André Jardine conheceu o seu primeiro revés no São Paulo de 2019 e expôs um fato já levantado pela torcida desde os tempos de Dorival Júnior e Diego Aguirre: o meio de campo é pesado. E, sendo sincero, do jeito que está hoje amargará derrotas ao longo do ano.

A defesa é bem armada, precisando apenas Bruno Peres passar por alguns trabalho de marcação mais severos, mas é preciso entender que não é possível ter Jucilei e Hudson juntos. Ambos são primeiros volantes, pesados, não dão velocidade e são facilmente driblados no um contra um. Por que? porque não tem sobra. Para sair jogando, então, ambos fazem os irritantes toques de lado. Não há transição.

Liziero é o nome para acertar essa marcação e corrigir a saída de bola. A entrada do jovem cria da base precisa acontecer rápido. Logo, Hernanes entra no ritmo e vai ser titular. É diferente, é craque e vai precisar de jogadores correndo por ele. O Profeta já tem 33 anos e não é mais segundo volante como muitos dizem. Ou seja, quem correrá  pelo camisa 15?

Hernanes já jogou algumas vezes como segundo volante, mas ele prefere jogar como um terceiro homem de meio-campo, um pouco próximo do ataque. Tem poder de finalização acima de média, com as duas pernas e cabeceio, mas ele também está disposto a ajudar. Vai caber a mim encontrar um sistema que o privilegie“, disse Jardine após a vitória contra o Mirassol.

Assim, escalar um meio com Jucilei, Hudson e Hernanes é suicídio. Assim como está sendo com Nenê, mas que foi mascarado diante das vitórias contra os frágeis Mirassol e Novorizontino. Jardine precisa fazer essa análise rápido. Tem Guarani e São Bento para por em prática um meio mais rápido, mais eficiente na marcação e que jogue com coragem para enfrentar o Talleres na próxima quarta-feira (6), na Argentina.

Meu titular de primeiro volante seria Jucilei, a meu ver, está à frente de Hudson nos quesitos marcação, passe e entrega e obediência ao esquema pedido por Jardine. Liziero vai dar liga, acelerar a saída e transição defesa/ataque. Sem contar que sabe aparecer como elemento surpresa e ser mais uma peça ofensiva.

Outra constatação é que Diego Souza não é mais meia. Não tem velocidade. Tenho quase certeza que não dá liga a Pablo e se jogam juntos, o reforço mais caro da história do Tricolor deixa de jogar na função que o fez brilhar no Furacão. Hoje, é Pablo titular e DS9 reserva. Sem bico.

Terceira mudança é a saída de Nenê e Helinho. O camisa 10, naturalmente, dará lugar a Hernanes e a jovem revelação da base precisa ser melhor trabalhada pela comissão técnica. O momento do São Paulo é de resposta, ele ainda está cru, erra muito e Biro Biro pode ser um bom espelho para crescer seu futebol. Que fique claro: o menino é bom, mas precisa calma nessa promoção aos titulares.

O time ideial do São Paulo para 2019 seria num 4-1-4-1 com Tiago Volpi; Bruno Peres, Bruno Alves, Arboleda e Reinaldo; Jucilei, Liziero, Hernanes, Everton e Biro Biro; Pablo.

O Talleres tá chegando. São os jogos do ano para definir os rumos do clube. Não pode vacilar. Se Jardine insistir no meio de campo pesado, pode nem ficar para a reta final do Paulistão. Muitos técnicos caíram no São Paulo por  muito menos.

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