Cafu, Vítor e Cicinho. Esses são os nomes dos maiores laterais direitos dos últimos 30 anos a vestirem o manto sagrado tricolor. Outros também se saíram muito bem como Ilsinho, que veio da base do rival Palmeiras e por último Éder Militão – volante e zagueiro na base super campeã, que foi deslocado para aquele setor e saiu de lá direto para a Europa. Pouco mais de seis meses depois de chegar ao Porto já está vendido ao Real Madrid e é presença garantida na lista de Tite. Mas a história do São Paulo com laterais direitos não é das mais felizes. Antes de Militão e depois do Ilsinho um gap se estabeleceu no Morumbi, com apostas que nunca se firmaram como Wagner Diniz, Adrian Gonzales, Piris, Douglas, o saudoso Caramelo, Luís Ricardo, Bruno, Buffarini e por último Bruno Peres. Difícil escolher qual o mais fraco. Fácil é concordar que nos últimos 10 anos essa posição nunca foi prioritária. O SPFC não investe no setor como faz nos tantos outros da equipe.

Esse momento serve de grande exemplo. Com a lateral nas mãos, ou melhor, nos pés do sofrível Bruno Peres e do ainda inexperiente Igor, Mancine escalou o voluntarioso Hudson naquele setor. O volante já tinha jogado assim em outra passagem pelo clube e saiu vaiado, sendo emprestado ao Cruzeiro assim como o colega do outro lado Reinaldo. Hudson é muito bom jogador mas se o time do Morumbi quer ser campeão, precisa dar a mesma atenção à lateral que dá ao ataque e meio, onde acaba de trazer Pato, Tche Tche e Vitor Bueno para setores super povoados. Se a fala de Cuca prevalecer, o atacante terá Pablo, Carneiro e Brenner por apenas um lugar ao sol. O volante divide espaço com a dupla de sucesso que veio da base, Luan e Lizieiro, com Jucilei e Willian Farias. Bueno terá de disputar lugar com Hernanes, Igor Gomes – que está jogando de titular – outro talento de Cotia, Everton, Jonathan Gomes e Biro Biro. Independente da avaliação feita para qualquer um desses nomes, está mais do que evidente que há um desequilíbrio gritante entre os setores em termos de peças de reposição e de qualidade. Não discutimos as contratações dos três últimos reforços – muito bem vindos – mas sim, a necessidade de ter uma visão homogenia do atual elenco.  

Vamos ajudar o Cuca! O mercado tem nomes interessantes a serem observados, como Gilberto. O jogador de 26 anos do Fluminense – com passagens seguras por Vasco, Fiorentina e Verona da Itália – ainda pertence ao time de  Florença e está emprestado ao clube do Rio até dezembro deste ano. Bastante regular, habilidoso, apoia bem – gosta de fazer gols – e tem bom posicionamento defensivo. O Botafogo o vendeu em 2015 para o clube italiano por apenas 1 milhão de euros. Vale a pena investir!

 Outro lateral com números impressionantes é Mariano – procurado pelo SPFC em janeiro deste ano – que joga no Galatasaray da Turquia. O clube turco passa por uma grave crise financeira, o que poderia ajudar nas negociações. Em janeiro o negócio emperrou porque os turcos queriam pouco menos de 5 milhões de euros, valor que investiram para tirar o atleta do Sevilla. Outro fator que pesou contra foi a indisposição do jogador em diminuir o alto salário e se enquadrar no orçamento do clube paulista. Mariano tem contrato até junho de 2020.

Agora vem a cereja do bolo. O jogador que faria todo são paulino festejar a contratação e que aparentemente é a mais fácil de se concretizar. Daniel Alves, encerra a sua participação no PSG em julho deste ano e já pode assinar um pré-contrato com qualquer clube. O clube francês tenta estender o vínculo, mas o jogador brasileiro quer algumas garantias como esperar para ver como será o plantel da próxima temporada e um contrato com um tempo maior. Daniel recebe cerca de 9 milhões de euros por ano, só de salários em Paris. Para voltar, precisa se enquadrar a realidade brasileira.

Chega de apostas! São PauloôÔ!

Rodrigo C. Vargas (Insta @rodrigovargasss) é jornalista e são paulino assim como todos na família, desde o avô.