O São Paulo está correndo grande risco de ver aumentar a lista de atletas promissores da base que saem. Autor de 65 gols nas categorias sub-15, 17 e 20 do Tricolor. Vale lembrar que o atacante Marquinhos Cipriano rendeu bem pouco depois de assinar um pré-contrato com o Shakhtar Donetsk.

Promovido ao time profissional por Dorival Júnior no começo do ano, Bissoli tem vínculo com o Tricolor até 30 de janeiro de 2019. Ou seja, em 6 dias estará livre para assinar pré-contrato com qualquer interessado. A situação é parecida à de Militão, cujo vínculo termina em 11 de janeiro do próximo ano.

O São Paulo já fez duas ofertas para o atacante, que as considerou baixas. Por isso, o clube encerrou as negociações e decidiu rebaixá-lo para o CT de Cotia. Bissoli treinará com o time sub-23, que disputa o Campeonato Brasileiro de aspirantes, mas já foi avisado de que não será aproveitado, como uma espécie de castigo. O mesmo procedimento foi adotado com Cipriano depois que ele assinou com os ucranianos.

Bissoli recebe atualmente R$ 8 mil por mês e esperava o cumprimento de uma antiga promessa, feita em 2015, de que passaria a receber na casa dos R$ 50 mil se chegasse ao time de cima – alguns de seus colegas recebiam, tempos atrás, cifras parecidas. No entanto, a primeira oferta do Tricolor foi de R$ 11 mil por mês no primeiro ano, R$ 12 mil no segundo e R$ 13 mil no terceiro.

O centroavante, que está desde o sub-11 no São Paulo, cobrou os valores combinados com a gestão anterior. O clube propôs então R$ 25 mil, R$ 30 mil e R$ 35 mil, além de luvas de R$ 150 mil pagas em três temporadas. Sem qualquer comissão ou percentual de uma venda futura revertida para a família do atleta.

Bissoli voltou a dizer “não”. Alguns investimentos feitos pelo Tricolor, como os R$ 10 milhões da compra de Trellez, atacante de 28 anos e só 45 gols na carreira, ajudam a explicar a recusa.

Autor do gol do título tricolor da Copa do Brasil sub-17, em cima do Palmeiras, Bissoli tem chance de se mudar para o exterior no começo do próximo ano. Por indicação do ex-são-paulino Careca, o Napoli monitora os passos de Bissoli desde o sub-15.

Outros casos: João Schmidt foi o primeiro a sair de graça do Tricolor, que só decidiu oferecer a renovação depois de o volante ganhar espaço no profissional. Schmidt não chegou a um acordo e se mudou para a Atalanta, da Itália.

O erro se repetiu com Marquinhos Cipriano, já que a renovação passou a ser discutida somente a um ano do fim do vínculo. O atacante preferiu assinar um pré-contrato com o Shakthar, chegou a ser rebaixado para a base, mas acabou rendendo R$ 3,1 milhões – o valor foi pago pelos ucranianos pela antecipação da ida do garoto, de 19 anos.

Nicola