Amigos Tricolores,

Começo o artigo dizendo: BOA SORTE AO JARDINE!

Eu sou a favor de apoiarmos, mesmo que sendo contra, tudo o que o São Paulo tenta fazer. De nada vai adiantar, escrever artigos, textão nas Redes Sociais, ou passar horas digitando em grupos de WhatsApp contra o que o São Paulo faz. Quem muda os rumos do São Paulo é o Leco, nós, torcedores, gostando dele, ou não, até 2020 é ele quem manda!

Para mim, Jardine ainda não está preparado para assumir o time titular. Acredito que ele precisava de mais um ano ao lado de um técnico mais experiente e de nome. Me agradava ano que vem, Cuca no São Paulo. Abel Braga, para mim, é mais do mesmo, há tempos não ganha nada. Luxemburgo, então, por favor, não estamos mais com tempo para perder em apostas. Ainda surgiram nomes como Roger e Adilson Batista…

Conhece muito!

Eu já escrevi aqui, nesse blog, que eu acredito no Jardine. Acho que, em termos de conhecimento de futebol, ele ainda vai evoluir,  afinal, ele não tem nem 40 anos, porém, ele já mostrou que conhece muito mais do que muito “cara rodado” por ai. Na base, hoje, no Brasil, não acredito que tenha um cara melhor e mais vencedor do que ele.

Para uma renovação de elenco, acredito que não haja ninguém melhor que Jardine, pois ele conhece muito bem a nossa base. Prova disso é a quantidade de titulo que ele trouxe e o legado que deixou, fazendo do São Paulo um time ou campeão ou vice da grande maioria dos campeonatos na base, que disputa. Mas sua vida tende a não ser tão fácil com os jogadores titulares, pois o ego, quando se chega nesse patamar, fica muito grande.

Jardine não terá vida fácil

O que eu tenho medo, em relação ao Jardine é que ele, rapidamente, se queime no São Paulo. Por hora, a maioria da torcida o apoia, pelo o que ele fez na base. No time principal, avaliar o seu trabalho seria muito cedo, mesmo que haja os analistas de Redes Sociais fazendo isso e já pedindo a sua saída depois da derrota para o Vasco…

Não há o que elogiar, não há o que reclamar, ele ainda não teve tempo para mostrar nada, mesmo porque até dia 24/11, ele era interino, agora, efetivo, ou seja, seu primeiro jogo como técnico do São Paulo é contra o Sport, um empate pavoroso, mas que Jardine pelo menos deu espaço para a base com Araruna, Lizieiro, Helinho, Antony e Igor.

A base vem ganhando espaço e isso é bom. Jardine pouco tem culpa pelo pavoroso São Paulo que estamos vendo em campo. Cadê aquele time do 1º turno?

Torcida impaciente

A torcida do São Paulo está se tornando muito, mas muito “cri cri” como dizia meu avô, paternos e grande tricolor, Severino. Graças aos últimos anos que não ganhamos nada e ainda temos que aguentar o Palmeiras e Corinthians – e até o Santos – levantando taças, estamos ficando bem chatos. Tudo é motivo de reclamação e xingamento no Twitter.

Me lembro ,quando o Ricardo Rocha assinou, durante a Copa, para ser comentarista de uma emissora. Os analistas de Twitter, detonaram o dirigente, que na minha opinião, foi trabalhar de forma honesta. Mas tinha torcedor criticando porque ele não estaria trabalhando no São Paulo, na hora do jogo do Brasil. O mesmo torcedor, que estava rezando para ser dispensado do seu trabalho, na hora do jogo para ver, de casa, tomando uma cerveja com os amigos.

Ou agora, a última moda que é reclamar, que sábado passado, na folga, o Lugano estava no estádio do River para ver a final da Libertadores. O cara é do futebol! Estuda e vive o futebol. Tem mais que ir mesmo. Ainda mais na sua folga. O cara é livre para ir e vir! O Brasil é o país mais hipócrita do mundo, isso é indiscutível! Esses dois exemplos apenas para ilustrar o meu medo com relação ao Jardine.

Basta perder de 1×0 para o Corinthians em Itaquera em um jogo que o Nenê resolveu colocar a mão na cintura, o Reinaldo fez 10 coisas erradas, Sidão falhou no gol e Bruno Peres ficou mais arrumando o cabelo do que jogando. Pronto, técnico burro! Ainda me perguntam se, hoje, Telê ficaria 5 anos no São Paulo como ficou… a resposta é: Jamais!

Peito para colocar no banco

O grande problema do futebol brasileiro é que enquanto jogador for mais importante do que técnico, diretor, torcida e clube, nunca vamos melhorar o nosso futebol. Neymar, nosso grande craque, aparece mais na coluna social do que no canal de esporte. Isso é apenas um exemplo da geração mimimi que vivemos. Acho que por isso Lucas Moura, Hernanes, Fábio (Cruzeiro) não vão para a Seleção, não são mimimi e jogam bola. Entre outros, claro!

O problema com Jardine é saber se ele terá peito para colocar Diego Souza, Nenê, Reinaldo, Hudson ou até mesmo Arboleda no banco, caso estejam jogando mal? Eles, apenas exemplo, pois poderia citar qualquer jogador.

Terá peito para, em um jogo contra o Palmeiras, na Arena, tirar Jucilei e colocar Shaylon? Começar o jogo com Toró no lugar de Everton? O quanto os jogadores, mimimi, vão se irritar? Será que Jardine terá peito para isso? E se o fizer, quem tem mais “costas quente” Jardine ou Nenê? Jardine ou Diego Souza? Leco, Raí e Ricardo Rocha vão bancar o técnico?

É isso, meus amigos tricolores, que me dá medo do Jardine assumir já, pois uma coisa é dar bronca e porrada na molecada de 16, 17 anos, outra, é bater de frente com jogador rodado e com quase a mesma idade que ele.

Então, quando estará preparado?

Realmente essa é uma resposta difícil. Pode ser, que daqui um ano, eu esteja escrevendo a mesma coisa, como pode ser que não. Com um técnico mais “rodado”, o Jardine não teria espaço algum para mostrar seu potencial, isso é fato, ele poderia sugerir uma ou outra mudança, mas 98% das decisões será do técnico principal.

Muricy, quando preparado para assumir a vaga de Telê Santana, iniciou um projeto, em 1994, de 4 anos. Telê se aposentaria, em 1998, para Muricy assumir, mas a doença do mestre, o fez parar em 1996 e Muricy, prematuramente, assumiu seu posto. Não deu certo, saiu, rodou por diversos times, ganhou muitos títulos, experiência e bagagem, voltou, em 2006, 10 anos depois, para nos dar 3 brasileiros na sequencia e sem fax. Com Rogério será o mesmo, voltará em breve, para ser tão campeão como Muricy e Telê no SPFC!

E vale lembrar, Muricy e Rogério saíram do São Paulo pela porta dos fundos, por não conseguirem dar títulos ao tricolor, e ambos não ficaram nem 6 meses no comando do São Paulo. Carille, é um caso de sucesso, foram 7 anos ano lado de Mano Menezes e Tite para aprender e foi uma excelente surpresa em 2017. Técnico de resultado, sim, mas não há dúvida do trabalho que ele fez no Corinthians. Saiu e o time só não caiu para a série B porque abaixo dele tinha muita gente “desejando” a vaga.

E por fim…

Parabéns ao Palmeiras pelo título Brasileiro de 2018. Adversários sim, inimigos nunca!

*Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova) – www.livrotele.com.br – facebook.com/plannerfelipe e @plannerfelipe