiro com a pessoa, sendo que você cresceu nesse mundo do futebol?
Isso tem muito a ver com a minha origem, onde cresci, quem foram meus pais. Eu sou um cara muito parecido com a média do jogador futebol no Brasil. Um cara pobre, periférico, órfão de pai aos oito anos, com uma mãe batalhadora para caramba que cuidava de oito filhos, vivendo em um lugar marginal de São Paulo, na periferia da Zona Leste. Eu cresci no futebol e com valores muito fortes, procurando fazer as coisas direito, sempre treinar muito, procurar ser justo com as coisas. Eu fui me constituindo no mundo do futebol e aprendendo pelo contrário. Na maioria do tempo as pessoas faziam aquilo que eu não gostaria que fosse feito. O jogador é tratado como uma coisa, mas antes de ser jogador ele é uma pessoa, é filho de alguém, é pai de família. Cuidar disso não é desprezar o futebol, ao contrário. Na minha modesta opinião quem cuida melhor disso cuida bem melhor do futebol e faz aquele jogador ser melhor do que é.
O São Paulo tem um trabalho de base vitorioso e elogiadíssimo. Você considera que lá os garotos são melhor cuidados como pessoas?
Vou falar primeiro em termos esportivos. O São Paulo está à frente da maioria dos clubes do Brasil, se não de todos. Um dos pilares centrais do São Paulo é ter Cotia, porque a gente sempre pode recorrer a Cotia, tem sempre ali um arsenal do qual você vai lançar mão e eles respondem muito bem. No aspecto humano, o São Paulo e os outros clubes poderiam ser claramente melhores. Isso para mim é um erro de avaliação do futebol, e o São Paulo está nesse meio. A gente tinha que olhar mais para o jogador como uma pessoa e ajudar a formá-lo. Os clubes de futebol, principalmente os grandes, poderiam assumir uma função que seria do estado, que é muito relapso quanto a isso. Se você não tem dinheiro no Brasil, você tem escola pública de péssima qualidade, segurança de péssima qualidade, saúde de péssima qualidade, tudo de péssima qualidade. Acho que os clubes poderiam ajudar na formação desses indivíduos para entregar aqueles que não forem jogadores para a sociedade de uma forma melhor.
Como começar a resolver isso? Talvez com mais profissionais da psicologia dentro dos clubes?
Na base, talvez, tanto psicólogo quanto assistente social. Tinha que ter mais, mas para trabalhar ativamente. O psicólogo e o assistente social não estão lá para fazer o clube ganhar mais títulos, estão lá para cuidar das pessoas. Cuidando das pessoas, naturalmente devem vir mais títulos, mas se as pessoas conviverem melhor com suas angústias o trabalho já estará bem realizado. A psicologia está no mundo para diminuir o sofrimento humano, não para fazer você ganhar mais campeonatos. Quando essas coisas começam a concorrer, a psicologia muitas vezes presta um desserviço. Geralmente quem está mais bem cuidado é um profissional melhor, mas isso não é o foco da psicologia, tem que ser uma consequência.
Como você vê o jovem formado na base no Brasil? Por haver uma grande preocupação com a parte tática, chegam disciplinados nesse aspecto, mas com fundamentos deficientes? E a parte mental?
Eu acho que ele vem uma pessoa pior, mas com mais conhecimento tático, daquilo que hoje é normativo. O que é linha de quatro, como faço pressão… Uma coisa que acontece muito é que a gente vai especializando jogadores. Lateral é lateral. Ponta é ponta. O cara não aprende a jogar futebol, aprende a fazer uma posição. Eu discordo, é importante você conhecer o campo todo, migrar para muitas posições, principalmente na base. Não que você vá jogar em todas as posições, mas você tem que conhecer o campo e as posições de maneira plena. A gente cria muito jogador especialista hoje. Se você tira o cara do habitat natural dele, já não consegue fazer mais, não consegue ficar à vontade.
O número de lesões do São Paulo diminuiu depois da sua chegada, mesmo com treinos mais longos. A que você atribui esse dado?
