Desde 2016, quando conquistamos o título inédito da Copa Libertadores sub-20, a torcia pedia que subissem os jogadores da base.

Infelizmente, sempre ouvimos do presidente Leco, que torcida é emoção e ele era a razão.

O projeto de Luiz Cunha, era exatamente esse, subir os garotos junto com Jardine (auxiliar) e manutenção de Maicon e Ganso.  

Quando ele saiu, por conta de quebra de hierarquia, veja que a imprensa não ficou do seu lado:

https://blogdomenon.blogosfera.uol.com.br/2016/06/07/luiz-cunha-caiu-por-falta-de-apoio-a-base-na-opiniao-dele/

Quem me conhece sabe que sempre defendi, que subissem o time inteiro da base.

Afinal, nos últimos anos,  o time principal é remontado a cada 6 meses.  Jamais um clube assim, consegue competir com times que mantem a base por 2, 3, ou 4 anos.

Desta forma, subir a base de uma vez só, faz com que tenhamos um time entrosado, já com um estilo de jogo definido, e que encanta os torcedores.  Isso sem contar que muitas vezes ganhamos títulos no sub-20 com jogadores que haviam acabado de subir do sub-17.

Os meninos da base são educados em Cotia, respeitando os valores, a cultura do São Paulo Futebol Clube.  

Não deveria ser eles que deveriam se adaptar ao profissional, formado por jogadores que em sua maioria tem média de 1 clube por ano, em suas carreiras.

Quem deve se adaptar ao estilo do jogo do São Paulo deveria ser Kieza, Getterson, Ytalo, Robson, Jean Carlo, W. Nem, Jucilei, Gilberto, Douglas, etc.

O grande Mérito de Mancini, sem pressão alguma por ser coordenador, por já ter um técnico contratado, foi ter percebido, que em pouco tempo, não poderia implantar um novo sistema de jogo e entrosar o time nesse esquema, e assim aproveitar o entrosamento principalmente no meio campo, um setor que é fundamental não só entrosamento ofensivo com defensivo.  Afinal quando um meia que deveria acompanhar um volante que pisa na área, não o faz (Como Nene), os volantes saem para dar combate no volante adversário e deixa o meia que ele estava marcando livre.  E assim era muito fácil trabalhar a bola na entrada da área do São Paulo.

Aproveitando Luan, Lizieiro e Igor Gomes, jogadores que defendem e atacam juntos, que conseguem passes em espaços curtos e progressivos, usamos o que era nossa deficiência com Jucilei, Hudson e Nene, a nosso favor, e meia que não acompanha Lizieiro e Luan, deixa de marcar Igor Gomes, para dar o bote nos volantes.

Isso é o futebol moderno.  Triangulações em progressão, pontas abertos, para abrir espeço por dentro!

Infelizmente nos últimos anos, víamos meias, recebendo por dentro, e abrindo em profundidade para os pontas, que ficavam “encaixotados” na lateral, uma vez que os volantes não subiam, e meia e centroavante ficavam isolados no meio contra 2 volantes e 2 zagueiros.

Já no São Paulo da base, sempre jogamos com pontas de pé trocado.  Ou seja, quando recebem a bola, eles conseguem enxergar a movimentação dos volantes e meias que entram por dentro. Já quando jogamos com pontas que não jogam de pé trocado, quando recebem, só olham pra linha lateral, e tem uma única possibilidade, que é correr pra linha de fundo, e com o Lateral o marcando com o “pé bom” (ou seja, o lateral esquerdo, dá o bote com seu pé bom contra o único drible do ponta).

Por isso sempre defendi, que usassem melhor Boschilla, Neres, Araújo, Cipriano, e graças a deus agora estamos usando o Antony nessa posição!  O drible dele por dentro, é sempre contra o “pé ruim” do marcador.

E por falar em Antony, não me lembro de ter visto um jogador ao 19 anos, com 2 meses no profissional, com tamanha ousadia e personalidade.  Ele pega a bola, espera o marcador, e temos a confiança plena de que ele não perderá a bola.

Nosso time não fica mais acuado, como ficávamos no 2° semestre quando os veteranos, ou tentavam cavar faltas pelo meio (para o time respirar) ou na ponta, tentando chutar nas pernas dos adversários para ganhar um lateral no meio campo, que não serve pra nada.

O nosso camisa 39, recebe bola dos zagueiros, dos volantes, dos meias, atacante, e dá sequencia ao lance, sempre com dribles curtos e desconcertantes, e ficamos com a bola até o meio e defesa subirem.

Mas, não há dúvidas que o futebol dele cresceu ainda mais quando colocamos no meio campo, 3 jogadores que confiam nele.  Pois Antony pede a bola mesmo marcado, e esses meninos tem confiança nele, o que não acontecia com Hudson, Jucilei, William Farias, Nene, etc.

Espero que desta vez, não os venda com com argumentos covardes de quem não se acha responsável pelos jovens vingarem no profissional, e usando blogueiros com acesso ao clube, dizendo que vendeu bem, pois Luan poderia ser o novo “Mona”, que Lizieiro seja o novo “João Schmitd”, que Igor Gomes o novo “Harrison” ou Antony o novo “Renatinho”.

Talvez se eles jogassem sozinhos com Jucilei, William Farias, Nene, poderiam sim, tentar ser diferente do que faziam na base, marcando pelos veteranos, e assim não tendo folego quando tem a bola.  Ou se fossem emprestados para times de interior sem estrutura, com técnicos veteranos, que quando tem que fugir do rebaixamento, preferem escalar veteranos.

Se mantivemos esse time, com Pato no lugar de Everton Felipe, com Walce aos poucos ganhando vaga de nossos zagueiros que não sabem sair jogando, o planejamento errado de Leco e Raí, pode sem querer dar certo e termos condições de surpreender no brasileiro.

Ernani Takahashi