Amigos Tricolores

Não acredito em coincidências! Não acho que as coisas ocorrem por acaso. Tudo na vida tem um motivo. Independentemente de religião, que cada um tenha, nada ocorre ao acaso. Por isso, colocar na conta da coincidência do fato do Everton te saído do time o nosso SPFC ter entrado nessa maré ruim, é algo que vai contra o que acredito, porém, colocar esse fator como um dos fatores pela queda, isso eu concordo. Não é o acaso, são fatores concretos que estamos vendo dia após dia no nosso São Paulo, onde muitos são culpados, até, indiretamente, Everton e suas lesões. Digo indiretamente, pois jogador não se machuca porque quer, mas sua ausência prejudica o time.

Ninguém é insubstituível

Isso é fato! O Santos ganhou jogos sem Pelé, Napoli sem Maradona, Barcelona sem Messi, Milan sem Ronaldinho Gaúcho e por ai vai. Se esses gênios da bola puderam se ausentar e o time continuar a vencer, desculpem, mas não vai ser o bom jogador Everton que fará com que o tricolor perca jogos sem a sua presença. Ele é importante, sim, é um bom jogador, sim, mas o São Paulo tem mais 20 jogadores além dele e não podemos ter a mesma dependência do Everton que tivemos do Cueva no passado. Desculpem, mas nem Everton e nem o Cueva eram Cristiano Ronaldo ou Messi!

Everton mais efetivo

O São Paulo perdeu a sua velocidade pelos cantos, arma que o Aguirre usou por algum tempo com bastante efetividade. De um lado, Rojas, muito veloz, do outro Everton, veloz, mas com mais qualidade no passe, chute e visão de jogo. Ambos, muito importantes no esquema, mas quando Aguirre perdeu Everton, não soube transformar o time. Não basta colocar o Helinho, Brenner ou Caique por ali, é preciso dar um tempo para que o time se encaixe novamente, porém,  é preciso que o esquema tático respeite as características dos jogadores para que dê liga. Não basta o time jogar com um só esquema, padrão sim, mas esquemas são mudados o tempo todo.

Everton se mostra mais efetivo que Rojas, o que me dá uma esperança de que com a sua volta, sentiremos menos a falta de Rojas. Se Aguirre parasse de mandar atacante marcar lateral, poderíamos ver um Helinho mais eficiente, e arrisco a dizer, mesmo que cedo, sendo mais eficiente que Rojas, deixando o “gringo” no banco na sua volta, no meio do ano que vem.

Paremos com dependência

Já tivemos dependência de Cueva, Nenê e agora, ao que parece Everton. O São Paulo é um time enorme para ter dependência de um único jogador. Na década de 40, não dependíamos de Leonidas da Silva, em 70 não dependíamos de Pedro Rocha, em 80 de Careca, 90 de Raí ou 2000  de Rogério Ceni. Essas lendas do São Paulo, agregaram muito, óbvio, mas futebol é coletivo. Leonidas poderia fazer 3 gols por jogo, mas se o time levasse 4, perderíamos. O futebol é coletivo, mas não se ganha apenas com 11 jogadores, mas sim, com uma equilibrada estrutura que vem do presidente ao massagista.

Equilíbrio é o que o São Paulo precisa

Telê, na década de 90, ganhou tudo com o São Paulo porque tinha tudo isso: o seu enorme talento como técnico e verdadeiro professor, pois ele realmente ensinava os jogadores, com jogadores dedicados e talentosos e uma diretoria que sabia trabalhar. Acredito que a maior prova foi a saída de Raí e a chegada de Leonardo, em 1993. Hoje, saiu Rogério Ceni e vieram: Sidão e Jean. Difícil, mas há de convir, que no futebol também não tem aquela safra de grandes jogadores como tinha em outros tempos onde tínhamos Muller, Edmundo, Evair, Romário, Bebeto, Renato Gaúcho,

Agora, não há muito mais o que fazer, a não ser, torcer por um 2019 melhor. Evoluímos, isso é fato, de 2017 para 2018. Resta evoluirmos em 2019 a ponto de comemorar títulos!

*Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova) – www.livrotele.com.br – facebook.com/plannerfelipe e @plannerfelipe