Para mim o que menos machuca jogador é ter ambiente bom de trabalho. Machucar é uma forma de adoecer. Então qualquer ambiente de trabalho mais saudável faz as pessoas adoecerem menos, as pessoas têm mais prazer em estar ali. Eu procuro criar isso, um ambiente bom, e não só entre os jogadores. Comissão técnica, todo o entorno. Quanto mais harmonioso for o clube, menor a incidência de lesões. Outra coisa é ter comunicação direta com o jogador, saber respeitar a individualidade de cada um. Se o cara não dormiu, se está sentindo alguma coisa pontual… Ter comunicação direta ajuda a prevenir alguma coisa, deixando o cara um ou dois dias no departamento médico.
O seu São Paulo está pronto para suportar as pressões e sair da fila? E aonde o técnico Fernando Diniz, ou a pessoa Fernando Diniz, quer chegar?
O nosso São Paulo, porque não tem o meu São Paulo. É uma característica minha fazer uma construção coletiva, que todas as pessoas tenham a possibilidade de participar ativamente, de fato eu acredito muito nisso. O segurança, o cozinheiro e o jardineiro são pessoas importantes. Na maior parte do tempo nós somos muito iguais, eu, o segurança e o jardineiro. Tenho uma aproximação muito fácil com essas pessoas mais simples, porque me sinto uma delas, e esses caras fazem diferença para o ambiente do jogador. Talvez a coisa mais bonita que tenha aqui no São Paulo, e eu participei pouco disso, seja a formação de elenco. O eixo central de caráter do time é muito forte. Gente que gosta de trabalhar, gente que sabe ser solidária, que se preocupa com o outro. A gente precisa de todo mundo junto para seguir adiante. A gente não sabe, mas acredita muito que pode conseguir coisas grandes neste ano. E quanto ao meu lugar, estou muito feliz onde estou. Aliás, estou sempre feliz, porque faço o que amo, recebo para isso, é um privilégio. Até o lado que as pessoas acham ruim em ser treinador, que são as críticas, para mim é aprendizado. A gente vai aprendendo com tudo aquilo que acontece, interna e externamente. Sabendo filtrar a gente pode aprender com todo mundo.
Lance!
Entrevista tão longa quanto os treinos com menos intensidade. Não confio nele e ponto final. Chega de apostas em treinadores estagiários que nunca venceram nada.
Nem enganar ele sabe, confessou o que todos sabemos: ele nao entende nada de tatica ou futebol!
alias, ficar querendo entender o jogador como pessoa deve ser brincadeira, pois a maioria dos trabalhadores brasileiros ganha salario minimo ou um pouco mais e nao é entendido por ninguem: ou trabalha, ou esta na rua, enquanto tem enganador ganhando milhoes só para jogar bola e ainda se sente incompreendido! vai amassar um barro para ver o que é dureza…
Esse cara tem perfil de assistente social, de dretor de ong… qualquer coisa, menos treinador de futebol.
Provou que como técnico de futebol é um bom psicólogo. Ótimo que ele se preocupe com o lado humano e social numa sociedade cada vez mais pautada por desempenho e relações superficiais. Mas dizer que o lado humano é o principal no futebol como se isso fosse um diferencial é absurdo. O lado humano deveria ser o principal em qualquer atividade. Assim qualquer bom psicologo seria um bom chefe ou técnico. Diniz mostra que é contra o alto desempenho do futebol moderno. Ta bom, mas isso acontece hoje em qualquer profissão. Esse pensamento deveria ser associado a outro modelo tático então. Ele acabou de dizer que é a antítese do futebol moderno, mas sem propor taticamente outro futebol, isto é chocante. Ele definitivamente um tecnico moderno, nem um antigo. É um psicologo que jogou futebol e sabe algumas coisas. Espero que seja humilde e cresça nessa experiencia que está tendo no SPFC. Ou vá trabalhar como psicologo esportivo.
Boa noite, Waldomiro! Tudo bem com você? Mas o Diniz disse exatamente isso: ninguém se preocupa em entender as pessoas. Ele reconheceu exatamente o que você disse. Ele apenas externou não concordar com isso.
Eu vendo esse cara falar com essa boca mole e já lembrando que ele trabalha com o Raí e o Leco, não me espanta em nada ser esse time sem brio… discursinho de perdedor de todos em sintonia.
Discurso maravilhoso, obviamente não li nem metade dessa falacia toda.
Não deve terminar o semestre a frente do time.
Mas… que cale a minha boca, e queime minha língua.
