Amigos Tricolores,

O São Paulo finalmente está em uma final de campeonato, e devemos isso a base do São Paulo! Mancini foi muito bem ao barrar os medalhões, Cuca em autorizar a saída de Diego Souza e ambos ao olhar que é na base que temos as melhores soluções para o nosso tricolor! E foi ali, com Luan, Lizieiro, Igor e Anthony, que o São Paulo encontrou o equilíbrio com mais experientes como Volpi, Hudson, Arboleda e Bruno Alves para um time mais veloz, competitivo e com raça. O resultado, é que depois de anos, estamos disputando um título, e o melhor, com grandes chances de passar por cima do time da Lava Jato.

Penso, eu, que se a base do São Paulo for mantida e trazendo com alguns reforços pontuais, como Hernanes e Pato, por exemplo, o time estaria muito mais entrosado e engajado com a camisa do São Paulo! Não vejo outra fórmula para voltarmos a ser o São Paulo de outros tempos, dos tempos que nós estamos acostumados, dos tempos do Rolo Compressor, de Bauer – Rui – Noronha, dos Menudos, do São Paulo de Telê, da era Rogério Ceni, do Tri-Muricy.

Marketing. Onde?

O Marketing de qualquer time do Brasil, não apenas do São Paulo é algo muito, mas muito aquém do potencial que tem. O futebol trabalha com paixão. Lança-se um copo com uma foto e “Chapada do Nena” vira febre, a torcida compra, quer colecionar. Lança-se uma camisa azul, em poucos dias, se vê um estádio colorido com o azul escuro, torcedor é paixão, o time poderia estar na 5ª divisão, a paixão não mudaria. Alguns, podem até desistir, mas a torcida mesmo, acompanha, compra ingresso, paga o Pay-per-view e dá audiência para a Globo em jogos abertos, porém, infelizmente, marketing de todos, vamos reforçar, todos os times faz o mesmo: venda de patrocínio na camisa. Com isso, os times tem, basicamente, 4 tipos de receita: patrocínio na camisa, direito de transmissão da Globo, ingressos dos jogos e venda de jogador.  O Morumbi, ainda tenta com shows, ter uma renda extra, tem um espaço publico para dias sem jogos com restaurantes, academia, buffet infantil, mas não se vai além disso. Está na hora de acordar! Li uma frase no Twitter ótima, onde o autor (infelizmente não lembro o nome) dizia que a torcida acompanhou o time em todos os péssimos momentos, dos últimos anos, e que agora, na final, o São Paulo deveria, por exemplo, baixar os preços, entendo o que o tricolor quis dizer, mas há também a lei da oferta e da procura, o ingresso está caro, muita gente está reclamando, mas há dúvida de lotação máxima no Morumbi? O São Paulo precisa, com o marketing, pensar mais no torcedor e para isso, explorar mais a base como arma de marketing. Ótimo que Pato chegou, ele tem enorme potencial de marketing por ser craque, ter um amor pelo São Paulo declarado a todo o momento, ser um jogador que as mulheres acham lindo, tem todos os requisitos, mas precisamos usar a base para gerar a conexão mais emocional com o torcedor, e ai, sim, ganhar dinheiro com vendas de produtos e projetos especiais, diminuindo a necessidade de vender jogador. Um sonho que, com planejamento, é possível, e planejamento faz parte do dia a dia do marketing. Há tanta coisa a ser explorada com a marca “Made In Cotia”, que a minha cabeça de publicitário está fervilhando de ideias. Vamos olhar mais a base!

Ah, se mantivesse a base

A todo o momento esse assunto volta. E com razão. O sucesso de David Neres no Ajax, levanta esse assunto sempre em grupos de WhatsApp ou Facebook. É dali, como já disse em outros artigos, que tiro minhas inspirações para meus textos, pois eu prefiro ouvir a voz da torcida, do que pensar em ter referências na imprensa corinthiana. Como profissional de planejamento de comunicação, meu trabalho é ouvir pessoas e traduzir isso em uma comunicação relevante para as marcas com as quais eu trabalho, e faço isso nos meus artigos, dou a minha visão do que eu “ouço nas ruas”. Temos muitos talentos que vieram da nossa base, e não é de hoje.

Éder é Merengue!

O sucesso, agora, de Éder Militão, no Real Madrid, ativou o debate novamente. No Porto ele foi constantemente eleito um dos melhores jogadores do campeonato. Casemiro, seu companheiro de Real Madrid, há anos é fundamental para a estrutura do time e com a volta de Zidane ao comando, está ainda mais fortalecido nos “Merengues”. Ele sempre foi um jogador diferenciado, no São Paulo, baladas o tiraram do foco, em Portugal colocou a cabeça no lugar e deu no que deu! Feliz por ele, mais um “made in cotia”. Isso sem contar com Lucas Moura, que depois que saiu da sombra do Ibra, mostrou ao mundo seu futebol.

