Antes de responder, voltemos um pouco no tempo. Se perguntassem a qualquer torcedor do São Paulo há um ano quais seriam seus dois reforços dos sonhos, muito provavelmente ouviriam: Hernanes e um titular indiscutível da seleção brasileira tipo… tipo um Daniel Alves.

Pois bem. Ambos foram contratados, um no início do ano, outro no meio da temporada. E não foram o sucesso imaginado. Nem de .

Os dois estiveram juntos na primeira escalação de Fernando Diniz como treinador do São Paulo. Justamente naquele duríssimo empate com o Flamengo no Maracanã: 0 x 0. O meio-campo tricolor naquela partida teve Luan (no centro), Dani Alves (pela direita) e Hernanes (pela esquerda).

Ao longo do Brasileirão, pela questão da adaptação de Daniel Alves e pelos problemas físicos de Hernanes, a dupla se separou. Dani Alves passou pela lateral, pelo ataque e voltou ao lado direito do meio-campo, na armação das jogadas. Hernanes passou a entrar durante as partidas, até virar um reserva de luxo; com participação ativa no vestiário, mas sem participar dos jogos em campo.

Agora, Fernando Diniz – com a ausência de Igor Gomes, servindo à seleção pré-olímpica – resolveu juntar a dupla de novo no esboço do São Paulo para começar a temporada 2020; a outra novidade é a presença de Helinho na vaga de Antony, que está na seleção pré-olímpica também. Mas isso é assunto para outra coluna…

Vai dar certo?

Depende…

Tecnicamente, não há discussão . São dois jogadores muito acima da média. Taticamente, também não. Os dois sentem-se confortáveis no triângulo armado por Diniz. Dani Alves na direita. Hernanes pela esquerda. Com Tchê Tchê no centro.

A questão parece ser física. Dani Alves é um fenômeno nesta parte. Hernanes sentiu muito na temporada passada. Jogou com dores, fora de forma, teve várias lesões. Trabalhou nas férias para começar bem a temporada.

Mas mesmo com os dois na ponta dos cascos, algumas questões permanecem. O time fica muito técnico, mas lento. Também passa a ter pouca “pegada”.

Com Daniel Alves e Hernanes, o São Paulo parece ter um time ideal para partidas contra times mais fracos, fechados, em casa. A dupla não seria tão recomendável assim para partidas mais duras, sobretudo fora de casa – o 0 x 0 com o Flamengo, no Maraca lotado, é a exceção que me confunde o meu diagnóstico acima.

Para não ficar no muro, responderia o seguinte. Dani Alves e Hernanes podem sim, jogar juntos. Mas depende da partida e da circunstância. Eu escalaria os dois para a estreia no Paulista, contra o Água Santa, no Morumbi. Não escalaria os dois juntos, contra o Palmeiras, dias depois, fora de casa. E você?

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