Amigos Tricolores,

Não deu para segurar. No último domingo, a parceria de Aguirre com o São Paulo se encerrou. Depois do melancólico e medroso jogo que o São Paulo fez contra o Corinthians, ficou insustentável a sua presença pelos lados do Morumbi. Eu vinha, nas ultimas semanas, criticando o trabalho dele, achava um técnico limitado de poucas variações táticas, mas contra Flamengo e Corinthians ele se mostrou um técnico, limitado e medroso!

Não podemos ter alguém no comando que prefere Edimar a Nenê! Não dá! Isso sem falar das vezes que barrou Arboleda! Rodrigo Caio na lateral, Bruno de ponta, não dá chances a base…

Trouxe raça. E só!

De fato, o Aguirre trouxe a mística uruguaia para o Morumbi. No primeiro turno, o São Paulo deu a volta por cima. Um time que perdia para times pequenos, teve uma sequencia de vitórias em cima do Cruzeiro, Flamengo, Corinthians, sendo Cruzeiro e Flamengo, fora de casa. Não é para qualquer um e por algumas rodadas, fomos o líder do campeonato.

 

A limitação do Aguirre se deu, quando os outros técnicos entenderam o jogo do São Paulo e conseguiram anular as armas. O fato de perder o Everton, não é o fator principal para a queda, mas influenciou, porém, as invenções do Aguirre ajudaram ainda mais. Edimar e Reinaldo? Bruno Alves de ponta? Arboleda na lateral? Faltou pouco para Nenê jogar de Zagueiro ou Diego Souza no gol. Era muita invenção para um time que está anos sem ganhar um titulo importante. Não me recordo de Telê inventar assim…

Modinha???

Quer ler o artigo e chamar de modinha? Quer brigar com quem concorda com o texto e o chamar de modinha? Problema seu! O fato é que, de novo, perdemos mais um ano por ter um técnico abaixo do tamanho do São Paulo.

E olha, que desde 2008,  passaram vários técnicos pelo São Paulo e apenas Ney Franco nos deu um título… Nesse momento o São Paulo não pode fazer testes ou trazer amigos de diretores precisamos de um técnico “rodado” e com conquistas recentes! Chega de experiências como Rogério Ceni. Chega xe técnicos que não ganham nada a tempos como Ricardo Gomes, Carpegiani, Dorival Jr, Aguirre.

De 2014, para cá, ganharam o que? No máximo, Dorival ganhou o Paulistão de 2016. Precisamos de um técnico que tenha títulos recentes no currículo e seja capaz de transformar o São Paulo. Rogério, como sempre digo, em 2023 será o melhor técnico do país, hoje, precisa de mais rodagem. Aliás, parabéns ao M1TO pelo titulo da Série B, conquiste mais, pegue mais experiência e volte ao Morumbi para nos dar o 4º mundial!

O medo não combina com vencedores

A minha banda favorita é o Queen, e não falo isso por causa da febre do excelente filme sobre a história de Freedie Mercury, seu líder, mas por ter em casa, pelo menos 30 CDs da banda. Eu conheço bem a história da banda e no filme, conheci e relembrei de outras. O Queen foi o que foi, porque nunca quis fazer mais do mesmo, nunca teve medo. Sempre quis inovar, sempre quis sair na frente, sempre teve peito para fazer o diferente e inusitado. Na maioria das vezes deu certo, por isso, o Queen está entre as maiores bandas do mundo por isso, mas em outras vezes, suas inovações não deram certo. Faz parte do jogo, mas ficar parado é pior do que inovar. O medo é pior do que a tentativa de fazer algo diferente.

Aguirre colocou Edimar na lateral e Reinaldo na ponta. Contra o Corinthians, 2 gols de Reinaldo. Deu certo, depois, em outros 4 ou 5 jogos não deu! Inovou, ousou, deu certo, mas depois não deu mais. Devia ter parado de teimar e tentado outra solução. Tanto “moleque” bom da base multi campeã pedindo passagem!!!

Aguirre era limitado no plano tático. Não ousava! Não tirava um zagueiro para colocar um 4º atacante, por exemplo. Na maioria das vezes era a substituição segura, sai volante, entra volante, sai atacante, entre atacante.