Rapidamente, falei de 3 jogadores, formados no São Paulo com grande sucesso na Europa, isso sem contar, Lucas Moura, que vem fazendo excelentes jogos na Inglaterra, mas esse o Tite acredita ser inglês e não chama. Vamos de Taisson, Sr Tite! Vamos de Gabriel Jejum! De Philipe dorme Coutinho! Certo!

Vende bem, compra mal

Entendo, que o São Paulo precisa vender jogador para manter as contas, como disse no começo do artigo. Entendo que o marketing do São Paulo poderia ser mais efetivo para gerar mais receita. Imagina, se o São Paulo conseguisse 5 reais por mês de cada torcedor, temos ai um potencial de 110 milhões de reais ao mês, se contar com os 22 milhões de torcedores. Isso em média, pois a cada camisa, por exemplo, vendida, o São Paulo fica com bem mais do que 5 reais.

Por algum tempo, o Barcelona viveu apenas disso, não acho que o São Paulo conseguiria viver só do marketing, mas com ações mais efetivas, poderia ser uma fonte de renda interessante, para se vender menos jogadores, além disso, está na hora do São Paulo comprar tão bem quanto vende. Aprendi no mercado de varejo que o segredo do sucesso não é vender, mas sim comprar bem. O São Paulo vende muito bem, tá ai Denilson e Lucas, como 2 exemplos, mas compra mal, tá ai Everton Felipe, Diego Souza, Trellez como recentes exemplos. Não dá para entender isso!!!

Imaginem o time

Lucas Perri. Jean era melhor, mesmo? Seria o goleiro. Éder Militão, Arboleda, Walce e (precisamos de um lateral, pois Reinaldo Tiririca não dá!!!). Casemiro, Lizieiro, Hernanes. David Neres, Pato e Lucas Moura. Imaginem esse time, se tivéssemos mantido a base. Ainda teríamos Thiago Couto, Tuta, Anthony, Helinho, Brenner, Luan, Igor, Gabriel Novaes, Toró, Lucas Kal, Rodrigo Nestor, Luiz Araujo, Gabriel Sara, Fabinho e Lucas Fernandes no banco. Reforços, pontuais, como Arboleda por exemplo, Bruno Alves, alguns mais “rodados” para assumir a responsabilidade e dar tranquilidade a molecada, viriam para formar um time competitivo! Ou melhor, para nos dar títulos!

Jogadores como Bruno Peres, Nenê, Diego Souza, Reinaldo, Edimar, Everton Felipe, Carneiro, Jucilei, Willian Farias, Jhonatan Goméz, Léo, Jean, Pablo (que até é esforçado, mas não vale metade do que se pagou) e Rojas nem estariam no São Paulo. Dá para imaginar quantos milhões seriam economizados entre compras e salários? O quanto isso poderia ser revertido para Cotia para “produzir” mais craques? O quanto isso poderia sanar as dividas do time? Poderíamos ter um jogador medalhão por ano, a “cereja do bolo”!

Quando um craque entra em um time ajustado e com padrão ele só cresce. Recentemente, o Sr. Kalef João Francisco, contou no programa do Milton Neves, na Rádio Bandeirantes, a mesma história que me contou para o livro, quando Telê vetou a vinda de Dener para o São Paulo.

Para quem não viu ele jogar, apenas um comentário, ele jogava 10 vezes mais do que o Neymar pensa que joga. Se comparar o que o Neymar realmente joga versus Dener, dá umas 100 vezes, esse sim, poderia, concorrer a melhor jogador do Brasil depois de Pelé, tinha potencial para, mas infelizmente, a balada acabou, literalmente, com a vida desse gênio. Imagina, com Raí, Muller, Palinha, Cafú, Cerezo o que Dener faria em campo? Não ganharíamos nada além do que ganhamos, até porque, ganhamos tudo em 92/93, mas seria mais fácil a vida, não?

Sonho…

Sendo sincero. Eu acordei um dia, as 7h com a ideia desse artigo. Não foi um sonho que tive, mas um sonho que tenho, ver o São Paulo forte no marketing. Deixar claro, eu conheço algumas pessoas do marketing e só tenho elogios, pela simpatia, parceria e competência, mas não é algo “ah o marketing do São Paulo…” e sim uma visão minha do marketing em geral de todos os clubes do país. Isso poderia ser um ponto a ser explorado, como dizemos no planejamento, um terreno que o time pode se apropriar de forma única, sendo referência. Tem tecnologia para isso, tem diversos profissionais para isso – e espero que esse novo diretor possa fazer a diferença, torcendo por ele – tem recursos para isso, só precisa ter iniciativa. Quem sabe, começando em 2019, em 2022 não estejamos colhendo resultados?

Lucas, David Neres e Pato. Com Hernanes e Lizieiro armando. A defesa sólida com Perri, Militão, Walce e Arboleda, com a proteção de Casemiro Que time! Mas, isso ficou no sonho…

*Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova) – www.livrotele.com.br – facebook.com/plannerfelipe e @plannerfelipe