Apesar de ter apenas 19 anos, o garoto Luan tem impressionado a torcida do São Paulo. Primeiro ao estrear profissionalmente em um clássico contra o Corinthians em 21 de julho. E mais recentemente por ter “barrado” o experiente volante Jucilei, assumindo a titularidade do time tricolor nas últimas duas rodadas e ajudando o time a voltar a ganhar na temporada.

É possível que, diante dessa boa fase, ele seja novamente titular contra o Flamengo, no Morumbi, no próximo domingo, pelo Campeonato Brasileiro.

Em tão pouco tempo, Luan ainda conseguiu algo mais impressionante. Virou xodó de muitos torcedores, que já tem um carinho especial por quem vem da base tricolor. E no caso dele ajuda o fato de ele ter dez títulos por três categorias diferentes em dez anos em Cotia.

“Estou há dois anos trabalhando no São Paulo e convivo com ele desde então. Posso afirmar que é um sujeito muito dedicado, tanto dentro como fora de campo, muito comprometido e com uma personalidade muito forte. Para mim, são esses os fatores preponderantes para a ascensão dele da base ao profissional”, disse Pedro Smania, coordenador da base do São Paulo, ao ESPN.com.br.

Smania conviveu com Luan no período mais importante da formação do menino, quando ele passou do sub-17 para o sub-20, a última categoria antes dos profissionais. É uma prova de fogo, que deixa muitos garotos pelo caminho no futebol.

O profissional da base são-paulina apontou mais alguns diferenciais no jovem para que ele conseguisse impressionar tão rapidamente. E lembrou até quem foi a inspiração para o pupilo no mundo do futebol.

“Ele gosta muito do Casemiro. Até mesmo em conversas informais em Cotia falava dessa idolatria e que gostaria de repetir a história do Casemiro”, disse Smania, relembrando o jogador do Real Madrid e que, assim como Luan, também foi formado na base tricolor.

“Outra coisa sobre o Luan é que ele foi um atleta que desde os tempos de base sabia variar de posição. Jogava como primeiro volante em alguns momentos e, em outros, como segundo volante, fazendo aquele típico camisa 8. Inclusive com bom número alto de assistências”.

Além de ter sido uma espécie de conselheiro, Smania ainda participou de outro momento importante da vida de Luan. Foi em julho, quando o técnico Diego Aguirre estava cogitando levar o jovem para o clássico contra o Corinthians.

Até aquele momento, Luan tinha poucos treinos com a equipe profissional e três dias antes de estrear estava defendendo o sub-20. O volante, que ia comprar ingressos para ver a partida das arquibancadas do Morumbi, teve seus planos alterados.

“Em uma reunião com a comissão técnica do profissional e a direção do clube, eu fui indagado por eles para dizer o que pensava sobre o Luan. E eu fui bem taxativo e claro, que ele tinha condições. Pela personalidade forte, pela dedicação, por saber onde pode chegar. Então, disse a eles que poderiam confiar. Ele é um atleta de alto nível. É capitão da seleção sub-20, muito respeitado na base”, contou Smania.

A conversa teve efeito. Raí, diretor de futebol, e Ricardo Rocha, coordenadores, sentiram confiança. E Aguirre gostou do que ouviu. Tanto que escalou Luan nos minutos finais do confronto e viu um jogador dedicado e qualificado.

Depois disso, ele fez mais cinco jogos e foi titular em quatro.

“O forte dele é a marcação. A gente coloca ele em um patamar acima dos volantes do país porque além de ele marcar bem ele sabe dar passes com qualidade. Aliado a isso, tem a liderança em campo. É um líder nato. Toma conta do ambiente”, disse Smania.

“Ele ama o São Paulo, é muito são-paulino. Está na base desde os dez anos. É muito grato ao São Paulo por transformar a vida dele. Tem uma história aqui dentro e com essa camisa. A gente conversa muito, mas nada formal. Até porque é a comissão técnica do São Paulo que o orienta. Eu só reforço que é importante ele ter foco. Ele não vai deixar passar essa chance”, conclui o coordenador.

ESPN