Trabalho em uma área, marketing digital, onde quem mais tem medo, tem menos resultados. Aguirre teve um problema sério com a ausência de Everton e teve medo do novo, ao não colocar a base para jogar. Helinho, por exemplo, precisou de 4 minutos para mostrar resultado. Aguirre não soube suprir a ausência do Everton. Não podemos ter dependência de um jogador. No meu mercado, a Netflix, por exemplo, desbancou a Blockbuster, pois ela inovou, a Blockbuster parou no tempo. Quem para no tempo não vence. Isso é fato!

 Mas era a hora da demissão?

Quando ocorre um caso como esse, fico pensando como seria Telê Santana no comando do São Paulo com essa diretoria e essa pressa pelo resultado imediato. Não morria de amores pelo Aguirre, mas paremos para pensar, faltam 5 rodadas para acabar o campeonato que não temos mais chances de titulo. Ele teve um aproveitamento de 55% a frente do São Paulo, superior a todos os outros técnicos, exceto, o grande Muricy, que mesmo sonhando, não volta ao comando do SPFC. Um dia, como dirigente, quem sabe?

A desculpa dada pelo Raí, na ultima 2ª feira, na coletiva é que o clima no vestiário não era dos melhores e era preciso tomar uma decisão rápida. Nenê e Brenner passaram pelo Aguirre na hora do gol, contra o Corinthians, sem o cumprimentar o técnico. Isso foi feio, mas mostrou como o clima estava.

O temor de perder o 4º lugar e a vaga direta para a Libertadores faz sentido, mas eu acho que o grande Raí, ai errou, pois é também, papel dele, entrar no vestiário e dar porrada nesse bando de mimado que – supostamente, veja bem, supostamente – ajudou a derrubar o técnico. E não é para acusar A ou B aqui, mas que o clima no São Paulo não era mais o mesmo, isso não era.

Aguirre é um cara sério e trabalhador, algo ocorreu, mas isso, nunca saberemos, a não ser pelas especulações de torcedores ou jornalistas causadores de crises, como na Gazeta que demitiram o Ricardo Rocha sem ele ser demitido no mesmo dia da demissão de Aguirre.

 Jardine?

O papo que rola nos bastidores é de Jardine assumir o São Paulo em 2019. Na reunião de 3ª no conselho, Leco afirmou isso. Alguns conselheiros, presentes na reunião tornaram publico isso em suas contas no Twitter.

Não tem nem como falar mal de quem nunca dirigiu o time titular, tal qual, não tem como falar bem. Escrevo esse artigo antes do jogo contra o Grêmio. Com 20 títulos na base, potencial ele tem, de sobra, mas na minha visão, ainda não está preparado para lidar com essas estrelas mimadas que o futebol produz ano após ano, sejam os mais experientes ou essa molecada que nunca ganhou par ou impar, mas se acham os novos Pelés, Maradonas, Messis.

Competência, existe, mas um moleque desses, na base é uma coisa, vai para o profissional, começa aparecer na TV, empresário, torcida, mulheres, amigos que surgem do nada, o sucesso sobe a cabeça e ai para gerenciar é um problema. Agora faz isso vezes 25 jogadores.

Eu traria um técnico mais experiente e vencedor até para ajudar Jardine em sua preparação e quem sabe, 2020, com títulos em 2019, Jardine assuma? Aposto nisso! E digo que quero um técnico com recentes conquistas. Imprensa aposta em Cuca e Abel. Um arrumou o São Paulo em 2004 dando toda a base para o time campeão de tudo em 2005, o outro, um técnico bom, mas que não ganha nada há tempos. Estrangeiro? Bom, Osorio e Bauza, ficaram pouco, mas trouxeram resultados. Pode ser uma nova tentativa.

Aguirre, um abraço

Obrigado pelo o que fez no São Paulo, seja feliz em outro time.

Para nós, agora resta continuar o campeonato e torcer para que 2019 não seja mais um ano perdido.

*Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova) – www.livrotele.com.br – facebook.com/plannerfelipe e @plannerfelipe