Escanteio da direita cobrado por Dudu, gol de Gustavo Gómez suficiente para dar pane mental no São Paulo. O segundo foi o retrato do momento do jogo: rebote do escanteio para o time da casa, transição ofensiva rápida que encontrou três palmeirenses contra dois são-paulinos. Passe de Mayke, chute de Dudu na trave. Com os adversários estáticos, o Palmeiras recuperou a bola e Mayke colocou na cabeça de Deyverson, totalmente livre.

Os comandados de Diego Aguirre pareciam pregados no chão. Apatia assustadora. Desde o início dando a impressão de estarem perdidos com a mudança na escalação sem mexer no 4-2-3-1 que tinha Rodrigo Caio na lateral direita, Bruno Peres como ponta e Rojas do lado oposto. Pouco mudou com Carneiro, Everton e depois Tréllez. Porque elenco e treinador parecem não ter assimilado bem a condição de líder e favorito ao título. Talvez pese a responsabilidade de encerrar o jejum de títulos num cenário em que os rivais da cidade, Corinthians e Palmeiras, vem dominando o cenário nacional. Na prática, justamente quando se imaginava o crescimento do time com as semanas livres para recuperação e treinamento o desempenho despencou. O time não troca passes no campo de ataque com desenvoltura nem se destaca pelo jogo mais direto. Finaliza pouco quando ocupa o campo de ataque por necessidade. Nem a ausência de Everton por lesão justifica tamanha estagnação.

O revés complica demais a briga pela liderança. Até por abalar a confiança para o duelo da próxima rodada contra o Internacional no Beira-Rio. Se voltar de Porto Alegre com a derrota será a pá de cal na disputa pelo título. Cenário surreal para quem cresceu com jogos seguidos, inclusive na Sul-Americana, logo após a Copa do Mundo e se perdeu com tempo para trabalhar.

UOL – André Rocha