A derrota para o Inter e a distância para o líder Palmeiras aumentando para 7 pontos foi um duro golpe para os torcedores, um choque de realidade. A perspectiva de título deu lugar a dúvida se iremos conquistar ao menos uma vaga pra Libertadores.
              Do ponto de vista matemático o título não é impossível de ser conquistado, visto que na 10º rodada do turno, após o empate com o Inter no Morumbi, estávamos em 6º, a 6 pontos do líder e terminamos o turno na liderança, 3 pontos na  frente do vice líder do turno, o Inter.
              Por mais que as chances matemáticas ainda existam, o nível de atuações nesse 2º Turno não passam a menor confiança na briga pelo título. Justo no momento em que o time teria que realizar apenas uma partida por semana e contra times brigando na parte de baixo da tabela, como Paraná e América-MG, o time empatou.
               Esse ano o humor do são-paulino variou demais. Começou preocupado com as saídas de Hernanes e Pratto, ficou otimista com as vindas de Nene e Diego Souza, a manutenção de Jucilei e a contratação de Anderson Martins. Mas os problemas não tardariam a aparecer. A falta de consistência no planejamento de Dorival Júnior, a escalação de Nene na posição errada, os seguidos problemas de indisciplina de Cueva, o excesso de lesões musculares dos jogadores em comparação com os demais times grandes. Não tardou muito e Dorival caiu, sem deixar legado algum, com o time tendo posse de bola inútil e dando poucos chutes ao gol adversário. 
 
                 Veio Aguirre, que no meu conceito havia feito trabalhos aceitáveis no Galo e no Inter e um feito levando o fraco Peñarol ao vice da Libertadores de 2011. Ele pegou o time no meio de março, sem ter feito pré-temporada, indicado jogador, sem preparo físico e montando o time na defesa e partindo no contra-ataque. Dessa forma, por muito pouco não foi pra final do Paulista. O time parou de evoluir e foi eliminado na Copa do Brasil e teve um começo com muitos empates no Brasileiro. Depois o time reagiu e venceu 5 dos 7 jogos antes da parada pra Copa. 
 
                  Cueva foi vendido, Marcos Guilherme e Valdívia negociados pelos donos dos seus direitos econômicos e foi contratado Rojas. O elenco ficou enxuto, sobretudo no ataque e dessa forma o time conseguiu uma boa sequência no pós-copa, tendo vencido Flamengo e Cruzeiro fora e o clássico contra o Corinthians. A desclassificação diante do Colón foi lamentada, mas entendida como alívio por ter em  tese um calendário menos desgastante que a maior parte dos seus concorrentes. O SP assumiu a liderança contra o Vasco sem ter jogado absolutamente nada, empatou com o praticamente rebaixado Paraná, mas o peso desse resultado foi diluído pela derrota do Inter contra 
a Chapecoense dias depois. 
                 A derrota contra o Palmeiras foi um duro golpe. Além da vantagem pro rival ter aumentado, viu-se ali uma diferença assustadora  de elenco, o adversário poupou meio time e ganhou sem fazer força. Contra o Inter, o SP jogou dois minutos e mais nada, perdeu e foi apático, coisa que vem ocorrendo há muito tempo. 
 
                 Aguirre, antes elogiado, começa a ser questionado pela forma fechada que o time joga e pelas alterações pouco ousadas. Infelizmente parte dos torcedores fazem comentários somente em cima dos resultados, sem analisar as circunstâncias. Os diretores tem a parcela de responsabilidade por não ter reforçado o elenco com jogadores prontos e não apostas como Everton Felipe e contratado um goleiro acima da média. O sumido Leco merece ser criticado pelo bastidor pífio do time ao ser prejudicado sucessivamente pela arbitragem. Como um cidadão remunerado sai de uma reunião sem ter votado algo de interesse do clube? 
 
                  Isso não me impede fazer criticas e propor soluções. Eu tiraria Jucilei e colocaria Liziero pra fazer  o time fazer a transição do meio para o ataque com mais rapidez. Com a suspensão de Peres entraria com Araruna na LD, por ele chegar melhor ao ataque do que Rodrigo Caio e colocaria Toró no lugar de Everton ,que faz muita falta. Gosto do trabalho do Aguirre, mas o time estagnou e mesmo com o elenco limitado é possível e obrigatório criar um fato novo.
 
                  Nos últimos meses foi maravilhoso ir ao Morumbi. Ver o SP ser líder, o estádio lotado, poder comemorar com os amigos que  fiz no Twitter as sofridas vitórias do time. A ilusão acabou, é hora de encarar a realidade. Fui em momentos piores e não irei deixar de apoiar agora. O amor e a fé nesse clube não irão acabar nunca. Conta comigo no sábado, SP!
 
                    Rafael de Albuquerque
                    https://twitter.com/rafa_sjc1930