O empate em casa com o América-MG, neste sábado, evidenciou dois problemas do São Paulo no segundo turno: o time não joga e nem pontua como campeão. Diego Aguirre tem razão quando diz que “assim será difícil”.

O Tricolor somou apenas dez dos 21 pontos que disputou na segunda metade do Brasileirão. Os dois concorrentes mais próximos ainda não jogaram na rodada e já têm mais pontos no segundo turno: o Palmeiras fez 14 e o Inter, 11.

O time só terminou o sábado na liderança porque a campanha do primeiro turno foi ótima. Mesmo com a irregularidade recente, o São Paulo chegou à partida contra o América-MG com o segundo melhor desempenho de sua história até a 25ª rodada do Brasileirão por pontos corridos, atrás apenas da de 2007. Mas não há mais gordura: para fechar a 26ª rodada na ponta será preciso torcer para o Inter não vencer o Corinthians em Itaquera.

No domingo passado, o São Paulo saiu da Vila Belmiro comemorando um resultado bom (empate sem gols com o Santos) em um jogo ruim. Neste sábado, saiu do Morumbi vaiado e lamentando um resultado horrível em mais um jogo ruim.

O time vem tendo imensa dificuldade para marcar gols. A ausência de Everton certamente pesa, mas esse problema apareceu mesmo quando ele esteve em campo. A última vez que o São Paulo fez mais do que um gol em uma partida foi na vitória por 2 a 0 sobre a Chapecoense, na última rodada do primeiro turno. Depois disso, fez um contra o Paraná (1 a 1), um contra o Ceará (1 a 0), um contra o Fluminense (1 a 1), nenhum contra o Atlético-MG (0 a 1), um contra o Bahia (1 a 0), nenhum contra o Santos (0 a 0) e um contra o América-MG (1 a 1).

Vacilos como o que terminou no gol de Matheusinho neste sábado são raros na defesa do São Paulo, mas sempre pesarão muito enquanto o ataque marcar gols a conta-gotas. No primeiro tempo contra o Coelho, embora tenha ficado com a bola, a equipe de Diego Aguirre criou só duas chances (uma bicicleta perigosa e o gol de cabeça de Diego Souza). A movimentação era boa, mas faltava profundidade a Everton Felipe e Liziero, os pontas escolhidos pelo treinador uruguaio.

Aguirre apostou em pontas mais agudos – Régis e Tréllez – logo no início da etapa final. A ideia era aproveitar os espaços que o América-MG deixaria ao se lançar ao ataque tentando empatar. Os espaços apareceram e o São Paulo chegou em condições de finalizar dentro da área algumas vezes – menos do que poderia -, mas não concluiu bem e cedeu o empate.

Pode até ser que os resultados ajudem – de novo – e o Tricolor feche a rodada em primeiro, mas retomar o alto nível que fez a equipe entrar na briga pelo título é urgente. Depois de encarar o Botafogo, no Rio, na próxima rodada, o São Paulo decidirá a vida justamente contra seus maiores perseguidores: Palmeiras, no Morumbi, e Inter, no Beira-Rio.

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