A capa do jornal “Zero Hora” de Porto Alegre desta segunda-feira estampa uma foto grande de D´Alessandro beijando o escudo do Internacional na sua camisa. Dentro da foto, ao lado dele, o título “Ele decide”. Assim tem sido com o ídolo colorado nos últimos tempos. E não necessariamente dentro de campo.

Recentemente foi visto no alambrado atrás de um gol, sem chuteira, apoiando o time aos berros.

D`Alessandro é o caso do jogador que está perto do fim da carreira e que tem o entendimento preciso de como pode continuar sendo relevante a um grupo mesmo sem pisar no gramado em todas as partidas.

Neste domingo Nenê não foi a campo no empate com o Flamengo. Assim que o jogo acabou, pegou suas coisas e se mandou do Morumbi, com cara de poucos amigos.

Pode ter ficado irritado por não ter sido aproveitado no jogo, mas ter sido aproveitado para a encenação feita por Diego Aguirre antes de a bola rolar. O treinador levou doze jogadores (Nenê entre eles) para o aquecimento que os times fazem no campo antes da entrada em oficial.

Entendo que não tinha espaço para ele na partida, mas esta é uma outra questão.

Fato é que a atitude do jogador foi mais um ingrediente no caldeirão de problemas que se transformou em São Paulo no segundo turno do Brasileirão. O time que está se esforçando no limite para não perder a quarta colocação no campeonato agora tem outra questão para ser resolvida.

Não é possível comparar a idolatria de D´Alessandro no Internacional com a de Nenê no São Paulo. Um tem uma longa história de dedicação ao Colorado. O outro chegou este ano depois de passagem por outros grandes clubes do Brasil.

É injusto também dizer que Nenê não foi útil ao Tricolor. Fez um ótimo primeiro turno, no momento em que o São Paulo virou líder do campeonato. Seu rendimento caiu com o time na segunda etapa.

Mas há outro tipo de colaboração que jogadores mais experientes podem dar a um time. O próprio Nenê foi positivo para o ambiente quando o time vinha bem no Brasileiro. Um dos líderes do elenco, uniu o grupo, deu destaque a Reinaldo, que era muito introvertido até outro dia e ajudou para que o jogador se soltasse, por exemplo.

Um jogador do tamanho e currículo importante como Nenê (jogou em grandes times do Brasil e teve interessante passagem pela Europa) tem muito a contribuir com um time. Não necessariamente dentro de campo.

ESPN