Diego Lugano fez muito sucesso com a torcida do São Paulo como jogador. O zagueiro gerava empatia dos torcedores, que passaram a se identificar com o atleta dentro de campo. Hoje em cargo diferente, diretor de relações institucionais do clube, o uruguaio explica porque o elenco atual não consegue criar esse mesmo sentimento.

Em entrevista à Rádio Energia 97 FM, Lugano classificou os jogadores são-paulinos como sérios, mas disse que a linguagem corporal dos atletas é um empecilho para a identificação da torcida.

“O elenco do São Paulo hoje, até mesmo com os garotos de Cotia, é muito sério. Os jogadores são muito profissionais. O elenco tem muita gana de vencer, mas está sofrendo um pouco com a pressão, com a ansiedade que hoje implica em jogar no São Paulo; mas não tem ninguém que você possa afirmar ‘está de sacanagem'”, explicou.

“Isso é um mito externo que se fala pelo fato do time não conquistar títulos. É um elenco que merece conquistar algo, e tomara que seja no próximo ano”, seguiu.

O ex-zagueiro foi adiante para explicar o impacto que a linguagem corporal dos atletas gera nos torcedores.

“Às vezes a linguagem corporal do jogador, o que ele transmite para fora, gera uma empatia da torcida que pode ajudar. Isso também está no olho do treinador, dos diretores, para compor o elenco com jogadores que tenham essa diversidade. Não é só ser bom, você precisa parecer bom”, disse.

“Talvez o São Paulo esteja precisando de jogadores que tenham essa linguagem corporal agressiva. Não quer dizer que os atletas não se doem completamente. É diferente. Tem caras que têm muita linguagem corporal, mas não correm cinco quilômetros por jogo. Tem cara que não transmite nada e correm 12 quilômetros”, avançou o diretor.

A torcida são-paulina reclamou da disposição e entrega do time em derrotas da reta final da temporada, como contra Fluminense e Athletico-PR, no Morumbi, e Grêmio, em Porto Alegre.

“Tem jogo que o São Paulo corre, corre e corre, luta, luta e luta, mas a característica emocional de nossos jogadores parece que não estão ligando. Mas ligam, sim. No vestiário choram, não dormem, ficam tristes, mas não conseguem transmitir isso porque é uma característica de cada um”, revelou o uruguaio.

Para Lugano, é importante que a diretoria se atente em contratar jogadores que tenham essa característica de linguagem corporal. O Tricolor ainda não anunciou nenhum novo reforço para 2020, apenas a contratação em definitivo do atacante Vitor Bueno.

“O Felipe Melo, por exemplo, contagia o Palmeiras. Tem o D’Alessandro, Vagner Love, Kannemann. Eu, por exemplo, tenho uma linguagem corporal que gerava empatia da torcida. É algo para se pensar quando forma o elenco”, concluiu.

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