Amigos tricolores,


Eu tenho a total certeza de que esse artigo terá uma enxurrada de críticas, a maioria sempre dos mesmos, que aliás criticam todos os artigos postados aqui no Blog, mas como sempre digo, o artigo é uma expressão da minha opinião, que não reflete o pensamento do Alexandre Zanquetta e, por ser opinião, não vai ser a mesma dos outros.

O futebol democrático é assim, precisamos saber ouvir e, as críticas com respeito e fundamento, a gente ouve e aprende. Algumas concordamos, outras não, mas o futebol mexe com paixão e é assim mesmo. As ofensas, ignoramos igual quando um palmeirense vem falar do mundial deles.

A inspiração para esse artigo é o que tenho lido em comunidades do São Paulo no Facebook. É cada coisa que lemos, que eu, sinceramente, perdi um pouco a paciência e estou respondendo, pedindo para os torcedores do PlayStation sairem do video game e voltarem para a vida real, afinal, quem viu grandes esquadrões do tricolor, não pode se contentar com um time que luta para permanecer no G4! Com um time lutando contra o rebaixamento! Rebaixamento é para time que tem arena!

Essa geração mais nova vê uma foto do Careca e não sabe quem é, faz comentário como “ah, esse cara citou um tal de Nelsinho que eu nem sei quem é…” – quando apenas citei que Nelsinho jogou muito mais que Reinaldo – mostra que a torcida se contenta com muito pouco. Muricy tem razão: “os caras não tem noção do tamanho do São Paulo…”

A história nos mostra isso!

Essa geração PlayStation conhece apenas a era Rogério Ceni, mas essa é apenas uma das grandes eras vitoriosas do tricolor: começa pelo “Rolo Compressor” da década de 40. Eu me lembro do meu avô – que essa semana faz 5 anos que ele está no céu debatendo futebol com Telê, Leonidas, Poy entre outros – dizia que não importava o time, mas era certeza do São Paulo enfiar 4 gols. O time ganhou quase todos os campeonatos paulistas daquela década: 43, 45, 46, 48 e 49. Era o único campeonato disputado na época.

Depois veio o time com o Bauer, o “Monstro do Maracanã” apelido que ganhou pela excelente partida na final da Copa de 50, mesmo o Brasil perdendo o título. Rui, Bauer e Noronha era um trio de respeito. A década de 50 foi menos campeã que de 40, (títulos em 53 e 57), mas só por ter esse trio, o São Paulo já era respeitado pela imprensa e adversário. Hoje…

Década de 60, São Paulo entrou na sua pior fila de títulos, mas por uma boa causa, construir a nossa casa. Veio a década de 70, jogadores como Roberto Dias, Pedro Rocha, Forlan, Serginho Chulapa e Gerson fizeram o São Paulo gigante novamente: 70, 71 e 75 vieram os Paulistas, 77 o primeiro Brasileiro e fechamos a década com o Paulista de 1980. Ficamos 13 anos na fila, 1957 – 1970, e ao que parece, essa diretoria está querendo bater esse recorde.

De 80 a 2008 só alegria

Uma vez, debatendo futebol com um torcedor da Tia Leila, levantei um dado importante. De 1980 a 2009, o tricolor, se não ganhou algum título no ano, pelo menos disputou uma final. Ganhamos paulista em 81,85,87,89,91,92,98,2000,02,05. Brasileiro em 86,91,06,07,08. Libertadores e Mundial em 92,93,05. Fomos vice Libertadores 06, Recopa 06 e 13, Brasileiro de 89,90 e 2014, Copa do Brasil 2000, Paulista 94,96,97,03 e 06. Lembrando, a conta é de 1980 a 2008, ou seja, o São Paulo se portava como time gigante que é! O time entrava nos campeonatos como protagonista, era um forte candidato ao título. Sempre! Não nos contentávamos com “vaga na Libertadores” isso era o mínimo, hoje é o que vislumbramos! O São Paulo não é mais protagonista de nada. Já pensou Telê dando uma entrevista “Bem, nossa meta é o G4…”. Eu não!

Temos time?

Digo e repito, no papel, temos um dos melhores times do Brasil. Qual time tem um goleiro como Volpi? O melhor lateral direito do mundo? Uma zaga como Arboleda e Bruno? Juanfran? Hernanes? Pato? Pablo? Jóias da base como Anthony, Igor Gomes e Luan? Um volante como Jucilei? No papel. Se esses caras estivesse jogando tudo o que sabem, o Flamengo estaria em 2o lugar com uns 10 pontos atrás do São Paulo, porém, Dani Alves, Hernanes e Pato estão jogando mais com nome do que com capacidade.

E não me venham falar sobre a Chape. Tem que jogar bem contra Palmeiras, Flamengo, Corinthians, Santos… Anthony, Luan e Igor oscilando – normal!!!!! De sólido, apenas a defesa.

Ídolos

Eu me lembro quando o São Paulo idolatrava Careca, Muller, Raí, Zetti, Cerezo, França. Hoje, idolatramos Reinaldo. Digo, repito, e sei que serei criticado, mas um time que tem Reinaldo como o melhor do time, não pode almejar nada além de “time grande não cai”.

Uma torcida que sobe enquete “Lugano foi o melhor zagueiro da história” e a maioria concorda, tem mesmo que se contentar com o “título conquistamos G4”. Uma torcida que por causa de um gol – e foi mesmo um goláço – enaltece Anthony, o chama de craque e briga quando dizem a verdade – que nos últimos 20 jogos ele foi mal para cacete, merece mesmo ter um presidente que abandona reunião de conselho.

Saudades daquilo que já vivemos São Paulo, sonhando com novos tempos depois de 2020. Por hora, só aguardando as críticas ao texto.

*Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova) – http://www.livrotelesantana.com.br/  – facebook.com/plannerfelipe e @plannerfelipe