Fernando Diniz, que fará seu segundo jogo à frente do São Paulo neste sábado, às 17h, contra o Fortaleza, no Pacaembu, não abre mão de tentar fazer o seu time “jogar bem”. Em entrevista ao canal Desimpedidos, concedida após a demissão do Fluminense e antes do acerto com o Tricolor do Morumbi, ele se define como o “cara mais competitivo” que conhece.

– Para poder jogar bem, você tem que ter um senso coletivo maior, tem que ter mais ajuda, tem que se expor mais, tem que aprender a correr risco, aprender a ser mais inteligente, tudo. Só que isso dá mais trabalho. Na Inglaterra, o Klopp pode ficar cinco anos para ganhar um título. O Pochettino está há cinco (anos no Tottenham) e não ganhou nenhum, e aqui os caras falam como ele é bom, isso selecionando os melhores jogadores. Jogando feio vai ganhar? Se jogar feio garantir ganhar… “Ah, mas tem que ganhar”. Todo time tem que ganhar. Eu sou o cara mais competitivo que conheço. Eu quero ganhar, ganhar muito, e ganhar jogando bem pra caramba. Então o meu grau de competitividade é muito maior. Vai me ver dar treino e vai ver outro cara dar treino. Tento melhorar as pessoas, os jogadores, dar orgulho para o torcedor que vai ao estádio, o meu e o do adversário… De 20 clubes, vai ganhar um só. Imagine que todos joguem feio. Um ganha, os outros 19 não jogaram, não desenvolveram ninguém e perderam – explicou, salientando que sempre faz alterações em sua filosofia de jogo, mas sem deixar de lado a busca pelo futebol bem jogado.

Antes de chegar ao São Paulo para substituir Cuca, Fernando Diniz ganhou destaque comandando o Audax, vice-campeão paulista em 2016, mas teve momentos de altos e baixos em clubes maiores, casos do Athletico-PR e do Fluminense. Para ele, no entanto, o saldo desses dois trabalhos foi positivo. No Athletico, campeão da Sul-Americana de 2018 e da Copa do Brasil de 2019 nas mãos de Tiago Nunes, ele diz ter deixado alguns conceitos que são vistos até hoje.

– Lá no Athletico, eu sei que fiz o meu melhor e fiz coisas muito boas. O Petraglia (presidente do Conselho e homem forte do clube) queria fazer um trabalho comigo de médio ou longo prazo. É um desejo que ele tem, e eu tenho também o desejo de trabalhar com ele novamente. Ele viu que era uma coisa diferente, mais profunda. O Petraglia é um cara que divide muitas opiniões, tem cara que odeia e tem cara que ama, um pouco parecido comigo. Lá em Curitiba, ele está em rota de colisão com a imprensa o tempo todo, com a torcida também… O fato de ele se colocar muito favorável a mim e externar claramente gerou uma pressão muito grande e aquilo começou a influenciar o desempenho do time. Foi muito rápido. Nós perdemos o primeiro jogo dia 5 de maio e fui mandado embora por volta de 10 de junho (de 2018, com 34% de aproveitamento). Em um mês, uma coisa que era muito boa passou a ser muito ruim. Eu não me permito achar que uma coisa era muito boa até maio e passou a ser muito ruim em junho. E a coisa era boa no Athletico, tem muita coisa que ficou lá. Eu sinto alegria de ver muitos jogadores que estão lá. O Bruno Guimarães eu lancei no Audax, participei da indicação dele no Athletico.

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