Se vc acha que tem gente enganando e mesmo assim, ganhando milhões neste jogo chamado futebol e que aliem disto,o jogador de futebol não deve ser entendido e respeitado como pessoa , eu é que não entendo porque você acompanha este esporte…sinceramente!!
porque eu sou tricolor de verdade e nao concordo que o time seja arruinado por perebas! entendeu, ou quer que eu desenhe?
A resposta foi absurdamente primária e por isto muito fácil de entender..não precisa desenhar!!Se fosse mais elaborada talvez precisasse elucidar com desenho.
Acho que tem que buscar a excelência em tudo , não acho uma coisa menos importante que a outra , se os jogadores tiverem uma boa preparação fisica vai ser melhor pra eles , se tiver um bom gerenciamento do clube vai ser bom pra todos , se tiver o melhor treinamento tático e técnico vão jogar mais e vão se destacar , se tiver o melhor preparação psicológica vão ter maior capacidade de superação.
Faz uma preparação tatica ruim pro jogo , ai toma uma sapecada ai fica todos pra baixo , faz uma preparação tatica boa que ajuda a vencer o jogo , todos vão sair super leves sem ppreocupação, a tática pode até ser considerado um instrumento de motivação.
Na realidade oque todos querem e vencer , pega as entrevistas dos nos jogadores nas derrotas e humilhações, e frustrante , a derrota dói e tem que doer mesmo pra ti motivar a fazer tudo melhor pra vencer.
Achei uma ótima entrevista. Por isso é tão elogiado por todos que trabalham com ele, entende muito de futebol, tem uma cabeça diferente da maioria dos treinadores, torço para que dê certo na carreira, esteja onde estiver, que comece por aqui rs.
Uma entrevista dessa feita por um treinador que ganhou título recentemente, teria um peso diferente de um treinador jovem, sem títulos e em um clube que está há tanto tempo na fila, se essas mesmas palavras viessem do Jorge Jesus, estaríamos falando que há um Einstein no futebol, um gênio, alguém diferente, mas como é do Diniz, que por enquanto tem pouco resultado como treinador, aí vemos ataques, como se o cara fosse um lunático. Torço e torço muito mesmo para que o trabalho dele encaixe no SPFC e a carreira siga com sucesso.
Completamente de acordo contigo.
Posso estar enganado, mas pelo que todos dizem, mestre Telê trabalhava assim, melhorando os jogadores, trabalhando fundamentos, fazendo treinos coletivos longos pra alcançar maior entrosamento, e claro, vez ou outra pegava um jogador de uma posição e colocava em outra e o cara voava. Guardadas as devidas proporções, é claro, mas Telê presava pelo futebol bem jogado acima de tudo, assim como o Diniz.
Enfim, concordo contigo, tem muita má vontade da torcida só por que o cara tá em início de carreira, sendo q o maior culpado pelo rendimento pífio do ano passado foi o Cuca, que além de ter parada da copa América no meio do ano, pegou várias rodadas com jogos só no domingo, tendo toda a semana pra treinar e não deu em nada, mas o Cuca é medalhão, já ganhou liberta… Depois veio o Diniz e a culpa é toda dele que pegou o time jogando direto quarta e domingo.
Muito bem lembrado, o Telê tinha esses traços de se interessar e cuidar das pessoas.
E sem nenhum tipo de comparação, claro que não, entendia pra caramba de futebol, era competitivo ao extremo e muito vitorioso.
Lembrando que sofreu muito com a descrença de todos, tachado que foi de pé frio…
O Diniz tem uma lado humano que é bastante louvável, e até concordo que tem muito de clichê nessa história de ser moderno, mas quando ele fala de metodologia de treinamento é uma decepção. Depois não sabe porque falta intensidade em suas equipes ou porque outros treinadores conseguem imprimir um padrão e obter bons resultados em pouco tempo de trabalho. Tem coisas que são mais eficientes e pronto, não adianta vir com blá blá blá.
Sem querer me entrometer mas já me entrometendo, vários jogadores atuais nossos enfatizam que nunca treinaram tanto quanto tem treinado com ele, destacando a metodologia e a intensidade aplicadas.
Lógico que o Thiago Nunes tem os méritos dele mas os conceitos, filosofia, modelo e metodologia introduzidos pelo Fernando Diniz no tempo em que dirigiu o Atlhético PR, facilitaram muito o desenvolvimento e a consolidação do jeitão de jogar deles atualmente.
