Os quase sete anos sem títulos, a pressão sobre o presidente Leco e a ausência de um nome forte na oposição colocaram sobre Marco Aurélio Cunha as expectativas sobre uma possível candidatura à presidência do São Paulo em 2020. E o próprio Marco Aurélio Cunha já admite tal possibilidade. Em entrevista exclusiva a Flavio Prado que vai ao ar no próximo Plantão de Domingo, na Rádio Jovem Pan, o médico e ex-dirigente tricolor disse ter boa relação com Leco, mas criticou aquilo que classificou como “falta de profissionalismo” e, em uma clara mudança de tom, deu e entender que é o melhor nome possível para assumir o clube daqui a dois anos, quando o próximo presidente assumirá. 

“O São Paulo passa por uma crise de objetivos”, definiu Marco Aurélio Cunha. “Eu votei no presidente Leco esperando coisas maiores. Tenho boa relação com ele, sou bem respeitoso, mas precisamos de um plano de governo mais eficaz. Metas a serem atingidas, variar menos as opções e talvez não ter desejos de que as coisas aconteçam, mas sim profissionalismo para escolher o melhor caminho para o São Paulo. Eu acho que tem muita gente opinando e talvez pouca gente podendo construir um caminho profissional para o clube. Para mim, o São Paulo precisa se orientar melhor. Sou muito amigo do Raí, tenho conversado esporadicamente com ele, mas parece que eles continuam rodando no mesmo lugar, em ciclo e sem caminhar para frente”, acrescentou. 

Hoje coordenador das Seleções femininas da CBF, Marco Aurélio Cunha é um dos nomes mais importantes da política são-paulina. Por causa, principalmente, da força que possui junto à torcida. Dirigente do clube no último período de glórias do São Paulo, entre 2005 e 2008, Cunha é apontado por muitos torcedores como o nome ideal para assumir o Tricolor após a gestão de Leco, que se encerra em 2020. Questionado se tal desafio caberia em sua carreira, Cunha não hesitou. 

“Cabe, porque, até 2021, a minha vida talvez esteja bem regularizada, bem razoável”, afirmou. “Mas o que falta ao São Paulo é ter um conselho que reconheça quem são as pessoas que podem fazer o melhor para o clube. Eu não sou um empresário milionário, não sou um cientista político… Sou um homem do esporte. Faço futebol há 40 anos. Será que tem alguém com o currículo similar ao meu? Se tiver, eu voto. Agora… Não adianta ser banqueiro e não entender de futebol, não adianta ser o maior empresário do Brasil e não entender de futebol. A gestão é entender de futebol em sua essência. E, isso, eu tenho”, finalizou. 

Joven Pan