Finalmente a Copa do Mundo acabou e a volta do Campeonato Brasileiro nos coloca num clássico contra o atual líder, o Flamengo. Esse jogo é um daqueles que podemos rotular de decisivos, mesmo que os 38 jogos tenham o mesmo valor em termos de pontuação. A distância do Flamengo para o SP era de 4 pontos e uma derrota aumentaria a vantagem pra 7, sem contar o aspecto emocional para o confronto seguinte, diante do time de Itaquera.

Mas, vencemos e vamos com tudo!

No período de paralisação por conta da Copa, o SP enxugou o elenco. Até o presente momento não saiu nenhum jogador considerado titular. Cueva era reserva e não tinha mais clima pra continuar. Petros exercia uma liderança positiva, mas seu rendimento caiu muito. Júnior Tavares conseguiu ser menos utilizado que Edimar. Só com essas 3 negociações o SP arrecadou em torno de 62,5 milhões de reais. Além deles, saiu o fraquíssimo Bruno, Valdívia e Marcos Guilherme, fazendo a folha de pagamento ter sofrido uma diminuição bem razoável

Foram contratados o lateral Bruno Peres e o atacante de lado do campo equatoriano Rojas. Seria injusto fazer uma análise sobre o atacante, pois não vi jogos suficientes pra formar opinião. Mas observando os números dele, se somar o número de assistências e de gols(95) e dividir pelo número de jogos em partidas disputas pelos campeonatos equatoriano, mexicano e argentino (260), dá uma média de 0,36. A estreia foi ótima.

Sobre Bruno Peres posso comentar. Gostava muito das atuações dele no Guarani e no Santos, principalmente na questão ofensiva. Foi muito bem no Torino, onde evoluiu defensivamente sem perder a ofensividade, a ponto de ter dado 7 assistências e ter feito 3 gols em 31 jogos na temporada 15/16. Isso despertou o interesse da Roma, mas teve menos espaço devido a disputa de posição com o ótimo Florenzi. Acho que foi uma ótima contratação, pois além de LD, pode quebrar um galho na LE e jogar adiantado numa segunda linha pela direita.

No meu entendimento, o SP tinha 3 problemas a seres resolvidos: o bastidor, a preparação física e o goleiro. A preparação física nós só veremos no decorrer do semestre e os outros problemas continuam. Para o jogo diante do time carioca, apitou e prejudicou o senhor Paulo Roberto Alves Júnior/PR. O cidadão nos prejudicou contra o Ceará ao não dar um pênalti e entupiu o time de cartões contra o Inter-RS. Depois, tudo que vimos na 4a…

Agora, o Marcelo de Lima Henrique…isso é uma clara demonstração de fraqueza no bastidor, de se fazer ouvir. Outro problema é no gol. Sidão é muito fraco e vendo a Copa do Mundo, ficou claro que num esporte cada vez mais tático, decidido nos detalhes,  ter um goleiro acima da média é vital na luta pelo título. Não custa lembrar que ele quase nos fez deixar de ganhar do Santos e do América-MG.

No restante do elenco, tenho restrição a LE, pois Edimar é muito ruim e Reinaldo defende muito mal. Temos 3 ótimos zagueiros e um zagueiro mediano que precisa ser vendido(Rodrigo Caio). Ao contrário de parte da torcida, não acho que precisamos contratar um volante, creio que é possível correr o risco e lançar o jovem Luan aos poucos. Shaylon e Lucas Fernandes já deveriam ter mostrado mais, não confio em ambos como reserva de Nene, é necessário a contratação de um jogador nessa posição. O ataque é uma grande incógnita. Será que Diego Souza vai manter o nível de atuações? Como estará Carneiro? Afinal, pubalgia é uma contusão que atrapalha demais a carreira do atleta, vide o exemplo de Kaká.

Torço para que o SP consiga vender Trellez e assim poder trabalhar o promissor Brenner como 3º opção de ataque.  Não sou o dono da verdade, mas vejo Aguirre como o trunfo pra lutarmos por títulos no próximo semestre. Ele não é um Guardiola, um Klopp, mas é bem melhor do que a média dos treinadores brasileiros. Ele pegou um time sem padrão, em meio a jogos eliminatórios e fomos eliminados por detalhes. Discordo de algumas escalações, de algumas alterações, mas  vejo o treinador uruguaio como solução. Não custa lembrar que com Dorival, Nene jogava pelo lado do campo, tendo que marcar o lateral adversário e com Aguirre, ele joga com liberdade, por dentro, podendo chutar de fora da área e tabelar com o centroavante.

Bem, a jornada não será fácil, os obstáculos serão difíceis. Não tem sido fácil ser são-paulino nos últimos anos. Brigar pra não ser rebaixado, ser eliminado em todas as competições, brigas políticas, desmanche de equipe, trocas constantes de elenco e treinador. Em meio a tudo isso, a nossa torcida abraçou o time. Lotamos estádios, treinos, apoiamos o tempo inteiro.

Há muita coisa a ser melhorada, mas há um caminho, há uma perspectiva. E nós jogaremos com o time.

Não se esqueçam, somos a torcida do Clube da Fé.

 

Rafael de Albuquerque

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