Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press

O Allianz Parque parece ser a kriptonita do São Paulo. Exceto pela semifinal do Paulistão deste ano – talvez por que enfrentar o rival tricolor em mata-matas seja também uma espécie de kriptonita para o Palmeiras -, o Tricolor foi sempre superado na arena de seu rival, muitas vezes com facilidade, como nos 3 a 0 desta quarta-feira. São oito vitórias palmeirenses e aquele empate seguido de triunfo são-paulino nos pênaltis no último Estadual.

O time de Fernando Diniz foi superado em todos os quesitos nesta noite: a defesa do Palmeiras esteve muito mais organizada que a do São Paulo, o ataque do Palmeiras foi muito mais eficiente que o do São Paulo e a vontade do Palmeiras parecia bem maior que a do São Paulo. O resultado foi justíssimo. Ou melhor, os mandantes poderiam ter feito até mais gols…

Foi, de longe, o pior jogo do sistema defensivo do São Paulo neste Brasileirão. O time sofreu três gols em um mesmo jogo pela primeira vez em 29 rodadas na competição. Na temporada, que já teve 53 partidas, isso só havia acontecido uma vez: na derrota por 4 a 2 para o Ajax pela Florida Cup.

Arboleda e Bruno Alves estiveram irreconhecíveis. Foi o equatoriano quem entregou a bola para Deyverson na jogada que terminou com o primeiro gol palmeirense, de Bruno Henrique. Deyverson, aliás, levou ampla vantagem sobre ele durante praticamente todo o tempo. 

Mas a desorganização era geral. No segundo gol, que saiu em uma cobrança de escanteio, o baixinho Luan era quem estava marcando o grandalhão Felipe Melo. Foi engolido… No terceiro, que enterrou qualquer chance de reação são-paulina no começo da etapa final (se é que havia alguma), Zé Rafael teve facilidade incrível para conduzir a bola e dar a assistência para Gustavo Scarpa em um contra-ataque iniciado das mãos de Weverton. Parecia aquela pelada de amigos em que um dos times já está cansado, entregue e sem pique.

O Palmeiras fez três gols – e poderia ter feito mais – mesmo sem propor o jogo. Deu a bola ao São Paulo (que a deteve por mais de 60% do tempo) e saiu em velocidade quando a recuperou, sempre encontrando facilidade incrível para chegar até o gol de Volpi. Aí entra a inoperância do ataque do Tricolor.

Os 20 minutos iniciais do segundo tempo contra o Atlético-MG talvez tenham deixado uma impressão diferente, mas já é praxe que este time fique com a bola e troque alguns bons passes à frente da área sem conseguir, de fato, evoluir diante da defesa adversária. Um chute para fora de Vitor Bueno, um de Pato bem defendido por Weverton… E só!

O único momento de superioridade efetiva do São Paulo talvez tenha sido nos minutos que antecederam o segundo gol do Palmeiras, quando Daniel Alves caía da lateral para o meio e conseguia levar a equipe à frente com inteligência. No segundo tempo, após Igor Vinícius substituir Luan, o camisa 10 passou a ser um meia de fato e pouco fez.

A falta de apetite de Alexandre Pato, que cansou de matar jogadas e de perder (ou nem disputar) bolas para os zagueiros do Palmeiras até ser substituído por Raniel no segundo tempo simboliza o que foi o sistema ofensivo do São Paulo nesta quarta-feira. Infértil e sem apetite.

Lance!