Amigos tricolores.

No começo do ano eu cheguei a escrever sobre “Os velhinhos do Morumbi” fazendo um paralelo com alguns jogadores como Sastre, Leonidas, Alemão e Cerezo – entre muitos outros – que vieram para o São Paulo com uma idade avançada e deram muito certo. Sastre chegou a ser chamado pela Imprensa, sim, a velha e corintiana imprensa, de Desastre, mas em 2 jogos, ele mostrou que era um verdadeiro maestro e ainda tinha “muita lenha para queimar”.

Cerezo e Alemão eu vi mais de perto. Cerezo, no alto dos seus quase 40 anos chegou ao São Paulo muito mais pela amizade que tinha com o mestre Telê Santana do que por dinheiro e fama, mas conquistou importantes títulos e como protagonista, diga-se de passagem. Alemão já pegou uma fase mais complicada com o mestre Telê, uma fase em que Telê já não era mais o mesmo técnico brilhante e por isso, pouco escreveu seu nome na história do São Paulo Futebol Clube!

Nenê é o Hernanes de 2017?

Somente Dorival Jr acha que foi ele quem salvou o São Paulo do rebaixamento em 2017. Quem fez isso, por incrível que pareça, primeiramente foi Vinicius Pinotti que, em segredo, negociou e trouxe Hernanes para o tricolor. Jogador praticamente formado no tricolor, que comandou o São Paulo em 2007 e 2008 nos títulos Brasileiro e com seu jeito engraçado de ser fora de campo e em campo mostrando raça e talento, Hernanes facilmente caiu nas graças do torcedor e se tinha alguém que poderia elevar o moral do time e da torcida era ele. Ele ou Lucas Moura, já que Lugano era barrado dos jogos. Hernanes deu uma vida nova ao São Paulo, pois nos bastidores ele conseguiu unir o time de uma forma única, algo, que claramente, Nenê tem conseguido

Reinaldo no grupo

Não tenho nada contra a pessoa do Reinaldo, mas ele não tem bola para jogar no São Paulo. Me desculpem os fãs, mas ele é mais um personagem do que jogador. Parece mais o filho do Tiririca do que jogador, mas no grupo é importante, pois o seu jeito simples de ser, bom caráter e até um sujeito que ri de si mesmo trazem um excelente ambiente para o lugar, e isso é importante. Nenê comanda ao lado de Diego Souza, outro que por mais CV que tenha, não é de ficar reclamando na imprensa de nada, está contagiando, positivamente o ambiente. E isso reflete em campo.

Funcionário contente, chefe feliz

Em qualquer texto sobre o mercado empresarial que se leia, pode ter certeza que em algum momento você vai ler que quanto mais os funcionários estão felizes na empresa, mais produtivos eles são e consequentemente, mas produzem, mais vendem e mais lucros geram. No futebol, isso não é diferente. Raí, tem curso de Administração, sabe disso. Certa vez, tive a honra de conversar com Julio Ribeiro, um dos 5 maiores nomes da propaganda Brasileira, que nos deixou em Fevereiro desse ano. Julio, um grande São Paulino, me mostrou uma pesquisa, onde dizia que algumas empresas que melhoraram o clima interno chegaram a crescer 40% a mais do que a concorrência. Será que estamos no caminho? Até a parada da Copa, ao meu ver, sim!

Nenê, nosso 10 veste a 7!

Nenê é São Paulino e isso faz a diferença. O cara é consagrado, campeão em muitos times, experiência de ter jogado na Europa. Deveria sim estar na Seleção Brasileira, pelo seu talento, humildade e espírito de grupo, mas para o Tite, Renato Augusto, Fred, Tailson jogam mais. Enfim, cada um é cada um. Ele é o comandante do São Paulo e o time “comprou” a ideia. Tal qual Kaká, na sua 2a passagem pelo São Paulo, ele anima o ambiente. Quando um jogador vê, um cara de 36 anos, milionário, com dinheiro suficiente para sustentar até a 3a geração da família, correndo e dando carrinho aos 40 minutos do 2o tempo, isso anima o time, faz todos correm mais.

Kaká, por exemplo, não foi o brilhante Kaká na sua volta, mas ele fez com que Ganso, Pato, Kardec entre outros se doasse mais. E o São Paulo quase conquistou o titulo daquele ano, se ele tivesse chego no começo do campeonato, o titulo era nosso e com algumas rodadas de antecipação!!!

Nenê, o maestro que esperávamos

Nenê tem feito 2 místicas do São Paulo dar certo. Historicamente, jogadores em fim de carreira dão certo no São Paulo. Eu avalio que até 2020 Nenê esteja jogando em alto nível, mas isso é impossível de prever, por outro lado, Nenê é o maestro que o São Paulo sempre teve, basta ver nos principais títulos do São Paulo, sempre tínhamos um camisa 10: Raí, Leonardo, Danilo, Pita (sim, antes que os mimimi chorem, Danilo está abaixo dos outros 3, mas foi um camisa 10 que nos deu muitas alegrias).

Entrar para a história

Nenê tem tudo para entrar para a história do São Paulo. Pode ser o comandante de um 2o semestre impecável com o titulo nacional e Sulamericana, pode ser o artilheiro do time no ano e nos campeonatos, pode comandar o São Paulo, em 2019, para o seu primeiro titulo da Copa do Brasil, fazer bonito na Libertadores.

Nesse momento, dá para sonhar, pelo o que ele vem jogando, e até pelo gol que ele fez contra o Vitória, uma pintura, que cheguei a brincar nas Redes Sociais que o Prêmio Puskas, já tem dono em 2018, não depende apenas dele, mas no que depender da nossa torcida, “Vida longa a Nenê”

*Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Coordenador do MBA de Marketing Digital e do MBA de Gestão Estratégica de E-commerce da Faculdade Impacta de Tecnologia. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova) – www.livrotele.com.br – facebook.com/plannerfelipe e @plannerfelipe