O próprio Marcão que dirigiu interinamente o Fluminense enfatiza a mesma coisa.
Pode ser, mas talvez não seja modo o mais efetivo. Pelo que ele falou, ele abre mão de métodos que são considerados mais eficazes. Não dava pra aliar isso com o lado humano? É só uma questão, mas fico na torcida que ele encontre o caminho com o tempo de trabalho que ele está tendo pra implementar seus conceitos.
Ah, e fique a vontade, estamos aqui para isso.
Seus comentários são ótimos e é um prazer poder interagir contigo.
Abraço.
Opa, obrigado! Igualmente meu amigo.
Abraço.
Cavalheiro do apocalipse tá ativo no blog.
Ainda não tem currículo pra sabermos se suas teorias dão resultados! Por enquanto só discurso vazio. Tática e treinamento são importantes sim Sr. Diniz.
Legal. Show de bola entrevista porém se não ganha amanhã se não ir bem no campeonato se não ganha título de nada adianta.
Ganhe primeiro um título convicente depois fale no momento. Fala muito e na prática não vi nada de melhora no time
Eu só quero vê se toma 2 porrada de rivais no Paulista aí quero vê o discurso
Concerteza vai ser sem tempo alguém desse blog quer aposta comigo ???????????
Ótima entrevista com muito conteúdo, mostrando o quão é diferenciado, o que explica porque é tão exaltado por todos os grupos com os quais tem trabalhado.
Pessoas, isso mesmo, diferentemente da forma tão simplista como muitos vêem a vida, são as pessoas e através delas que as coisas acontecem, inclusive no futebol, claro.
Gestão de pessoas é a base de tudo.
Infelizmente, muitos não alcançam e nem entendem absolutamente nada sobre esse conceito básico.
Cultura organizacional, clima organizacional, gestão de pessoas, desenvolvimento e treinamento, valorização e reconhecimento e também política de consequências, simples assim, nada se movimenta e nada acontece onde esses princípios não estejam presentes.
Tantos e tantos jogadores que saem enxotados do nosso clube e achincalhados pela nossa torcida, se dão bem e se sobressaem em outras agremiações.
Claro que não é isso e apenas isso, não entendesse de futebol e não estivesse apto e preparado para treinar equipes de futebol não teria atuado em clubes como esses três últimos, inclusive o nosso agora.
Os elencos e muitos jogadores desses clubes se manifestaram sobre a qualidade, conhecimento e competência dele, o mesmo ocorrendo de forma muito enfática numa entrevista do presidente do Atlhético PR que igualmente o reconhece e exalta como um ótimo treinador.
Evidente que os treinamentos, a parte técnica e tática, a competitividade, os resultados e conquistas, fazem parte e são esperados exigidos, lógico que sim.
Mas virão, e somente virão, em função de uma vigorosa gestão de pessoas.
Enfim …
Talvez uma parte específica da entrevista retrate a dicotomia que existe em relação a forma como as pessoas em geral pensam, a mídia esportiva, os tais comentaristas de plantão, e claro, também muitos torcedores que pensam ou apenas se comportam como apaixonados e desesperados torcedores que vivem uma longa secura de títulos, mal acostumados que são, face a grandiosidade da nossa sala de troféus.
O que ele pensa e fala sobre isso … :
“Então não tem chacota, porque o que faz chacota hoje amanhã vai estar enaltecendo. O treinador mais enaltecido no Brasil foi motivo de grande chacota no ano passado, que é o Jorge Jesus. Eu sentiria vergonha se fosse um dos caras que fizeram chacota naquela época e agora estão elogiando muito.”…
Muito boa essa entrevista dele, por mais que seja cético ao trabalho dele!!!. Mais tem uma visão humana muito boa!!!!
Entrevista foi muito boa.
Quanto ao Diniz como treinador, agora a gente vai poder ver melhor.
Seu rendimento foi estatisticamente melhor do que o Cuca.
E quanto ao futebol bem jogado, no ano passado, nao foi la o que o torcedor espera do S Paulo.
Mas classificou o time diretamente para a Libertadores. Cumpriu a meta, ja que o titulo ja era impossivel.
Vamos aguardar.
E acho que uma coisa e a diretoria e outra o Diniz.
Vou dar uma chance a ele, com neutralidade, sem julgar ele por ainda ser um treinador sem titulo.
