Cristiane é a Bola da Vez desta semana. A atacante da seleção brasileira e do São Paulo esteve na bancada ao lado de André Plihal, Glaucia Santiago e Paulo Calçade.

Um dos assuntos abordados no programa foi o futuro do Tricolor Paulista. Para atender às novas demandas da Conmebol e CBF no futebol feminino, alguns times precisaram correr. Um dos que ainda não tinha um time de mulheres era o São Paulo.

Diferentemente de alguns times, como o Santos, que pegou um time já existente e ‘deu’ a camisa, o São Paulo decidiu investir começando o time do zero. Por isso, realizou uma peneira no final de 2018 e aproveitou também algumas jogadoras da vitoriosa base para jogar o Campeonato Paulista e a Série A-2 do Campeonato Brasileiro.

Sob os comandos do técnico Lucas Piccinato, o São Paulo garantiu o acesso a elite do futebol brasileiro em 2020, bem como o título da segunda divisão. Além disto, também chegou até a final do Campeonato Paulista e conquistou o vice contra o Corinthians, que atualmente, pode ser considerado um ‘modelo’, como reconheceu a própria jogadora.

A contratação de Cristiane para o time do Morumbi foi a que mais balançou o mercado da bola em 2019. No Bola da Vez, sem falar se continua ou não no clube, algo que a atacante nunca deixou de fazer foi lutar e, apesar de aparentemente o time oferecer uma estrutura impecável para o elenco, ela cobrou mais investimento.

Para um primeiro ano, ela reconheceu ter sido uma ótima campanha, mas complementou: “Algumas vezes que eu tive conversas com o próprio Rai [Diretor Executivo], eu disse: ‘Olha, esse ano a gente entende que foi um primeiro ano, com dificuldades que vocês montaram às pressas, mas se você quiser dar continuidade para o ano seguinte, vocês precisam melhorar o que é oferecido para a gente dentro do clube para a gente poder trabalhar’, porque está muito aquém”.

Cristiane destacou o trabalho do Corinthians como ‘um modelo’ porque para ela, não é apenas dar a camisa, mas precisa de todo um investimento por trás. Ela também afirmou que o São Paulo sabe que deixou um pouco a desejar na temporada.

“A gente estava treinando dentro do clube, no sintético, já cheio de pedra. Academia era a mais antiga que tinha dentro do São Paulo, com duas academias novas”, relembrou.

Aproveitando a experiência de Rai, que atualmente exerce a função de executivo de futebol no São Paulo, Cristiane disse que, caso o time queira ser referência, precisa trabalhar mais pelo feminino e finalizou: “Você tem que me oferecer alguma coisa para eu também poder te ajudar”.

A maior cobrança da atacante foi pelo fato de ser uma equipe grande, já que ela ainda afirmou que se fosse uma equipe menor, do interior e com pouco caixa, não teria como cobrar uma condição melhor.

ESPN