Amigos tricolores!

Será que foi apenas uma fase ruim? Ou será que tivemos apenas uma fase boa? Difícil saber, mas o fato é que depois da Copa do Mundo, o São Paulo caiu muito de produção! Todos temiam os 4 jogos depois da Copa, considerados muito complicados. Para a imprensa, essa sempre contra o SP, não ganharíamos. Disputamos 12 pontos, ganhamos 9! Ótimo! Excelente seria 100%, isso nos deu uma esperança, o São Paulo renascia, voltava ao posto de onde nunca deveria ter saído: Disputar títulos!

Sequência dificílima. Passamos!

De fato, era uma sequência dura! Flamengo no Rio, Corinthians no Morumbi, Grêmio em Porto Alegre e Cruzeiro em Minas. Times fortes que estão sempre na ponta da tabela disputando títulos. O São Paulo com raça, vontade e impondo seu jogo ganhou do Flamengo, goleou o Corinthians e ganhou do Cruzeiro! Perdeu de virada para o Grêmio lá, mas me lembro de estar 1×0 e o São Paulo perder um gol incrível. Talvez 2×0 a história seria diferente, mas não o foi! Mas, perder para o Grêmio, em Porto Alegre, não é nenhum demérito, faz parte do jogo, não causa crise em time nenhum. Já empatar com o Paraná, em casa, isso sim é preocupante. Com todo o respeito ao Paraná, mas é o ultimo colocado.

Deixaram a gente sonhar

Com esse sequência conquistamos a ponta da tabela. Se no ano passado nossa campanha era “time grande não cai”, nas Redes Sociais, 2018, estávamos iludidos com o “segue o líder”, posição que perdemos no empate com o Botafogo e que vimos ficar mais distante no sábado, diante a derrota contra o Palmeiras.

Era o chamado “jogo de 6 pontos”. O retrospecto era dos melhores: tabu de 16 anos, em casa, com quase 60 mil pessoas, tínhamos vencido todos os clássicos no Morumbi, sob o comando de Aguirre. O time tinha a obrigação de vencer, mas a história foi outra. O São Paulo foi um time apático, sem o mesmo brilho de outros jogos, sem a mística uruguaia que Diego Aguirre trouxe. Houve quem dissesse que o São Paulo de sábado se pareceu com o time do 1o semestre, comandado por Dorival Jr. De fato, parecia. Um time sem vontade de jogar, parecia que tinham entrado em campo, apenas para cumprir tabela. E pelo o que Sidão fez no começo do jogo, deu a entender ainda mais isso.

Apatia de volta. Medo!

O São Paulo de Aguirre, não mostrava um futebol digno do São Paulo, essa é a verdade. O São Paulo tem um outro futebol, de toque de bola, para frente, sempre buscando o gol. Sempre foi assim, Telê aprimorou isso e esse deveria ser o padrão tático do São Paulo, mas não, o futebol mudou, o resultado de 1X0 importa mais do que qualquer outra coisa.

Não é para negar, também, que de qualquer forma, o time tinha muita garra. Como alguns disseram, era o time que “não vendia fácil uma derrota” e por isso foi conquistando espaços, porém, sempre me incomodou ver o São Paulo jogando apenas no contra ataque, mesmo em nossa casa.

Talvez, pelo momento em que o São Paulo vivia com Dorival, pela falta de confiança da torcida com o time e os próprios jogadores e até mesmo para o Aguirre conhecer o elenco que tem nas mãos, era aceitável, entretanto, essa estratégia em poucas rodadas ficou manjada e o São Paulo ficou um time fácil de ser marcado. A apatia, parece ter voltado ao São Paulo, pelo menos vimos isso diante do Botafogo, e mais claramente diante do Palmeiras.

Quem não chuta, não marca!

Recentemente escrevi aqui um artigo sobre isso. Em resumo, eu acredito em uma ordem do Leão, em sua passagem pelo São Paulo, em 2005, que exigia que o time chutasse 20 vezes ao gol por jogo. Acho que o Aguirre precisa exigir isso também. O São Paulo não chuta, sendo assim, dificilmente fará gols.

Usar o recurso do “chuveirinho” não vai adiantar muito, por mais que Diego Souza seja bom no jogo aéreo e o São Paulo aposte em Carneiro, pela sua altura, mas convenhamos, não temos aquele lateral, por exemplo, com o passe milimétrico que coloque a bola na cabeça do atacante do São Paulo. Nenê, que tem o “pé mais calibrado” do time, também não tem jogado tudo o que se espera e não podemos apostar nisso. Em 2008, Jorge Wagner e Borges fizeram muitos gols dessa forma, fomos campeões, verdade, mas não se pode apostar apenas nessa jogada. Tem que chutar, pô!!!

Acabou o repertório?

Eu não vou aqui crucificar Diego Aguirre. Até 3 rodadas atrás, ele era tido como um dos melhores técnicos do país, tinha dado uma nova cara ao São Paulo, tinha resgatado o espírito vencedor no time. Ele é um sujeito sério, transparente e trabalhador, mas tem pecado um pouco nas invenções.

Contra o Corinthians, Edmar e Reinaldo deram muito certo, é verdade, mas Bruno Peres de ponta esquerda contra o Palmeiras não deu. Há também de se analisar algumas mexidas que ele tem feito, como por exemplo, colocar Rodrigo Caio e deixar Arboleda no banco. Também já escrevi aqui, Arboleda não pode ser banco de maneira nenhuma. Ele é, sem dúvida, o melhor zagueiro em atividade no país. A questão que fica para pensarmos é: Aguirre chegou no São Paulo, mudou o estilo de jogo, deu um padrão. Isso é fato e indiscutível. Mas será que é só assim que ele sabe armar? Não há variações táticas? Não há jogadas ensaiadas? Não há um elemento surpresa, como por exemplo, Mineiro fazendo o gol do titulo de 2005?

Esperança é a última que morre!

Eu não sou nenhum teórico do caos! Sou apenas um torcedor, com um espaço aqui nesse blog que estou expondo a minha opinião, que pode ou não agradar, mas essa é a minha visão. A velha frase de “enquanto houver 1% de chance, terei 99% de esperança é válida”. Paro de acreditar no título quando, matematicamente, não houver nenhuma chance, mas jamais paro de acreditar no meu São Paulo Futebol Clube!

*Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova) – www.livrotele.com.br – facebook.com/plannerfelipe e @plannerfelipe