A nova derrota do São Paulo expõe problemas antigos do time no Morumbi. A impressão que se tem é que o elenco começou 2019 do zero, tudo o que não podia acontecer para que a equipe retomasse de onde parou. Jardine está perdido, insistindo com jogadores da base que não estão dando retorno e, pior, queimando etapas de amadurecimento no elenco principal. Helinho é um deles. O garoto sabe jogar, mas tinha de entrar aos poucos. Não tem estofo ainda para ser titular e carregar o time. O meio de campo do São Paulo também não existe. Hudson e Jucilei não podem ficar com as bolas da armação. Liziero está no mesmo patamar de Helinho, talvez um pouquinho acima. Mas ele tinha de ser mais bem trabalhado com o tempo.

Vejo que o grande problema neste começo de ano é o desespero que o time tem de ganhar quando está perdendo. O São Paulo para de jogar nessas condições e martela de forma errada o rival, como fez ontem diante do Guarani – derrota de 1 a 0. Tentou de todas as formas, mais pelo alto, e não consegui nada. A formação está equivocada e o jeito de jogar também. No começo, o time ainda estava lento. Gosto da ideia de ter Pablo e Diego Souza na frente, mas é preciso ter meias. Nenê ficou no banco e quando entrou, ficou perdido. Correndo errado e errando muito.

Com Hernanes, vai melhorar. Mas é preciso dar mais tempo a ele. O meia jogou 40 minutos e deixou o Pacaembu de língua de fora. Tem de recuperar seu ritmo. Precisa de mais treinos. Ele e Nenê no meio podem mudar a cara desse São Paulo. Jardine terá de abri mão de um de seus volantes ou de um de seus atacantes. Eu tiraria Helinho por enquanto. Ficaria com Pablo, Diego, Nenê e Hernanes, além de Everton. Bem posicionados, eles podem ser mais efetivos na frente. Jucilei e Hudson ficariam mais na marcação, sem a missão de armar.

Estadão