Com Arboleda na seleção equatoriana e Rodrigo Caio com trauma no joelho direito, é praticamente certo que o garoto Rodrigo, de apenas 20 anos, seja relacionado pela primeira no profissional do São Paulo. Um prêmio para atuações seguras que chamaram a atenção do coordenador de futebol Ricardo Rocha. Mas também uma grande responsabilidade diante da chance de poder até ser titular contra o Atlético-MG, às 21h45 desta quarta-feira.
O Tricolor só conta com quatro zagueiros no elenco principal. E pode chegar ao duelo em Belo Horizonte, pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro, apenas com Bruno Alves à disposição. Isso porque Anderson Martins está em observação devido a dores musculares no posterior da coxa esquerda. Nesse cenário pessimista, caberá a Diego Aguirre decidir se improvisa peças como Jucilei ou Edimar ou se arrisca lançar Rodrigo, sempre exaltado pela personalidade.
Durante a trajetória na base são-paulina, o zagueiro natural de Salvador foi capitão por boa parte do tempo. Na Copa São Paulo deste ano, em que a equipe de André Jardine foi vice-campeã, ostentava a braçadeira e ainda era o cobrador oficial de pênaltis. A segurança também era demonstrada na saída de bola, sempre com passes firmes e que ajudavam na construção das jogadas. Mesmo assim, usava os chutões e as entradas duras quando necessário.
Ricardo Rocha, um dos maiores zagueiros da história do futebol brasileiro, passou a observá-lo de perto. Como parte do processo de amadurecimento, Rodrigo foi levado ao time sub-23, que disputa o Brasileirão de Aspirantes. Fez quatro partidas e só levou um gol, com três vitórias e um empate. Desde a parada da Copa do Mundo, passou a figurar em treinos esporádicos no profissional, até ser chamado para período mais extenso nesta semana.
Aguirre queria ter convocado o jovem no domingo passado, para o embate com o Fluminense no Morumbi. Mas questões físicas e burocráticas adiaram o pedido do treinador, que agora pode até usá-lo contra o Galo. Se Anderson Martins for mesmo desfalque, Rodrigo ainda pode ter a companhia de Miguel, outra promessa da base chamada para treinar na última segunda.
Rodrigo chegou ao São Paulo de 2013 para 2014, ainda para integrar a equipe sub-15. Ele pertencia ao Bahia e ficou livre após atrasos de salário. Em Cotia, levava o estilo “xerifão” do campo para a concentração. Competitivo ao extremo, gosta de apostar com os colegas em partidas de Uno ou Ludo. Quem perde precisa pagar com exercícios físicos, como flexões e abdominais. E o zagueiro faz questão de filmar e brincar com os companheiros nas redes sociais. Depois do treino desta segunda, já no CT da Barra Funda, não deixou a tradição morrer. Quem saiu derrotado foi o parceiro Miguel, que é dois anos mais novo: “(Nascido) 2000 aqui não tem vez!”.
Mas para não dizer que tudo é alegria entre Tricolor e Rodrigo, o defensor tem contrato perto de vencer. Seu vínculo atual, iniciado em 2016, acaba em 31 de dezembro deste ano. Ou seja, ele já poderia até ter assinado de graça com outra equipe. A diretoria, então, tem pressa para buscar a renovação e evitar perdê-lo.
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