Na última quarta, o São Paulo teve o maior vexame da sua história ao ser desclassificado pelo pequeno Talleres. Era a crônica de um desastre anunciado. Os vários anos de incompetência foram retratados nos dois jogos contra a equipe argentina. O planejamento pífio começou a dar errado no ano passado, ao aceitar o convite pra disputar a Florida Cup, um torneio irrelevante, que não paga grandes quantias, é jogado em estádios pequenos e que comprometeu a pré-temporada. 
                  A demissão de Aguirre faltando 5 jogos pro fim do Campeonato  Brasileiro e a falta de pulso em punir os paneleiros foi um tapa na falta de hierarquia. Raí efetivou Jardine, um treinador vitorioso na base, mas inexperiente pra lidar com jogadores mais velhos e com a pressão de dirigir um time que não conquista um título há seis anos.           

             Era nítido que o time precisava contratar e negociar vários jogadores. No meu entendimento o time precisava de um goleiro, dois laterais, um volante com boa saída de jogo, um meia, um ponta pela direita e um centroavante de qualidades indiscutíveispra serem titulares. Contrataram Volpi, Hernanes e Pablo e algumas apostas para as laterais, um volante com histórico de contusão e nada mais. O time continuou sem laterais de qualidade, sem um 2º volante e sem ponta. Não bastasse isso, liberou pra Seleção Sub-20 o melhor volante do time, Luan.                                       Hernanes não disputava uma partida oficial desde 11/11, foi apresentado nos Estados Unidos e cinco dias depois realizou duas partidas de 45 minutos em 48 horas. Apenas na volta ao Brasil, descobriram que ele estava bem abaixo fisicamente.Ou seja, além de correr o risco de se lesionar, ele não pode se entrosar com o time e adquirir a forma física ideal para o confronto contra o Talleres.
                     Jardine fez tudo o que não havia feito na base. Time estático, volantes pesados, sem intensidade. No clássico contra o Santos, levou um baile tático de Sampaoli, mesmo com jogadores superiores. Insistiu em demasia com a dupla Hudson e Jucilei, colocou Diego Souza de centroavante com Pablo, fazendo o time explorar o chuveirinho, consagrando os zagueiros do Guarani, por exemplo. Repetiu o erro de Dorival ao colocar Nene de ponta direita aos 38 anos. 
                       Mas Jardine era apenas o efeito, tal qual foram Ricardo Gomes, Ceni, Dorival e Aguirre. A causa maior dos fracassos continua. Uma gestão pífia e um Conselho Deliberativo omisso em sua ampla maioria. O SP não tem situação e oposição, tem interesses, vide  Aero-Leco. Tinha mais conselheiro do que jogador no avião que foi pra Córdoba. São esses senhores que apoiaram o golpe promovidopor Juvenal no Estatuto, que não foi a fundo nas investigações contra Aidar, que não expulsou Leco no caso Jorginho Paulista, que não aprova o balanço trimestral, dando mais transparência a gestão. 
                       Rai foi e sempre será um dos meus maiores ídolos, ao lado de Rogério e Telê, mas tem sido uma enorme decepção como diretor executivo. O mínimo que ele deveria ter feito era ter pedido demissão após demitir Jardine. Acredito na sua honestidade e na suas boas intenções, mas ele passou a mão na cabeça de jogadores que desrespeitaram a hierarquia e abriu por mais de uma vezas portas do CT da Barra Funda pra desocupados profissionais. 
                        Por fim, o Marechal da derrota, o senhor Leco. Esse cidadão apequenou o SP. Mudou o Estatuto apenas em benefício próprio, transformando-a em letra morta. Colocou conselheiros aliados em cargos remunerados, fazendo do SP uma amostra do Congresso Nacional. Vende jogadores promissores e com o dinheiro contrata bichados e caneleiros. Abriu as portas do clube para um amigo, o ex conselheiro corintiano Fernando Garcia, que é empresário de Perri e Liziero. De Fabio Mello, contratou Sidão e Edimar. Não satisfeito, contratou Willian Farias. Conta com o apoio de blogueiros passadores de pano, os mesmos que estiveram na reunião chá com bolacha em 2017. 
                         A dívida continua alta, o marketing não funciona, o fornecedor de uniforme tirou o vermelho do distintivo, vive vendendo copos a dez reais, cobram ingressos com preços absurdos num estádio ultrapassado e com o time apresentando um futebol sofrível, apático e acéfalo, retrato da pífia gestão Leco.
                         A contratação de Cuca é apenas um analgésico num paciente em estado vegetativo, cuidado por um doutor inútil e incompetente chamado Leco. O São Paulo que aprendi a amar e torcer só existe no You Tube e nos posteres da Placar dos anos 90. O São Paulo de hoje é apenas um brilho apagado de um clube sem esperança.
                          Faltam 685 dias para o fim do mandato de Leco, o pior presidente da história. O que sera do São Paulo até lá?
                                            Rafael de Albuquerque                      https://twitter.com/rafa_sjc1930?lang=pt