É isso aí, pessoal. Acabou para o São Paulo em 2018. Por mais que ainda tenham sete jogos (21 pontos em jogo) o time já jogou a toalha e agora luta por uma vaga pela Libertadores. Quem, 40 dias atrás, diria uma coisa dessas?

Quem me conhece e acompanha meus textos aqui na Gazeta Esportiva desde 1998 – sabe de minha luta pela valorização da Psicologia do Esporte como ciência no futebol. Sobre o São Paulo, digo isso há pelo menos 10 anos.

O tricolor paulista não irá reagir enquanto não olhar essa questão com mais seriedade e contundência. Entra técnico, sai técnico. Muda-se os presidentes, jogadores e diretores e o fantasma que derruba o São Paulo há tanto tempo ali continua: a FRAGILIDADE PSICOLÓGICA E EMOCIONAL.

De nada adianta “mandar” os jogadores para a psicóloga cuidar quando não estão demonstrando equilíbrio psicológico nas partidas. Você sabia que Psicologia Clínica é diferente de Psicologia do Esporte? O trabalho da Psicologia do Esporte se dá ali, no dia a dia, em reuniões com  a comissão técnica, com presença em treinos e jogos fazendo observação de comportamento individual e coletivo. O psicólogo precisa ser considerado como mais um integrantes das comissões técnicas e não uma espécie de diretora de colégio que conversa com os alunos quando eles não se comportam bem!

Desde 2010, a cada ano, venho aqui dizer a mesmíssima coisa : a presença de psicólogos não garante a vitória mas a ausência desses profissionais pode ser crucial nas derrotas. Até a seleção brasileira começou, tardiamente, a apostar nesse trabalho.

O São Paulo sofre de uma tal “síndrome do fracasso neurótico” e, se assim continuar, ficará mais 10 anos nesse prejuízo crescente para o clube e sua torcida.

Procure falar sobre a Psicologia do Esporte com os cartolas do clube. O máximo que eles atingem cognitivamente é “procurar apoio em casos de indisciplina ou crise pessoal”. O São Paulo ainda vive nos tempos jurássicos nas áreas administrativa e da preparação psicológica. Ainda vive, de forma vexatória, sob a égide de um “Soberano” de um passado já bem distante.

Antes de atacar esse colunista, por favor, reflitam sobre o comportamento emocional dos atletas. Pensem em como o time amarela literalmente quando está próximo das decisões. Tenho certeza que, com o mínimo de bom senso, concordarão que a fragilidade psicoemocional é a grande vilã do time.

Até mesmo o treinador e atletas entendem que o time carece de força mental e emocional. O problema maior é que eles pensam que, ao chegar nessa conclusão, o problema já está resolvido, como num toque de mágica.

E não está.

João Ricardo Cozac