Com a abertura em horário comercial da parada Oscar Freire, desde sábado (21), agora os “holofotes” da Linha 4-Amarela se voltam para a estação São Paulo-Morumbi. Ela, que já foi considerada terminal do ramal antes que o Metrô desistisse de construir a estação Três Poderes, deve ter um enorme impacto na demanda de passageiros da já bastante movimentada Linha Amarela.

A razão é que pela primeira vez desde setembro de 2011 (quando foram abertas as estações Luz e República) a Linha 4 não vê sua extensão ser ampliada. De lá para cá, três novas paradas foram acrescentadas, mas todas no meio do percurso existente entre Butantã e Luz. Com a abertura de São Paulo no segundo semestre, a linha ganhará cerca de 2,5 km de extensão, mas mais importante que isso: enfim chegará numa região mais periférica da cidade, embora ainda não tão adensada quanto Vila Sônia, atualmente a última estação em construção e prevista para 2020.

Nascida para interligar várias linhas da rede metroferroviária, a Linha 4 só atinge regiões relativamente centrais de São Paulo e por isso até aqui não apresentou uma característica pendular – seus usuários se distribuem nos dois sentidos e sobretudo nas estações Pinheiros, Paulista, República e Luz, que são interligadas a outros ramais. Com a nova estação, enfim a linha atenderá a um público carente de transporte sobre trilhos, o que exigirá uma operação maior por parte da ViaQuatro.

Após passar anos incompleta, São Paulo-Morumbi voltou a ser construída no segundo semestre de 2016. O site participou de uma visita às obras da estação em março e conta a seguir suas impressões.

Terminal

Localizada na avenida Francisco Morato na altura do Shopping Butantã, a estação São Paulo-Morumbi será a 10ª parada da Linha 4 e contará com um pequeno terminal de ônibus sobre seu corpo principal. Assim como outras paradas do ramal, ela terá dois acessos, o principal e o secundário, este ao lado da pista bairro-centro da avenida. Mas as semelhanças param por aí.

Por prever um fluxo maior de usuários, ela exibe entradas bem dimensionadas e um túnel de ligação que está sendo escavado próximo à superfície, o que exigiu um bloqueio parcial da Francisco Morato. A entrada principal ficará justamente na esquina entre a avenida e a Jorge João Saad. No centro do terreno principal estarão as plataformas dos ônibus que ganharão uma cobertura metálica imensa, apoiada em paredes laterais já visíveis.

Por essa razão, a nova estação não contará com uma iluminação natural significativa. Hoje há uma abertura no local, sobre o espaço onde estarão as escadas de acesso ao túnel do mezanino, porém ela será fechada em breve por conta das pistas dos ônibus.

No espaçoso primeiro piso, os passageiros passarão por uma larga linha de bloqueios até chegar às escadas localizadas num poço circular de grande diâmetro. Vencidos dois lances de escadas, os usuários chegarão ao mezanino. Dali andarão por um túnel oval e chegarão de fato ao mezanino metálico, semelhante ao de outras estações como a Paulista. Mas, diferentemente dessa, as paredes de São Paulo-Morumbi não contarão com pastilhas, apenas concreto envernizado.

Em março, as obras estavam num bom ritmo e a plataforma contava com pisos, escadas rolantes e alguns equipamentos da portas de plataforma. Sem o problema de interrupção que atrapalharam os trabalhos em Oscar Freire e Higienópolis-Mackenzie, a nova estação deve manter um ritmo melhor para ficar pronta.

Monotrilho

O projeto da estação São Paulo-Morumbi conta com algumas características interessantes. Uma delas é o acesso secundário que contém salas técnicas até o piso da plataforma e que não é aberto para o público. No entanto, em caso de uma emergência como um acidente ou pessoa que possa passar mal dentro da estação, é possível içar esse usuário por uma espécie de “elevador” manual ao lado das escadarias desse prédio secundário.

Outra parte interessante da estação fica no fundo do terreno principal, um prédio longo e baixo que abriga as principais salas técnicas e equipamentos que manterão o prédio em funcionamento. Ao contrário dos chamativos edifícios da Linha 5-Lilás ou mesmo da Linha 4, esse conjunto é discreto, ao lado da plataforma de ônibus.

Além deles, o acesso secundário em tese prevê uma integração com a Linha 17-Ouro, o monotrilho que hoje está sendo construído na região do Campo Belo. É ao lado desse acesso que existirá a estação São Paulo-Morumbi da Linha 17, também terminal do ramal. Hoje o projeto está suspenso e precisa superar vários entraves para sair do papel.

A previsão divulgada pelo Metrô de São Paulo é de entregar São Paulo-Morumbi em julho próximo. No entanto, o que vimos in loco faz crer que a nova parada pode ser entregue em 2018, porém, no final do ano caso o número de funcionários cresça agora que Oscar Freire foi entregue.

MAIS FOTOS: https://www.metrocptm.com.br/por-dentro-de-sao-paulo-morumbi-a-proxima-estacao-da-linha-4/

Metrô CPTM