Avaliar o trabalho de um treinador, é óbvio dizer, é impossível depois de apenas dois jogos. Mas com 180 minutos de jogo à frente do São Paulo, já pode ser dito que André Jardine mudou algo na equipe. Preparado na base para um dia assumir o time profissional, o treinador trocou rapidamente a mentalidade do time.

Saiu o estilo Diego Aguirre, que entregava a bola aos adversários e se fechava quando estava à frente no placar, e entrou o estilo Jardine, que passamos a conhecer melhor agora: ter a bola é um caminho mais fácil de se chegar à vitória. Contra o Cruzeiro, o Tricolor teve mais posse de bola o tempo todo. Trabalhou com ela, não a entregou ao adversário para ficar na espreita à espera de um vacilo. Quando Diego Souza, em um lindo gol, abriu o placar aos 30 minutos do primeiro tempo, a equipe não recuou para viver somente de contra-ataques.

O São Paulo continuou jogando, seguiu querendo ficar com a bola. Aos 39 anos, o jovem Jardine parece ser mais uma esperança de renovação positiva nos quadros de treinadores no Brasil. Como pontuou André Kfouri, colunista do LANCE!, em participação na ESPN, quando um técnico joga somente pelo resultado, se as vitórias não acontecem, nada sobra. Quando um treinador tem uma ideia, um conceito, as vitórias, mesmo que não apareçam, algum tipo de legado permanece.

André Jardine parece estar no segundo grupo. Seu sucesso depende também do trabalho e da paciência que os dirigentes do clube terão.

L!