O São Paulo prepara a criação de um fundo de investimentos para a captação de até R$ 50 milhões. O destino principal da verba é o pagamento de dívidas trocando débitos com vencimento a curto prazo por longo prazo e juros inferiores. Outra intenção é usar a receita para melhorias no Morumbi, nos CTs da Barra Funda e de Cotia e na área social do clube. A contratação de jogadores com parte dessa quantia não é prioridade, mas pode acontecer.
Em junho, o Conselho de Administração são-paulino aprovou o prosseguimento do projeto de estruturação do Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (Fidc). Ele terá que voltar ao órgão para nova análise quando estiver pronto. Depois, ainda precisará de aprovação do Conselho Deliberativo. Segundo Elias Barquete Albarello, diretor financeiro do clube, a ideia principal da criação do fundo é inserir o São Paulo no mercado de capitais, já que serão oferecidos a investidores papéis do Fidc ligado ao tricolor. ”O futebol brasileiro está muito longe de ter ações dos clubes na bolsa de valores como acontece na Europa. Não é isso que estamos fazendo, mas é o primeiro passo para aproximar o São Paulo da realidade dos clubes europeus. Acho que é uma operação inédita no futebol do país”, afirmou o dirigente.
No Brasil, normalmente, os clubes recorrem a fundos formados por grupos fechados de investidores. Nesse caso, os papéis serão oferecidos ao mercado. Quem comprar não terá direito a interferência na administração do clube e nem participação em eventuais lucros da agremiação. O investidor receberá o dinheiro aplicado com juros estabelecidos em contrato. O São Paulo apresenta recebíveis como garantia de que pode pagar o montante combinado.
Contratos de patrocínio e de transmissão de jogos, entre outros, podem servir de garantia. Segundo Albarello, as taxas serão menores do que as praticadas por bancos. E o clube vai se aproximar do mercado financeiro, segundo ele.
O primeiro passo foi fazer uma concorrência que terminou com a empresa Ouro Preto Investimentos escolhida para estruturar o fundo. Ela ainda vai indicar uma companhia para definir o ”rating” (classificação de risco da operação ppara investidores). Depois, será definida a corretora responsável por colocar os papéis no mercado. ”O rating vai ser muito importante para o mercado conhecer melhor o São Paulo. Todas grandes empresas trabalham com esse tipo de operação e os principais clubes brasileiros são grandes empresas. Vai ser um importante passo na direção do profissionalismo que buscamos”, declarou o diretor financeiro.
De acordo com Albarello ainda não há um prazo para o fundo ser criado. Se ele não sair do papel até o final do ano, é possível que o São Paulo use seus recebíveis em outra operação para levantar dinheiro.
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