A expressão Paulistinha tem vários donos, mas foi popularizada sobretudo por são-paulinos em meados dos anos 2000. Com o time tricampeão brasileiro, campeão da Libertadores e do Mundo, o esvaziado Estadual só poderia virar um diminutivo.

Diminuindo e desprezando o campeonato local, o São Paulo parece ter atraído uma praga. Não ganha o Paulistinha desde 2005, e parou de ganhar os outros torneios também. O São Paulo está na fila. E a maior fila é justamente a do Estadual.

Depois de 15 anos, o São Paulo não pode se dar ao luxo de continuar ignorando o Campeonato Paulista, como provavelmente os rivais Palmeiras, Corinthians e Santos farão. O Paulistinha voltou a ser Paulistão pelos lados do Morumbi.

Até fazer sua estreia no “Grupo da Morte” da Libertadores (o torneio “xodó” dos torcedores), fora de casa, numa altitude insana, o São Paulo já terá disputado oito partidas pelo Paulistão, incluindo os clássicos contra os rivais mais indigestos – Palmeiras (segunda rodada, fora de casa, onde nunca venceu) e Corinthians (sexta rodada, no Morumbi).

Nessas oito primeiras rodadas (a largada é contra o Água Santa…), o São Paulo precisa dar um sinal positivo ao seu torcedor. A diretoria precisa, Fernando Diniz (que tem a grande chance da carreira) precisa e os jogadores precisam. Dos times grandes do futebol brasileiro, é o São Paulo o que mais precisa do Estadual.

A conquista do Paulistão tiraria o São Paulo da fila? Nos tempos atuais, a resposta correta é: NÃO! Mas… Certamente tiraria um peso monstruoso dos ombros dos jogadores e dos torcedores, facilitando a retomada das vitórias em torneios mais importantes; assim como foi em 2005, por sinal. Vencendo o campeonato deste ano, o São Paulo ganha o direito de rebatiza-lo de Paulistinha em 2021. Mas só se ganhar…

Arnaldo Ribeiro