O empate contra o Botafogo no último domingo fez o SP cair para a 3º posição, pior colocação desde a 12ª rodada, quando derrotamos o Vitória antes da parada para a Copa do Mundo em junho. Mais do que isso, fez parte da torcida perder o otimismo.
                 Setembro representou o pior aproveitamento de pontos e o pior futebol se comparado aos demais meses. Em abril, fizemos 3 jogos com 55% de aproveitamento e nenhum bom jogo. No mês seguinte, foram 5 jogos com 73% de aproveitamento,  dois bons jogos contra Santos e Botafogo e um ótimo jogo contra o América, no Independência. Em junho foram 4 jogos e 58%
de aproveitamento, com a quebra do tabu de nunca ter vencido o Atlético-PR na Arena da Baixada e o belo futebol contra o Vitória.
                  Na retomada pós-Copa, foram 4 jogos e 75% de aproveitamento, com atuações táticas perfeitas contra Flamengo e Cruzeiro  e um ótimo 2º tempo contra o Corinthians. Em agosto, mês em que assumimos a liderança, disputamos 5 jogos e conseguimos incríveis 86% dos pontos disputados. O contraditório da situação é que o futebol apresentado foi inferior ao mês anterior. Fomos mal na vitória contra o Vasco, muito bem na vitória diante do Sport, regular contra a Chapecoense, apático contra o Paraná e razoável contra o Ceará.
A queda no futebol apresentado mostrava que o SP tinha dificuldade em criar contra equipes que vinham pra se defender e ficava mais à vontade com equipes que atacavam e davam o contra-ataque ao SP.
                   Em setembro, atingimos o nosso pior aproveitamento de pontos no campeonato, pífios 38%. Ofensivamente o time foi inoperante, tendo feito 5 gols em 6 jogos, média inferior a 1 gol. Pesou a contusão de Everton, que o fez perder 5 das 6 partidas realizadas pelo time no mês, a suspensão de Rojas contra o América, de Nene contra o Fluminense, de Diego Souza contra o Galo. Pesou também os erros de arbitragem nos jogos contra Fluminense e Galo, mostrando a fraqueza de Leco nos bastidores. Soma-se a isso a fraqueza do goleiro Sidão.
                  Num campeonato longo e com suspensão, contusão e convocação de jogadores é preciso ter elenco. Infelizmente estamos atrás dos nossos concorrentes nesse quesito. Não temos bons goleiros, com a saída de Régis temos apenas Bruno Peres pra LD, Edimar quebra um galho como reserva de Reinaldo, temos 3 zagueiros de alto nível e os volantes não devem nada aos volantes dos outros times. Mas é na frente que o SP tem sentido a falta de um elenco mais qualificado. Shaylon é irregular e não consegue substituir Nene à altura. Trellez é muito esforçado e foi decisivo fazendo gols importantes, mas é muito limitado. Quando os atacantes de lado não podem atuar, Aguirre tem adiantado os laterais.
                 Aguirre pegou um time sem padrão de jogo, garra e preparo físico. Não indicou ninguém, não fez pré-temporada. Mesmo assim, fez o time evoluir. Tivemos eliminações sofridas no Paulista e na Copa do Brasil, um começo com muitos empates no começo do Brasileiro e tudo encaminhava pra mais um ano de sofrimento. Mas o time conseguiu um padrão tático, com marcação forte, intensidade no contra-ataque e eficiência pra fazer gol, vencer os jogos e suportar a pressão dos adversários. Contra todos os prognósticos, assumimos a liderança. A expectativa aumentou, víamos a perspectiva de sermos campeões.
                  Veio Setembro, perda e retomada da liderança contra o Inter e a perda da liderança para um rival, nosso próximo adversário. Mesmo com tudo isso e com o aumento do preço do ingresso, teremos quase 60 mil pagantes. Passamos anos terríveis, derrotas e  eliminações vexaminosas, briga política, o nome da instituição jogado na lama, briga pra tirar o time da zona do rebaixamento. Mesmo com os nossos problemas estamos a 1 ponto do líder com 33 pontos em disputa.
                   Clássico não se joga, se vence. O dia em que eu não acreditar nesse clube será o dia em que eu terei partido. Atravessei a Zona Sul pra apoiar o time a sair da zona do rebaixamento, não será agora que iremos deixar de apoiar. O Palmeiras tem mais elenco, mais grana, mas nós temos um time que se recusa a perder, Aguirre e torcida que conduzirá o campeão. Isso não é muito, isso é tudo.
Isso é São Paulo!
                     Eu escolhi acreditar.
                     Rafael de Albuquerque
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