Alexandre Pato, jogador do São Paulo x Bahia, partida válida pela Copa do Brasil 2019, na capital paulista. estádio do Morumbi 22/05/2019, Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press

Hoje mandei um whatsapp para o meu amigo de profissão “Carecone”. Participamos da cobertura Copa de 2014 juntos e de outras matérias ao longo da carreira. E perguntei para ele o que acontecia com os atacantes de hoje. Para quem não viu Careca jogar, não sabe o que perdeu. Era um centroavante que sabia fazer gols. Diria que 1986 foi o seu grande ano no futebol. Disputou a Copa do México e anotou cinco gols, um a menos do que o artilheiro inglês Gary Lineker. Faturou o título Brasileiro pelo São Paulo contra o Guarani, clube onde foi revelado, e terminou o torneio como artilheiro: 25 gols.

Careca disse no whatsapp que quando jogou no Guarani, ele e Jorge Mendonça, outro craque, fizeram juntos quase 60 gols em um campeonato. Fazer gols para ele era fácil, estava no sangue. Aliás, ele foi o autor do título do Guarani no Campeonato Brasileiro de 1978 contra o Palmeiras. Careca tinha apenas 17 anos. O único título brasileiro de um clube do interior.

No Bugre, Careca atuou em 252 jogos e marcou 109 gols. No São Paulo, 115 gols em 191 partidas. No Napoli, fez 95 gols em 221 jogos. Na Itália, conquistou a Copa da UEFA (1988-98). O Italiano Serie A (1989-90) e a Supercopa Italiana (1990). Careca conquistou a Europa e os italianos. Fez história ao lado de Diego Armando Maradona. O camisa 10 da seleção argentina faturou a Copa de 1986 praticamente sozinho no México e foi eleito o melhor do Mundial. Curiosamente, encerrou a competição com o mesmo número de gols de Careca. No ano seguinte começaram a trajetória vitoriosa na Itália.

Mas deixa eu voltar ao assunto principal. Entrei em contato com o mestre Careca para falar sobre a falta de gols e de talento dos atacantes do São Paulo. Se ele tinha a resposta para a seca de gols do seu ex-clube. Depois de citar os quase 60 gols em parceria com Jorge Mendonça no Guarani, o ex-centroavante disparou.

“Hoje perdemos a referência, só temos atacantes, não goleadores. Treinávamos finalizações até ficar com dores musculares. Hoje estão pensando só em potência, potência e nada de aprimorar finalização, a forma justa de bater na bola, tirando dos goleiros que também evoluíram muito, com agilidade e altura. Precisamos criar os treinadores de atacantes goleadores, como criaram os dos goleiros que cresceram muito de qualidade”.

Curiosa essa leitura de um centroavante que sabia fazer gols. O homem que deixava os goleiros no chão, hoje se rendeu aos gigantes que deixaram o gol menor e hoje aterrorizam os atacantes.

Blog do Sartori – FOX