Com uma boa sequencia, eu aplaudo. Caso cobtrario, nao.
Vai precisar de inovacao tatica, com os jogadores em grande fase, se quiser ser campeao. Pra superar o Flamengo, precisa colocar o time em um nivel muito alto.
Traduzindo, não passa do mata morre do paulistão, nem da primeira fase da libertadores.
Falta humanidade nas pessoas. Ele está certíssimo. É só observar os comentários e ver que estamos falhando como uma sociedade fraterna. Espero, sinceramente, que o amor os acolham. Não consigo acreditar que são assim fora deste blog.
Concordo que humanidade é fundamental. E discordo de argumentos reducionistas que falam que precisamos de um técnico e não de um psicólogo. Entender e saber lidar com o ser humano é habilidade necessária em qualquer profissão que lide com com outras pessoas, ainda mais em uma posição de liderança. Até o mundo corporativo compreende isso cada vez mais. Mas não é só isso, é preciso integrar uma série de habilidades para exercer esse papel. O lado humano é a base, o principal realmente, mas não se sustenta sozinho. Com tempo para implementar seus conceitos, teremos uma visão melhor sobre o trabalho realizado. Eu tenho uma impressão já algum tempo que lhe falte alguns recursos em termos de treinamento, embora torça que isso seja superado justamente por dar essa ênfase no lado humano.
Ou ainda, que ele mostre que tem recursos de treinamento também, ainda que trabalhe de modo diferente. Se minha impressão estiver errada melhor ainda!
Na minha percepção falta ao FD maiores e melhores condições em termos de estrutura da comissão técnica como um todo.
As comissões técnicas do Jorge de Jesus e do próprio Sampaoli por exemplo são bem mais encorpadas, melhor estruturadas o que facilitaria a disseminação e aplicação dos conceitos e metodologias.
Os assistentes desses treinadores atuam efetiva e intensamente em especial nas sessões de treinamentos mas também durante as partidas.
Eles chegam com um projeto completo, com uma estrutura montada.
Diferentemente, o FD ainda leva consigo apenas e tão somente as suas boas ideias e intenções.
Além desse perfil, características e aptidões relacionadas a pessoas, destacadas na entrevista, o pessoal da parte técnica e os jogadores exaltam muito o conhecimento e a capacidade dele como treinador.
Outro fator é a questão cultural envolvida relacionada a mudança drástica existente entre suas ideias e filosofia e a mesmice impregnada ao longo de tantos anos na maioria dos clubes, sempre com treinadores boleirões, e sem nenhum preparo ou diferencial.
Muito bacana a sua análise, faz muito sentido. Acredito que ele teria tudo pra ser um técnico top mas precisa ir atrás desse upgrade. Por enquanto vamos apostar no que ele tem a oferecer que faz sentido pro momento que o São Paulo está vivendo.
Upgrade na visão dele pra se aprofundar nessas questões e na sua comissão.
“humanidade” que sobra no leco e no conselho, pois todo ano ajudam os rivais a serem campeoes! isto é que é ser frateno…
É muita Buda molice em um clube só, e ainda vem nego falar do tele aqui, ora o tele se o jogador folgasse muito ia pro banco, treinar fundamento depois do coletivo, e penava pra voltar a campo, com esse bunda mole aí, e com apoio da diretoria bunda mole, incompetente e corrupta que está aí, não vai a lugar nenhum.
É muito salário pra pouco rendimento, e ainda não querem ser cobrados, ah vá!
Entrevista excelente, pode nao ser o melhor treinador, mas nao da p discordar e suas ideias e conceitos!
Quem critica efusivamente uma entrevista dessas ta cego pelo odio,haterismo, pelos anos de seca! Prefiro acreditar nisso do q pensar q sao pessoas tao ruins
É verdade, a entrevista é muito boa mesmo. No lado humano é o melhor treinador que poderíamos ter. Ao mesmo tempo queremos vitórias para ontem, não dá pra negar que o resultado é importante no futebol. Mas implementar esse pensamento, que olha para o aspecto humano, também é uma conquista em si. Se houver continuidade nesse caminho, poderá ser uma semente para conquistas esportivas, desde que acompanhado por um trabalho efetivo no campo. E se isso não for possível, que ao menos essa mentalidade possa se estabelecer.
É muito blablabla durante toda a carreira dele e pouco resultado. Ele diz que acende vela para São Longuinho, dá três pulinhos e cinco cambalhotas igual a todo mundo, mas, até agora, não ganhou nada e só está na fase de grupos graças ao Flamengo.
Fale menos e apresente mais resultados, amigo. Amanhã, começa a temporada. Vamos ver o que vai acontecer no clássico.
As relações humanas que se estabelece em um time de futebol estão muito à frente da parte tática. = eu puxo saco dos jogadores, bato palma dizendo “vamo, vamo, que dá” e depois enrolo na entrevista.
Quero ver mais resultado e menos lero lero.
É por isso que a Europa está anos à frente e aqui no BR qualquer um mais ou menos vira treineiro.
Vejo 3 características ou perfis de treinador.
1. O treinador disciplinador.
Aquele que bota o terror nos atletas. Exemplos: Leão e Aguirre.
Pegam no pé, botam os caras pra correr. Problema, os atletas perdem o medo depois de um tempo e não entendem nada de tática.
2. O treinador motivacional, o famoso paizão.
Abraça o elenco, ajuda o atleta na parte pessoal, une o grupo. Exemplos, Muricy, Abel e FD.
Problema, não consegue treinar jogador ruim. Precisa de cara que saiba jogar bola. Muitos se encostam em medalhões e por vezes perdem a autoridade.
3. O treinador que manja de tática.
Cara entende do riscado. Tem visão de jogo. É aquele que acerta o time no intervalo e acerta as substituições. Exemplo, faz tanto tempo que não tem um aqui que eu teria que forçar a barra e dizer Sampaoli.
Problema, depende de tempo e boa vontade dos atletas pra ensinar o time a fazer o combinado. Também tem o problema da torcida chamar de pardal quando tenta solucionar problemas com coisas novas. Põe zagueiro na lateral, é pardal. Joga com 2 centroavantes, é pardal. Joga sem volante de contenção, é pardal.
Eu acho o FD bem mais ou menos. Esse jogo cadenciado que ele gosta depende de movimentações geniais. O Barça da época do Xavi e Iniesta era assim. Iam tocando devagarinho mas as tabelas eram geniais, as zagas ficavam perdidas.
Hoje o parâmetro é o Klopp que joga vertical e com intensidade. Time fechado atrás, com 2 atacantes sempre espetados pra um contra-ataque mortal. Jogo vertical, incomodando o adversário o tempo todo.
FD faz um tick taca esquisito. Nem o Barça do Guardiola ficava tocando bola na zaga. Esse jogo lento depende de movimentações geniais. Não acredito que os jogadores atuais tenham essa qualidade.
Infelizmente os técnicos br atuais são uma lástima. Mas como o nível anda baixíssimo, o cara ganha um título e tem emprego vitalício rodando pelos times do Brasil.
Capaz do FD ganhar um paulista treinando um elenco caro e bem qualificado (em termos de Brasil) e a imprensa ficar falando que ele é um novo Guardiola. Aí vc vai ver, ele passou pelo bragantino, passou do velho Luxa e ganhou do santos com um time com caras do nível do DA, Pato, Juanfran, Pablo, etc.
Pra vc ver como o futebol br tá defasado, é comum os times brasileiros perderem pra times com jogadores menos técnicos de países como Equador, PY, etc. Libertadores e Sul-americana é um sufoco quando pega time gringo.
Sem falar na seleção, que técnico só pega jogador pronto e o time não joga nada.
Triste ver que técnicos completos como o Telê já na existam mais. Caras que tinham tudo, motivavam, disciplinavam e entendiam da parte tática. Hoje qualquer Zé já se qualifica a treinar time grande.
Definitivamente a entrevista foi muito boa, muito acima da média das entrevistas de outros treinadores. Quem leu, achando que ia ver só futebol, táticas, marcação alta, marcação por zona, etc deve ter ficado bastante decepcionado. Quem leu com mais atenção, percebeu que se falou muito mais sobre relacionamento humano do que tática; aliás houve apenas 1 pergunta sobre tática e em nenhum momento foi discutido qual o modelo ideal para o nosso tricolor. Claro que as pessoas podem ter opinião diferente sobre qualquer assunto e as diferenças precisam ser respeitadas. Na minha opinião, deve ficar muito claro que o ser humano é infinitamente mais importante que o jogador. Foi isso que o FD mostrou.